Gangster Love - Capítulo 11 - Justin, you're so bipolar

“Você faz escolhas idiotas e põe a culpa em todos.”

Trailer da fanfic (aqui)

Leia no anime (aqui)

Jessie P.O.V

Eu ainda tentava processar o fato de Justin ter cancelado qualquer que seja o compromisso que tinha com seus amigos para ficar conversando comigo. E ao amanhecer o dia e me ver com a cabeça encostada em seu ombro percebi que talvez ele não seja tão ruim assim, talvez no fundo aquele garoto assustado e confuso tenha um coração. Por que não? Olhando pro teto me lembrei de nossa conversa, descobri tantas coisas novas sobre ele e acho que ele já sabe minha vida de cor e sorteado, não que ele tenha achado interessante, acho que pra ele a vida de uma patricinha de Manhattan não tem a menor graça, acho que as inúmeras vezes em que eu faltei aula para sair com garotos ou beber escondido não chega nem perto de fazer parte de uma das gangues mais temidas do mundo inteiro. Em todo o caso eu fiquei feliz por ele ter confiado em mim ao falar sobre isso, não que ele tenha me contado muita coisa, mas o fato de ele admitir que faz parte da gangue já é incrível. Ouvi dizer por ai que você pode ser morto se alguém souber que você é parte de uma gangue, mas pensando bem ele não tinha outra opção a não ser me contar.

Queria continuar ali ouvindo sua respiração enquanto ele dormia, mas eu sabia que era errado. Depois de conversarmos muito até rimos um pouco Justin me beijou, ele me pegou desprevenida mas foi só isso. E tudo que eu mais queria era poder esquecer , ele é de um mundo completamente diferente do meu e isso já está passando dos limites. Eu não vim até Toronto para ficar com o Justin, eu vim até aqui para me divertir e fazer coisas que eu nunca fiz antes.

Por que não consigo tirar ele dos meus pensamentos?

Isso é estranho, eu deveria ter medo dele.

Com cuidado me desvencilhei de seus braços e fui tomar um banho. Era tudo que eu precisava naquele momento.

- Bom dia Bieber! – murmurei ao sair do banheiro e vê-lo sentado na cama, seus pés tocavam o chão frio e suas mãos bagunçavam seu cabelo.

- Acho que devemos conversar sobre isso! – ele disse rápido.

- Desculpa, conversar sobre o que mesmo? – voltei meus olhos pra ele.

- Sobre o que aconteceu ontem – ele fitava o chão incapaz de me encarar – no escritório do meu pai, e depois no meu quarto, eu acho que você pode...

- Justin relaxa, ok? Eu não vou te obrigar a casar comigo nem nada disso, foi só um lance, não teve importância, nem sei por que estamos conversando sobre isso, na boa.

-  Você é uma garota Jessie, achei que isso fosse importante pra você.

- Justin você não é o primeiro cara que transa comigo e depois desaparece tá bom? Eu já entendi. Só esquece, você não é o primeiro cara que faz isso.

- Se você não se importa por que está tão nervosa?

- Eu não estou nervosa! – dei de ombros – Foi você quem começou a falar sobre isso, lembra?

- Geralmente quando amanhece o dia eu apenas entrego o dinheiro do táxi e a garota vai embora, quase sempre eu nunca mais a vejo. – ele finalmente levantou a cabeça para me olhar.

- Então acho que dessa vez você vai precisar de uma passagem, mas espera, como eu sei que você não faz o tipo que paga a conta acho melhor eu comprar com o meu cartão de crédito e dar o fora não é mesmo? – sorri irônica.

- Eu não ia mandar você embora Jessie.

- Você acha que eu sou idiota? Você simplesmente não precisa mais de mim, seu pai vai te dar a grana, você já transou comigo, acabou , agora você já pode me tirar da jogada.

Ele riu amargo.

- Então é isso – ele continuava a rir – Você acha que eu vou te mandar embora agora? Você acha que eu planejei transar com você?

- Disse alguma mentira?

- Olha aqui Jessica! – ele se levantou e se prostrou há alguns centímetros de mim – Eu posso ser um gangster, posso não ter sentimentos e todas essas coisas que você pensa de mim mas eu não sou do tipo que quebra acordos, eu prometi que você teria duas semanas incríveis e isso vai acontecer.

 - Você... – ele segurou meu braço me interrompendo.

- Eu vou te levar as melhores festas, você vai se divertir como sempre quis, eu vou cuidar da minha vida, só faltam alguns dias e depois nós voltamos  para Nova Iorque e você não vai mais precisar ficar pensando em qual vai ser a minha próxima mentira, tudo bem?

- Ótimo! – disse tão baixinho que ele mal ouviu.

