Gangster Love - Capítulo 16 - He just killed someone

“É possível que lar seja uma pessoa e não um lugar?”

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 Jessica P.O.V

Assaltar super mercados? Aquela coisa estava passando dos limites. Eu já tinha fugido de casa, usado drogas, ingerido todo tipo de bebida alcoólica e ficado com um Gangster. Eu definitivamente não precisava virar uma ladra. Mas o que eu podia fazer quando aquela era a única solução para os meus problemas? Justin nunca iria me perdoar pelo que eu fiz, eu precisava de alguma forma amenizar o que aconteceu.

Enquanto ele com um enorme sorriso no rosto recolhia todas as nossas coisas que tinham acabado de ser colocados no chão daquele lugar imundo eu permanecia sentada na cama pensando em suas últimas palavras e tentando encontrar coragem para seguir a adiante com essa coisa que parece tão ridícula.

Assaltar mercados cara.

Eu nunca precisei fazer isso.

- E ai, qual vai ser? – ele colocou as malas de pé e me lançou um sorrisinho.

Encarei ele por um logo segundo e então seu sorriso ficou mais largo, depois uma risada inalou o ambiente e ele soltou a mala caindo sentado no chão logo em seguida.

- Era brincadeira, eu sei que não tem coragem de fazer isso.

Fiquei calada, talvez eu não tivesse mesmo.

- Além do mais, nós vamos dar um jeito de voltar pra Nova Iorque amanhã, só preciso falar com o Lil pra ele me mandar uma grana.

- Você tem mesmo coragem de assaltar alguém? – perguntei meio chocada.

- O que você esperava de um Gangster? – ele deu risada.

- Eu não sei. – falei num suspiro – Não isso.

- Esse é o seu problema Jessie, esse é o nosso problema, é o motivo de que nós nunca vamos dar certo. Você tenta ser a fodona mas não é porra nenhuma, você é só uma garota inocente e ingênua querendo ser algo que não é, que não faz o seu tipo.

- Acho que você está enganado! – abracei os meus joelhos e apoiei meu queixo – Eu posso ser o que eu quiser, só não quero ser esse tipo de pessoa.

- Exatamente, foi isso mesmo que eu disse.

- Só que não é como se eu fosse uma santa, não se lembra de quando eu usei drogas? E olha só, eu fugi de casa com um cara que eu mal conheço para outro país.

- Grande coisa.

- Pra mim é grande coisa.

- Isso prova que temos opiniões diferentes.  – ele puxou as laterais de sua calça e se sentou bem ao meu lado – Quer dizer, você disse que veio até aqui para experimentar coisas diferentes não foi?

- Foi Justin, foi sim. – meus olhos estavam presos ao dele – Mas assaltar pessoas não estava incluído.

Ele gargalhou.

- Não é como se nós fossemos pegar uma arma e apontar pra cabeça do cara e dizer passa a grana, é de madrugada, nós vamos em um lugar que já esteja fechado, vamos pegar besteiras, coisas de comer, sabe? Eles nem vão notar que sumiram.

- Tem certeza? – aquelas palavras começaram a me animar – Bom, isso até que parece divertido.

- Sim Jessie, mas deixa quieto, você não ia dar conta de nada mesmo.

- Idiota! – empurrei o ombro dele – Isso é o que nós vamos ver.

- Como assim? – ele estava rindo.

- Como assim? – me levantei e coloquei as mãos na cintura – Quando começamos gato?

- Vai mesmo fazer isso? – eu assenti – Tipo, assaltar um lugar e roubar coisas de um cidadão digno que trabalha todos os dias para conseguir o sustento da sua família?

Dei risada.

- Achei que você queria me convencer.

- Eu já convenci a muito tempo, só estava repassando os pontos negativos. – ele passou por mim sussurrando rapidamente em meu ouvido.

Ui.

- Bom... – respirei fundo – Quando podemos ir?

- Agora mesmo. – ele pegou a sua mochila e minha mala – Pega sua bolsa ai, vamos ralar o pé desse cafofo.

- Ah é, eu já ia reclamar sobre isso, você poderia ter nos trazido para um lugar melhor viu seu pão duro!

- Ah é? Nós bem que podíamos ir para um Hotel cinco estrelas só que ai depois cadê a grana pra colocar gasolina no carro? – ele virou o pescoço e piscou pra mim.

- Parece que ás vezes você tem razão. – fechei a porta após sairmos.

- Ás vezes sempre. – ele corrigiu convencido.

~*~

- A mulher não sabia quanto cobrar por que só ficamos uma hora! – minha barriga estava quase doendo de tanta risada, a velha do cafofo ficou puta da vida com o Justin, cara foi muito hilário, depois a filha dela chegou e disse que ele só podia sair se desse um beijo nela, só que a menina era feia pra cacete daí ele falou no meu ouvido pra gente correr no três. Isso aconteceu a meia hora atrás e eu ainda estou rindo.

