She Will Be Loved - 10° Capítulo

Ele sempre estava lá para ajudá-la, ela sempre pertenceu a outra pessoa.

Barbara P.O.V

Kenny , acho que era esse o nome do segurança que roncava no banco de trás depois de chorar ao ponto de soluçar quase tão profundamente quanto eu havia chorado. Justin dirigia até o apartamento do negão que antes carregava um sorriso colgate , sorriso que há meia hora atrás havia sido substituído por dor, muita dor. Consegui dar meio sorriso ao ver Justin tentando acorda-lo, ele o chamou por sucessivas vezes até  perder a paciência e sacar seu iPhone 5s do bolso colocando pra tocar bem alto " Bad Romance " da Lady Gaga, eu não sabia que ele ouvia aquele tipo de música , quer dizer não quando estamos em 2012. Sei lá, só acho que ela é bem antiga. Na verdade eu não sei por que estou falando isso mas o fato é que o grandalhão acordou assustado ainda com cara de sono, suas pálpebras pareciam pesar toneladas. Ele saiu do carro cambaleando e Justin o conduziu até a entrada do prédio a sua frente. Em seguida um dos seguranças de lá ajudou ele a entrar no mesmo.  Estranho ver um segurança ser carregado por outro segurança, tudo bem, esqueça o que eu disse.

Jus: Ele estava preocupado comigo. - ele disse entrando novamente no carro.
Eu: Medo de você ser assassinado por mim talvez ? - disse sarcástica.

Ele conseguiu dar meia risada mais forçada do que espontânea.

Jus: Poderia ser mas não. É que o Scott ... - ele olhou minha expressão confusa ... meu empresário, aquele homem que estava comigo no primeiro dia de aula, ele deu ordens expressas de que o Kenny deveria me deixar em casa com segurança todos os dias. Aliás a moto do Kenny está na minha garagem. Ele só estava preocupado em quebrar essas regras.
Eu: Ele quebraria era a cara se viesse da sua casa de moto com aquela cara de sono.
Jus: O vento não deixaria isso acontecer. - argumentou.- Mas pra falar a verdade eu estava mais preocupado com o quanto ele estava triste. Ele simplesmente recusou um sanduíche.
Eu: Ele parece ser do tipo que come muito mesmo.
Jus: Exatamente. Ele é assim. Você também não acha estranho ? - perguntou ele normalmente desviando seu olhar pra mim por um breve segundo enquanto dava ré pra sairmos daquela rua que estava deserta.Nada além de alguns carros passando.
Eu: Avalanna. Ele está assim por causa dela.
Jus: Ele gostava muito dela.
Eu: Todos nós gostávamos. Por favor aquela garotinha era um anjo, uma princesa... era tudo.

Ele suspirou.

Jus: É complicado pra mim.
Eu: Ela era importante pra você não é ? - perguntou ao notar sua feição triste, acabada.
Jus: Muito mais que isso.

Em poucos segundos já não estávamos mais naquela rua. Na verdade estávamos em uma avenida, avenida que eu não conseguia saber qual era. Até por que não tinha conhecido quase nada de Cambridge ainda. Talvez por que queria economizar ou talvez por que eu simplesmente não tinha tempo pra isso.

Jus: Aonde é o seu Hotel ?
Eu: Hotel Alif Avenidas, é perto da Hyatt Regence.
Jus: Isso é definitivamente longe de Harvard.
Eu: Sim. Eu demoro acho que uma hora pra chegar na faculdade.
Jus: Como você aguenta?
Eu: Eu ganhei uma bolsa de Direito em Harvard ... - olhei pra ele - ... então significa que pegar um ônibus cinco vezes por semana de ida e volta seja quase nada.
Jus: Faz sentido.  - ele disse sem parecer realmente certo disso.
Eu: Pra você deve ser loucura afinal pode ir a qualquer lugar em um avião particular com pessoas te abanando enquanto 4% de todas as pessoas que usam Twitter falam sobre você.