Ele saiu do quarto logo em seguida.

Antes que eu pudesse pensar em mil coisas sobre o que tinha acabado de acontecer, meu celular começou a tocar na mesinha ao lado da cama. Estremeci ao ver que era o Kevin. Eu precisava atender, precisava saber por que de repente ninguém mais se importava com onde eu estava, com quem e o que eu estava fazendo.

- Kevin?

- Quando você volta pra casa? – ele foi direto ao assunto.

- Uma semana e meia. Por que?

- Você tem que voltar logo Jessie, o mais rápido possível.

- Do que você está falando? Achei que vocês não estavam sentindo a minha falta, aliás é a primeira vez que você me liga depois de quase quatro dias.

- Você sai de casa e quer que eu sinta a sua falta? – ele riu sem humor – Você não é mais uma criança Jessie, as coisas aqui estão realmente feias, acho melhor você voltar antes que seja tarde demais.

- O que aconteceu? – ele suspirou.

- Julie.

- O que a nossa querida irmã aprontou dessa vez?

- Ela... a mamãe chegou, eu preciso desligar, por favor volte pra casa, nós precisamos de você aqui.

- Kevin espera, o que acont – ele desligou – Merda! – taquei o celular na cama.

- Algum problema querida? – sussurrou a voz de Pattie bem atrás de mim.

- Não, não! – tentei sorrir – Só meu irmão me dizendo que está morrendo de saudades.

- Eu imagino, mas você ainda vai ficar aqui por mais uma semana não é?

- Com certeza! – afirmei reforçando o sorriso.

- Então vamos lanchar, o Justin acabou de sair e eu não faço ideia de quando ele volta.

- Biscoitos do Dan? – perguntei animada.

- Na verdade ele veio fazer dessa vez, eu só dei os ingredientes então agora temos um cozinheiro especial, o que você acha disso? – ela envolveu o braço na minha cintura enquanto caminhávamos para a cozinha.

 - Eu acho que o seu filho não vai gostar nenhum pouco! – ela riu.

- Essa é a melhor parte de ter um cozinheiro.

~*~

Já se passava das oito da noite e o Justin não tinha chegado. Passei o dia inteiro assistindo TV e ouvindo Dan contar sobre as inúmeras aventuras que teve quando fez faculdade de gastronomia em Paris. Pattie parecia interessada no que ouvia, mas com o tempo foi ficando um tédio. Só pra completar eu não fazia ideia do que estava acontecendo na minha casa, mas tentava pensar que o Kevin só tinha falado aquilo pra que eu voltasse logo pra casa. O problema é que aquilo não saia da minha cabeça, especialmente quando não tinha outra coisa pra pensar já que o idiota saiu e me deixou sozinha. Peguei o celular e liguei pra Duda, ela devia saber de alguma coisa.

- Alô, duda?

- Jessie! – ela gritou animada.

- Tudo bem por ai?

- Ótimo, eu estou saindo com o Bryan Devans, o primo da Victoria, aquele de Harvard, ele está aqui por uns dias, amiga você não vai acreditar em como ele é lindo, e simpático e tudo de bom.

- Legal Duda, será que você sabe...

- Eu tenho que desligar, ele acabou de chegar, nós vamos para uma festa irada, apesar de ser na casa da Courtney Bitch vai ser legal, vou esfregar ele na cara daquela vagabunda. Nos falamos depois, pode ser?

- Não! – quase gritei – Espera!

- Algum problema?

- O Kevin te ligou de novo?

- Não, na verdade não falo com ele desde aquele dia, nem mesmo a sua mãe tem atendido o celular  - ela parou de falar por um segundo – Calma ai Jess, aconteceu alguma coisa?

- Não, não! – disse baixo – Quer saber, tá tudo bem, bom encontro, festa, o que quer que isso seja, se tiver alguma notícia lá de casa me liga, ok?

- Tá, mas...

- Boa noite duda! – desliguei o celular.

Eu estou oficialmente preocupada.

Minha mãe nunca ficou mais que um dia sem falar com a Duda. Eu sei, isso é estranho, por que ela é minha melhor amiga. Mas elas duas tem uma conexão sobre moda que eu nunca vou conseguir explicar.

O celular começou a vibrar em minha mão. Mensagem.

“De Justin: A festa começa em uma hora, esteja pronta ;)”

Suspirei cansada e decidi que ia me arrumar e esquecer todos os problemas.

É por isso que eu vim até aqui afinal, não foi?

~*~

- Olha, tenho que admitir, quando eu disse pra você ficar pronta não achei que levaria tão a sério! – Justin sussurrou em meu ouvido após me devorar com os olhos pela terceira vez nos últimos vinte segundos.

