Jenny- Criminal - Capítulo 22

 Eu encontrei uma razão para mim,para mudar quem eu costumava ser. Uma razão para começar de novo. E a razão é você. 

Justin P.O.V - Leia ouvindo a música 27 da playlist

Algumas noites foram feitas para nos lembrarem das pessoas mais importantes de nossas vidas. Noites em que o céu se torna um mar de estrelas brilhantes que iluminam a terra de forma inacreditável. Noites especiais, afinal sempre que se está com alguém importante, tudo fica mais legal.

Estava na varanda do meu quarto olhando pro céu, sabe aqueles em dias que o céu está coberto de estrelas de um jeito tão fantástico que você simplesmente não consegue desviar os olhos? Então. De repente meu celular começou a vibrar em cima da escrivaninha. Fechei a cortina e dei alguns passos até te-lo em mãos. Era a Jenny.

Eu: Oi, amor.
Jen: Oi, tudo bem?
Eu: Tô, e você?
Jen: Eu também, você vai vir né?
Eu: Você quer que eu vá?
Jen: Que pergunta idiota.
Eu: Tá, eu vou. Mas não vai dar pra dormir ai hoje por várias razões.
Jen: Que razões?
Eu: Depois eu te falo, só vou passar na casa do meu pai e vou pra ai.
Jen: Casa do seu pai? - ela estava confusa.
Eu: Papeis pra ele assinar.
Jen: Ah, certo.
Eu: Então nos vemos mais tarde, te amo.
Jen: Também te amo.

Suspirei e guardei o celular no bolso. Depois peguei minha jaqueta e desci até a sala aonde surpreendentemente Jason se encontrava  de joelhos no chão abraçado a Jazzy e Jaxon.

Eu: Boa noite pessoal ! - exclamei ao descer do último degrau.
Jazzy: Biebs. - ela gritou vindo pular no meu colo.
Eu: Oi princesinha. - disse beijando sua bochecha.
Jazzy: Adivinha o que a gente fez hoje!
Eu: O que?
Jazzy: O Jas levou a gente no paiquinho.
Eu: É mesmo Jazzy? - perguntei tentando não mostrar surpresa na minha voz.
Jazzy: Sim, e comprou uma fantasia de Princesa pra mim.
Eu: Isso é demais.
Xon: E eu ganhei do super homem. - ele disse no colo do Jas.
Jas: É difícil não comprar nada pra eles, por que eles pedem com uma carinha de dar dó...
Eu: É, sei bem como é. Pressão emocional.
Jas: Exatamente.
Eu: São ótimas pestinhas.
Jas: É, pena que vão embora amanhã.
Eu: Mas eles moram do outro lado da cidade, sabe que pode visita-los sempre que quiser.
Jas: Você sabe que eu não vou a casa do Jeremy.
Eu: Que é o seu pai.
Jas: Eu não quero discutir. Você mesmo não vai a casa dele.
Eu: Eu vou sim, quando necessário.
Jas: Exatamente, quando necessário. Eu não preciso ver a cara dele imbecil.
Eu: Tá legal, não vamos discutir. Eu também não gosto dele, mas sei lá, não quero sentir ódio do meu próprio pai.
Jas: Ele foi um canalha com a mamãe.
Eu: Eu sei Jas mas ele mudou.
Jas: E eu to pouco me fodendo pra isso.

Mudanças podem mudar o futuro, mas não o passado.

Eu: Beleza, o que você quer então?
Jas: Só quero passar essa noite enchendo eles de doces e brincando, como eu costumava fazer. Sabe por que Jus? Por que algo me mudou por dentro esses dias. Eu não sei o que é, e por que aconteceu. Mas despertou algo em mim e quero aproveitar cada segundo desse momento de explosão emocional super boiola por algo me diz que não vai durar pra sempre.
Eu: Espero que dure.
Jas: Não vai adurar.- afirmou ele.
Eu: É uma pena.
Jas: Mas antes que isso aconteça eu preciso te dizer uma coisa.
Eu: O que?
Jas: É mais admitir do que dizer, acho que em outra situação eu jamais faria isso.
Eu: Então diz, Jas.
Jas: Você é muito melhor que eu.
Eu: Não, eu não sou não.
Jas: Humilde.
Eu: Não se trata de humildade, se trata de saber que ninguém é melhor do que ninguém e que as pessoas cometem erros e elas tem uma segunda chance, sabe...
Jas: Engraçado que somos as pessoas mais convencidas do mundo mas quando se trata de nós dois sempre defendemos um ao outro.
Eu: Como nos velhos tempos.- acrescentei sorrindo.