Ele sorriu largamente. Foi a primeira vez que o vi sorrir desde que ... vocês sabem.  Eu não sei por que mas eu queria ouvir aquela risada pelos próximos três anos da minha vida. Eu realmente queria. Eu de certa forma o odiava profundamente mas honestamente... ver o quanto ele não é nada do que eu pensava me fazia odiá-lo ainda mais. O fato de ele ser o tempo inteiro o que ele é na frente das câmeras. O fato de ele não ser um robô como eu pensava. De ele não ser metido e arrogante. Pelo contrário, pelo fato de ele ser uma pessoa humilde e boa. Eu não gostava de pensar assim, de ver isso. Eu preferia continuar com aquela imagem que eu tinha dele na minha cabeça. Justin Bieber: O pop star metido a besta e destruidor de sonhos.

Jus: Você acha mesmo que eu levo essa vida boa ai ?

O encarei sem dizer uma palavra como se isso fosse óbvio. Ele parou de sorrir e não só de sorrir, parou o carro também. Sim esse garoto sem escrúpulos parou o carro no meio de uma das avenidas mais movimentadas de Cambridge no sinal aberto e direcionou seu olhar pra mim.

Eu: O que está fazendo ? - perguntei incrédula.
Jus: Vamos assistir Never Say Never agora. - ele disse ligando a pequena TV do carro e puxando um DVD do porta luvas a minha frente.
Eu: Você só pode estar brincando não é ?
Jus: Não é que sinceramente o que você acabou de dizer foi a coisa mais engraçada que já ouvi.
Eu: Qual é Justin, eu sei que você tem a vida fácil.

Ele fechou sua mão apertando forte seus dedos. Ele estava quase chorando de tanta raiva. Eu realmente nunca imaginei vê-lo daquele jeito.

Jus: Você não me conhece ! - ele quase gritou.
Eu: É talvez eu realmente não te conheça mas eu posso afirmar que você tem tudo que quer e na hora que quer, você não tem por que ficar tão alterado.
Jus: Eu não tenho tudo que eu quero ... - ele balançou a cabeça confusa - ... quer dizer agora eu tenho mas... mas não foi fácil chegar até aqui.
Eu: Eu imagino ... você postou alguns vídeos no youtube, esse tal de Scott assistiu, gostou do seu cabelo e BUM, nasce o novo rei do Pop Justin Bieber. - disse completamente sarcástica.
Jus: Eu sinceramente queria ser legal com você. Mas quer saber ? - ele direcionou seu olhar para o fundo dos meus olhos.- Eu não quero mais ser.

Ele colocou suas mãos no volante e encostou sua cabeça no mesmo como se estivesse chorando. Eu podia ver claramente veia por veia em seus braços. Que ótimo, deixei Justin Bieber irritadinho. Eu conseguia ouvir as buzinas soando sem parar atrás da gente. Mas ele parecia não se tocar , continuava ali imóvel. Eu queria dizer algo mas eu realmente fiquei com medo de levar um soco na cara e por um segundo me perguntei se ele seria capaz de tal ato.

Jus: Desde que eu conheci você eu sei lá... achei que você fosse uma garota legal e você é legal. - ele parou por um segundo- Mas você se refere a mim de uma maneira que me deixa irritado.
Eu: Justin eu ...
Jus: EU NÃO SOU O QUE VOCÊ PENSA ! - ele gritou.- Eu não sou um robô, eu não sou tá ? Eu tenho medos, sonhos, eu tenho sentimentos. Assim como você tem, assim como todo mundo. E eu não dormi em Stratford e acordei em Atlanta com o mundo aos meus pés. Eu trabalhei duro pra chegar até aqui, eu não sou um filhinho de papai como você pensa. - ele deixou seu tom alterado e suspirou ignorando as sucessivas buzinas atrás de sua Range Over.- A verdade é que eu não tive a presença do meu pai na minha vida, não tanto quanto eu gostaria. Minha mãe foi abusada quando ela tinha pouca idade e ela engravidou de mim com a minha idade, sabia que o meu pai estava preso quando eu nasci ? Não, você não sabia. Também não sabia que já cheguei a ver o apartamento aonde morávamos repleto de ratos. Mas isso não é nada. Não pra você.

Ele agora chorava sem se preocupar com mais nada. E eu , eu estava chocada demais para dizer algo. Eu simplesmente me sentia a pessoa mais sem coração da face da terra.

Jus: Desde os 12 anos que eu , Scotter  e mamãe tentamos conquistar o meu espaço no mundo da música. E você pode até dizer que eu não tenho talento ou que eu seja apenas um garoto estúpido mas eu realmente não admito você dizer que eu não lutei pra chegar aonde eu estou. - ele disse e logo em seguida se virou novamente para o volante ligando o carro rapidamente e saindo dali antes que fossemos escoltados por um guincho.