- Então é só eu colocar um vestido apertado e você decide abrir a porta pra mim? – dei risada sem acreditar que ele pudesse ser tão idiota.

- Se eu fosse você entrava logo antes que eu desistisse de ficar em pé segurando a porta!

- Já que você diz! – me sentei no banco de passageiro e ele fechou a porta do carro – Onde você estava o dia todo? – quando me virei ele já ocupava o seu lugar ligando o carro – Não que eu me importe, claro.

- Negócios. – ele suspirou – O que você fez?

- Bom, digamos que eu já decorei todas as receitas de tortas do Universo, inclusive aprendi a fazer aquela pizza italiana de queijo com uma coisa lá que eu não sei dizer o nome por que é muito difícil.

- Aquele panaca foi lá pra casa de novo não é? – disse meio irritado.

- Não está sabendo? – falei sarcástica – Ele é o novo cozinheiro.

Ele balançou a cabeça franzindo a testa completamente confuso.

- Cozinheiro? Que diabos você está falando?

- Acho melhor sua mãe te contar as novidades Biebs.

- É mesmo? – ele fez uma cara de quem não estava achando graça nenhuma –  E eu acharia melhor ainda se você parasse de ser tão irônica.

- Alguma coisa eu tinha que aprender com você.

- Sabe, eu estava pensando em uma coisa...

- O que?

- Nós não precisamos fingir que somos namorados na frente dos meus amigos, sério, é completamente desnecessário, então, em todo o caso, você é a minha querida prima de Stratford.

Revirei os olhos.

- Qualquer coisa é melhor do que ser a sua namorada.

- Ótimo! – ele riu sínico.

Não conversamos sobre mais nada até chegar a uma casa, na verdade era outra mansão. Pessoas se jogavam da varanda e caiam na piscina, meninas beijando meninas, casais se pegando, pessoas se drogando, vários sons automotivos, era a coisa mais incrível do mundo. Sem contar que estava rolando todo tipo de bebida em um mini bar improvisado na cozinha. Por um minuto eu desejei que tivessem festas assim em Manhattan. Normalmente é tudo tão formal, pessoas querem tanto chamar a atenção, vivem tanto na base da aparência que acabam se esquecendo que o mais importante é quebrar as regras e fazer algumas loucuras ás vezes.

Sair da rotina.

Me arrependi amargamente por ter ficado em casa na noite passada. Tudo bem que beijar o Justin é sem dúvida nenhuma uma das sete maravilhas do mundo, mas eu faria qualquer coisa para evitar a conversa ridícula que tivemos hoje de manhã.

Diferente da outra vez, não saímos de mãos dadas. E apesar de ele ficar irritado com os olhares maliciosos sobre mim ele não disse e nem fez nada. Todos que o viam o cumprimentavam, era indiscutível o fato de que ele era bem popular no meio daquelas pessoas. Assim que ele parou em uma rodinha de amigos eu fiz o mesmo ficando ao seu lado, eu já conhecia o Chaz e o Ryan, eles me cumprimentaram super simpáticos. Simpáticos até demais, eu diria.Ryan é do tipo que joga indiretas, da aquelas olhadas, já o Chaz é do tipo que está quase te comendo mesmo.

- Quem é essa belezura Bieber? – um dos garotos perguntou ao Justin sem olhar pra ele uma vez que seus olhos estavam a “analisar” cada parte do meu corpo com cuidado – É a que estava na boate outro dia? Ouvi todo mundo falando sobre ela, que pena que eu não estava lá.

- Ela é a Jessica! – Chaz respondeu malicioso depois que o Justin revirou os olhos se recusando a dizer uma palavra se quer – Ela é de Nova Iorque Nate!

O garoto do cabelo castanho claro e olhos azuis novamente me olhou de cima em baixo descaradamente. Parando para observar, ele era sem dúvidas um dos mais gatos daquela festa. Alto e bem formado, pele lisa e uma voz sexy.

Surpreendentemente ou não ele estendeu a mão para mim, mas assim que eu fui fazer o mesmo ele levou sua mão até o meu ombro e se aproximou dando um estalado e demorado beijo em minha bochecha.

- Prazer em conhecê-la Jessica! – sussurrou bem próximo ao meu ouvido.

Eu apenas sorri de volta incapaz de dizer uma palavra.

- Nate será que você tem um isqueiro ai? Esqueci o meu no carro. – Justin perguntou cortando completamente o clima.

- Tenho! – ele disse colocando a mão no bolso.

- Na verdade eu estava pensando sobre... - Justin passou o braço pelo ombro dele e começou a caminhar em direção a alguma parte daquele enorme lugar.