Jason sorriu de volta, eu não o via sorrindo verdadeiramente pra mim a realmente muito tempo.

Eu: Eu tenho que ir mas podemos conversar amanhã? Sei lá, podemos sair pra algum lugar...
Jas: Claro. Aonde você vai?
Eu: Levar uns papeis pro Jer assinar e passar na casa da Jen.
Jas: Você tem muita sorte de ter a Jen como namorada.
Eu: É, eu sei disso. - concordei.

...

Papai estava sentado no escritório de sua casa com uma calça de moletom e uma camiseta branca de manga que deixava a mostra suas várias tatuagens nos braços e até mesmo no peitoral, tinha um boné vermelho em sua cabeça e um tênis da adidas em seus pés. Lia um arquivo atenciosamente quando eu entrei com um short Jeans, uma camiseta cavada, um vans e um capuz.  Seus brincos reluziam de acordo com a luz daquele ambiente.

Eu: Uh, Jer! - sussurrei.

Ao notar a minha presença ele retirou o jornal de sua frente para encarar a minha figura pálida e sem graça, sempre sem jeito. Sorriu de imediato e sei que mais uma vez desejou que eu o chamasse de pai novamente, acho que não fazia isso há pelo menos uns 4 anos quando mamãe nos contou sobre tudo que havia acontecido em nossa infância.   

Jer: Meu filho! - ele disse saltando da cadeira e correndo para me dar um abraço que eu mal correspondi.

Tem sido sempre assim, uma coisa morta. Um amor morto. Que jamais foi regado. Eu via a dor que ele sentia em cada célula morta de seu corpo, eu sabia que ele havia mudado, e eu vivia dizendo que todo mundo merece uma segunda chance mas quando se tratava de ser legal com ele meu coração sempre falava mais alto que a razão. Meu coração sentia raiva por tudo que ele havia feito.

Hoje em dia eu via aquele homem e sentia orgulho dele. Muito orgulho do que ele havia se tornado.

Mas eu não deixava transparecer isso em meus atos. Estava sempre com um pé atrás deixando as coisas estranhas, como se fossemos apenas dois meros conhecidos amargurados pelo tempo, sem tempo algum para fingir que estava tudo bem.

Jer: Não acredito que está aqui.

Eu: É, er... na verdade vim trazer isso pra você assinar.

O brilho que havia em seus olhos desapareceu.

Jer: Ah, claro. - exclamou pegando a pilha de papeis na minha mão.

Eu: Depois que assinar pede pro Will vir buscar ainda hoje por que precisa ser enviado pro Canadá.

Jer: Muitos problemas na fábrica, lá?

Eu: Não, na verdade está tudo ótimo. Só precisam autorizar a venda para mais países. Está tudo correndo melhor do que o esperado.

Jer: Estou muito orgulho de você Justin!

Eu também estou muito orgulhoso de você, Pai.

Eu: Obrigada Jer.

Jer: Ah, já contratamos uma nova secretária.

Eu: Vou sentir falta da Lize.

Lize era minha secretária porém teve que se mudar para a Inglaterra e agora vai trabalhar em uma das fábricas nossas que tem lá, ela é muito eficiente uma pessoa adorável. Tinha cerca de 40 anos e me dava ótimos conselhos.

Jer: É, ela é uma ótima profissional.

Eu: Sim, ela é.