Permanecemos em silêncio por um longo tempo. Eu estava me odiando mentalmente pelo que eu tinha falado. Talvez ele fosse mesmo um idiota. Talvez ele fosse mesmo um completo idiota mas ele tinha um coração, um coração bom. Muito bom. E eu não tinha o direito de falar dele daquela maneira, não quando eu não conhecia a sua história. Sua expressão facial tinha voltado ao normal mas não era como se ele sentisse raiva de mim, era como se ele estivesse decepcionado. Completamente decepcionado em relação a mim. 

Eu: Justin... - sussurrei quebrando aquele silêncio ... bem , eu sinto muito.

Ele continuou a dirigir sem direcionar o seu olhar pra mim.

Eu: É só que eu talvez não goste muito de você , eu sei que não tenho motivos pra isso mas é que nunca gostei de Justin Bieber... Mas bem, eu gosto do Justin, só do Justin. Se isso te deixa melhor.

Ele me olhou por um segundo e voltou a olhar pra frente.Sem dizer uma palavra. Eu odeio ver ele assim por que ele é o tipo de pessoa que está sempre sorrindo. E agora além da morte da Avalanna ainda tinha que suportar uma garota totalmente insignificante falando coisas totalmente sem nexo ao seu respeito.

Eu: Tá, se não quiser falar comigo tudo bem mas ... eu realmente sinto muito.

Em um minuto ele estava dando gargalhadas. MEU DEUS, COMO ELE É IDIOTA.

Jus: Só te desculpo se formos logo comer um sanduíche, eu estou mesmo com fome.
Eu: Você é sempre assim ?
Jus: Como ?
Eu: Bipolar.

Ele riu.

Jus: Eu não sei. Desculpa ter falado daquele jeito mas é que você realmente conseguiu me deixar irritado Barbara.
Eu: Então é isso, você costuma parar o carro no meio de uma avenida sempre que fica irritado ?
Jus: Sim. - ele respondeu olhando rapidamente pra mim - E também quando quero beijar uma garota no banco de passageiro do meu carro mas isso não vem ao caso agora não é ?

Eu não respondi.Engoli em seco enquanto aquelas palavras chocavam o meu subconsciente. Não que tenha sido uma direta mas é que veja bem ...

[...]

Justin P.O.V

Por que mesmo ela sendo tão insuportável e grossa eu não consigo deixar de me sentir atraído por ela? Eu senti uma puta vontade de arranca-la daquele carro quando ela diferiu aquelas palavras até mim mas ao mesmo tempo eu queria mais do que tudo beija-la , sim beija-la . Como se isso fosse faze-la acreditar e conhecer quem eu sou de verdade. Mas eu simplesmente sentia vontade de fazer isso. Qual é tem uma brasileira sentada ao meu lado e nós estamos sozinhos apesar de completamente tristes , ainda assim eramos nós dois.Sozinhos.

Eu: Então... McDonald's ? - disse sem desviar a atenção do volante.

Eu não ouvi nada em resposta o que me deixou preocupado então olhei novamente pra ela e estremeci. Ela agora estava pálida , amedrontada, assustada, quase chorando. Eu não sei explicar. Estávamos em outra avenida. Fui cauteloso parando o carro perto de um meio fio dessa vez. 

Eu: Barbara ? - chamei assustado tocando levemente o seu ombro.

Ela continuou em silêncio. Parecia estar olhando em um ponto fixo através do vidro do carro a sua frente. As lágrimas escorriam por sua face enquanto ela parecia ser torturada por lembranças não muito boas, definitivamente não. E naquele momento me perguntei o que eu poderia ter feito de errado dessa vez.

Eu: Hã ... se está assim pelo modo que eu falei com você agora pouco eu não - 

Barbara: Você não fez nada. - interrompeu ela direcionando seu olhar até mim - O problema aqui sou eu e as lembranças de um passado que doí e machuca o meu coração.

Eu: O que aconteceu ?

Barbara: Esquece.

Eu: Eu não vou esquecer, por que está chorando?

Barbara: Apenas me leve pra casa Justin.

Eu: E o nosso sanduíche ?