- Acho que alguém aqui está com ciúmes! – Chaz riu ao vermos Justin e Nate desaparecer no meio da multidão.

- Não vejo porquê! – sorri convincente.

- Bom, depois disso só me resta te oferecer uma dose de vodca! – ele passou o braço pelo meu e nós caminhamos para dentro da casa deixando um Ryan furioso.

A ideia de Chaz me embebedar pela segunda vez em menos de três dias era legal no meu ponto de vista. Por mim eu ficaria alcoolizada pelo resto da minha vida, isso faz com que os problemas desapareçam, traz uma sensação de liberdade, eu me sinto bem, me sinto livre. Nós dançamos pra caramba, os amigos dele são tão divertidos, nenhum com um pingo de juízo, todos loucos e pervertidos mas mesmo assim, eles eram legais, curtiam a vida sem pensar no amanhã, sem pensar nas consequências e talvez isso seja legal por um tempo, por duas semanas.

Quase não tinha visto o Justin durante todo o tempo, e as poucas vezes que vi ele estava se entupindo de drogas e bebidas de todos os tipos, sem contar nas vadias que estavam em cima dele.

Ao perceber que não conseguia mais ficar em pé consegui dar uma escapada do Chaz que se divertia dançando e se esfregando em uma loira qualquer. Me sentei no pequeno balcão da cozinha onde alguns adolescentes fumavam maconha e onde também se encontravam diversos tipos de bebidas. Meu pé estava doendo pra caralho e eu estava começando a me arrepender de ter escolhido um salto bem fino e de quinze centímetros.

Fiquei observando as pessoas que usavam drogas, aquilo era... diferente.

- Quer experimentar gata? – a voz de Nate me surpreendeu, ele se sentou na cadeira ao meu lado.

- Não! – ri pelo nariz – Só estava olhando.

- Você nunca fez isso? – perguntou incrédulo.

- Nunca.

E eu me perguntava mentalmente se devia ficar com vergonha daquilo.

- Isso é legal mas – ele tirou um cigarro do maço e colocou na boca – Acho que chegou a hora.

- Eu já fumei antes! – dei meia risada – Só não usei drogas.

- Quer um? – ele sorriu lindamente.

- Eu adoraria! – retribui o sorriso tirando o cigarro da boca dele.

- Eu te ajudo, espera! – pegou o isqueiro no bolso e acendeu o cigarro.

Dei uma tragada, aquilo não era cigarro normal, NUNCA seria. Mas eu não ia discutir com ele e nem dizer “Minha mãe sempre me disse pra tomar cuidado com o que as pessoas me dão em festas, você não vai fazer nada comigo”. Parte de mim queria deixar as coisas acontecerem.

Exalei a fumaça pelo nariz e o garoto me olhou ansioso, foi então que eu soltei uma risada alta e ergui meu corpo para trás para dar mais intensidade. Ele riu da minha reação e tomou um gole da garrafa de vodca que ele tinha acabado de abrir.

- Sabe gata, eu gostei de você! – ele apoiou a mão na minha coxa e eu acompanhei os seus movimentos – O que acha de irmos para um lugar mais tranquilo?

Ele mordeu os lábios de forma tentadora e apertou forte o lugar onde sua mão estava fazendo com que eu me arrepiasse. De novo.

- E ai, qual vai ser? – ele desceu da cadeira e puxou minhas pernas se encaixando no meio delas, eu apenas acompanhava cada movimento que ele fazia tentando permanecer uma garota atraente.

- Corta essa viado! – Justin empurrou Nate para trás, ele usou tanta força que o garoto escorregou pelo chão da cozinha – Ela não vai com você pra lugar nenhum.

Dois garotos ajudaram Nate a se levantar. Ele encarava Justin com raiva, quando se recompôs foi pra cima do Justin fuzilando ele com o olhar.

- E por que mesmo ela não vai comigo Bieber? – quase gritou antes dos garotos os segurarem de novo – Acho que quem decide é ela.

- Está mesmo querendo arrumar encrenca comigo? – Justin riu debochado e  o segurou pelo colarinho da camisa, os meninos que o ajudaram rapidamente o soltaram, o medo que tinham de Justin era evidente – Presta atenção porra.

- O que você está fazendo? – perguntei assustada.

- Essa garota aqui é a minha namorada! – ele soltou ele de volta no chão com mais brutalidade do que da outra vez e apontou pra mim, parece que a festa inteira parou para ouvir o que ele dizia, sem contar que eu não ouvia mais música nenhuma, nem mesmo dos carros automotivos – E se alguém ousar tocar o dedo nela de novo eu não vou discutir não, só vou meter bala. Estamos entendidos? - ele sorriu sínico e depois voltou a olhar feio.

WHAT?

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