Jer: Mas acho que vai gostar da nova secretária, ela tem apenas 18 anos. Porém já trabalhou como secretária na loja de seu tio, ela é brasileira, trabalha desde os 16, tem bastante experiência. 

Eu: Acho que vamos nos dar bem.

Jer: Acredito que sim.

Eu: Agora eu tenho que ir, vou ver a Jen.

Jer: Jen ?

Eu: É, minha namorada.

É tão estranho por que antigamente ele era a minha primeira pessoa que eu contava sobre meninas, aliás sobre qualquer coisa de homem. Ele costumava ser o meu herói.

Jer: Eu não sabia que estava namorando. - ele afirmou desapontado.

Eu: É, na verdade já tem quase quatro meses.

Jer: Nossa, isso é muito tempo.  Você gosta muito dela?

Eu: Eu a amo, Jer.

Jer: Uau, isso é ótimo, quer dizer, estou muito feliz por você.

Eu: Obrigada.

Jer: Como ela é?

Eu: É linda, é linda demais. Ela tem os cabelos castanhos, é magra porém sexy, ela é modelo da Victoria Secret's  e tem os olhos verdes. Ela é encantadora, de verdade. 

Jer: Bom, os seus olhos estão brilhando, é verdade, posso ver que a ama mesmo.

Eu: Mas é claro que é verdade. Eu sei dar valor a uma mulher, sei amar e respeitar, foi isso que a minha mãe me ensinou desde pequeno. 

Ele engoliu em seco.

Jer: Você está certo Jus.

Eu: Sim, eu estou. Agora tenho que ir. - disse me virando até a porta.

Jer: Ei, Justin. Espera.

Eu: Eu realmente tenho que ir. - disse agora abrindo a porta.

Jer: Justin! - exclamou ele.

Eu: O que ? - perguntei olhando pra ele.

Jer: Eu amo você, filho.

Sua voz soou tremula e havia lágrimas umedecidas em seus olhos.

Eu também amo você pai. 

Eu: Até mais.

...

Jenny estava toda encapuzada com fones de ouvido e vans quando eu cheguei em sua casa ás 9 da noite. Ela praticamente cantou Aleluia quando me viu passando pela porta antes de me encher de beijos com seu tipico humor exagerado.

Eu: Você vai sair é ?

Jen: Eu ia, ia pra casa do meu namorado por que ele estava demorando demais.

Eu: Hum, e o que ia fazer lá?

Jen: Encher ele de beijos e dizer pra ele comprar um relógio.

Não consegui deixar de rir.

Jen: Vem, senta aqui. - ela disse me puxando para o sofá.

Eu: É que passei na casa do meu pai.

Jen: E... ?

Eu: E foi estranho.

Jen: Estranho, tipo como?

Eu: Não sei, só senti vontade de chamar ele de pai e dar um abraço nele.

Jen: E por que não fez isso?

Eu: Eu simplesmente não consegui.

Jen: Mas amor quantas vezes eu tenho que te dizer que ele é o seu pai.

Eu: Não é tão simples quanto parece, não dá pra dizer ' Oi pai, eu te amo' como se nada tivesse acontecido, as coisas não assim.

Jen: Pra mim é assim. Você mesmo disse que ele é uma nova pessoa.

Eu: E ele é Jen mas... eu não sei explicar.

Jen: Amor a próxima  vez que sentir vontade de abraçar ele, não exita não, faz isso. 

Eu: E se eu não conseguir?

Jen: Ai você se lembra que talvez possa ser a última vez que você o veja.

Estremeci com aquelas palavras.

E então me dei conta de que muitas vezes só damos valor ao que temos quando perdemos.

Eu não quero ser esse tipo de pessoa.

E eu não vou ser. 

+100 comentários

pfvr alguns anônimos parem de comentar várias vezes seguidas, eu n estou contando esses comentários, n adianta comer mil vezes seguidas só pra eu postar logo, TEM que ser pessoas diferentes *.* obrigada s2 

A mina que estava me plagiando excluiu o blog, isso mesmo, obrigada por tudo viu suas lindas >3

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