Barbara: Pra casa Justin. - ela disse seriamente.

Eu: Ok mas deixa eu só passar no McDonald's rapidinho e comprar uns sanduíches pra gente.

As lágrimas em seu rosto agora escorriam mais sucessivamente. Eu realmente não entendia nada do que estava acontecendo. 

Barbara: Eu ... eu não gosto desse lugar.

Eu: McDonald's ? Você não gosta de McDonald's ? - perguntei definitivamente confuso.

Barbara: Não , eu não gosto. Será que ainda não percebeu ?

Eu: Me desculpe.

Barbara: É só o que você sabe fazer.

Eu: É , eu acho que sim.

Barbara: Vamos Justin, se defenda.

Eu: Eu não vou fazer isso.

Barbara: Por que ?

Eu: Você me parece frágil demais para saber o que está dizendo.

Barbara: Eu. não. sou. frágil. ! - ela disse lentamente , havia precisão em sua voz.

Eu: Não é o que me parece mas...

Barbara: Você não me conhece.

Eu: Você também não me conhece mas só sabe me julgar desde que eu te vi pela primeira vez.

Barbara: A diferença é que eu sei quem você é !

Eu: Sabe , tem certeza Barbara ?

Ela suspirou.

Barbara: Tudo bem, talvez eu não conheça mesmo. - ela disse limpando as lágrimas.- Mas porra eu perdi o meu pai, eu perdi ele e isso tá doendo em mim agora como se eu estivesse revivendo aquela noite...

Eu: Que noite ? - perguntei sem se quer pensar se isso a faria mal.

Barbara: A noite em que o meu pai morreu. - ela disse quase num sussurro. Pronto agora meu carro vai ser alagado por suas lágrimas. Eu senti vontade de chorar ao ouvi-la pronuncia-las.

Eu: Eu sinto muito.

Barbara: É o que todos dizem. Mas porra viver isso é outra coisa. Saber que você não tem mais ninguém no mundo, saber que as pessoas que você mais amava , as únicas pessoas que poderiam te proteger e te dar amor se foram... simplesmente se foram.

Ela tinha perdido seus pais. Disso eu tinha certeza. Aquelas palavras chocaram -me de uma maneira incrivelmente estranha. Será que é por isso que eu sempre tive vontade de protege-la ? Mesmo sem saber de tudo e ... eu não sei... não sei por que estou pensando isso.

Barbara: Eu estava voltando do ... - ela gaguejava - daquele lugar onde quer me levar, eu estava com o meu pai, eu estava em Londres e tinha acabado de lanchar com o meu pai. Eu tinha 15 anos e sorria como uma adolescente boba que sentia orgulho de seu pai apesar de sentir tanta falta da mãe. Eram poucos os momentos em que eu podia ter sua atenção só pra mim e naquele dia quando íamos entrar no carro na porta daquela lanchonete ele foi atingido por vários socos no estômago. Eu vi ele ser espancado na minha frente e eu não entendo por que eles não faziam o mesmo comigo... por que eles não me matavam aos poucos também ? Sinceramente isso seria menos pior do que ver meu pai sendo morto na minha frente. Dor. É tudo que eu sinto dentro de mim. - ela me encarou limpando as lágrimas- Eu não sei por que estou te dizendo isso mas ... eu só precisava desabafar. Me desculpe.

Ela abaixou a cabeça limpando mais lágrimas que não se cansavam de surgir quando eu inconsequentemente a puxei para um abraço apertado. Eu senti uma corrente elétrica percorrer todo o meu corpo assim que nossos corpos entraram em contato. Eu sentia que não só ela mas eu também precisava e dependia daquele abraço. Um abraço acolhedor, protetor, confortante. Eu sinceramente poderia ficar ali e abraça-la para toda a eternidade.

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Continua (:  E ai o que acham que vai acontecer?  E o que acharam desse capitulo ? A opinião de vocês é muito importante pra mim.

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Não vai  dar pra postar Just The Way You Are mais por que rackearam o blog da Pam e excluíram  ele :/ Quase chorei serio, as ibs da minha princesa Pâm todas lá e a minha tbm e ai tipo eu n tinha os capitulos salvos por que eu escrevo lá e ja posto direto então não vai dar, desculpa, eu sei que tem muita gente que gosta dessa ib :/ 

Beijos @JbieberHorny ♥