- Aquela veia é maluca! – ele ainda estava assustado.

- E a filha dela? – não conseguia parar de rir – Dá um beijinho nela vai Justin, não custa nada poxa, só um beijinho – apertei a bochecha dele formando um biquinho.

- Sai pra lá! – ele balançou a cabeça – Aquilo era a visão do inferno.

- Que foi engraçado foi!

- Nossa, muito. – disse desanimado – Existe algo mais engraçado que aquilo?

- Irônico! – ri colocando minhas pernas em cima de porta-luvas esticando meu corpo.

- Tira o pé daí rapaz! – ele reclamou desviando seu olhar rapidamente para mim.

 - Por que eu deveria? – abaixei mais o banco para ficar parecendo uma cama – Acho que esse é o nosso novo lar.

- Ninguém coloca os pés imundos no meu carro! – disse fazendo cara feia.

- Vai se foder, quer que eu faça você cheirar meus pés? Eu costumava ir na melhor manicure de Manhattan meu amorzinho.

- Exatamente, costumava.

- Você tá querendo apanhar hoje.

- Não sou eu quem tá merecendo – ele me olhou e nós dois rimos ao mesmo tempo – Olha eu gostei da ideia de morar nesse carro.

- É bem melhor que aquela espelunca né! – falei como se fosse óbvio.

- Ali...- Justin avistou um mercado em uma rua no meio do nada e direcionou o carro para o estacionamento – É o lugar perfeito.

- É muito grande.

- Então com certeza tem waffle! – disse sorrindo e tirando o cinto de segurança que por um milagre de Deus ele tinha colocado, provavelmente pra ter certeza de que a velha não conseguiria alcançar ele e arranca-lo do carro a força – Tira os pés daí velho, eu tenho que pegar uma coisa.

- Que coisa? – arqueei a sobrancelha.

- Ai senhor, daí-me paciência! – ele empurrou minhas pernas com uma força inexplicável e abriu o porta-luvas de onde tirou duas armas que me deixou quase sem fala – Nossos brinquedinhos. – e sorriu malicioso.

- Não vamos precisar disso, não é? – gaguejei – Você disse que...

- Relaxa patricinha, isso é só pra prevenir, ou você já ouviu falar de assaltantes desarmados? – balancei a cabeça – Foi o que eu pensei.

- E como se usa isso?

- Achei que não ia querer usar.

- Só quero aprender como “não” dispara-la! – ele deu risada.

- Ai Jessie, você é demais mesmo! Olha aqui, - ele colocou uma arma na minha mão – Você coloca o indicador aqui e o polegar aqui, quando você puxar aqui em cima o gatilho vai abrir, daí é só você soltar aqui e BUM!

- Viado! – dei um soco nele – Quase me mata de susto caralho!

- Mas eu ainda nem atirei! – ele riu.

-E nem vai atirar, não precisamos disso.

- Você quem manda madame!

Nós descemos do carro com a arma posicionada. Eu não estava nem um pouco nervosa como eu pensei que ficaria. Na verdade eu estava me sentindo em um filme de criminosos, uma coisa muito louca, como êxtase. Justin nem quis saber da porta de entrada, ele foi direto para a saída, deu dois tiros que quebrou a fechadura. Meu coração quase saiu pela boca de tanto susto mas tudo bem. Antes de dar um passo para dentro ele colocou apenas um dos braços e mirou para cima atingindo em cheio a câmera do mercado. Como ele pode pensar em tudo? Parece até que ele já fez isso antes e eu sou muito ingênua de pensar que não.

- Tem outra câmera ali! – falei apontando para o pequeno metal na parede.

- Sua vez moça! – ele piscou pra mim.

- Rá rá rá! – sorri irônica – Não vou usar essa arma cara.

- Tá certo! – ele deu dois tiros na câmera e eu pulei pra trás novamente.

Logo depois ele acertou mais umas oito câmeras e recarregou a arma. Peguei um carrinho de super mercado e comecei a encher com  as coisas mais gostosas do mundo, fazia tanto tempo que não comia aquelas besteiras que nem conseguia me sentir culpada pelo que estava fazendo. Eu não conseguia ver o Justin, ele estava mais pra frente. Depois que enchi completamente o carrinho deixei ele parado e fui procurar o songa monga. Acredite ou não seu bolso estava cheio de grana, não estava cabendo mais. Até “naquele” lugar ele enfiou dólar.

- Caralho mano, o que você tá fazendo? – me aproximei dele.

- Tá louca doida? – ele pegou uma sacola e foi enfiando mais grana – Quase me mata de susto caralho!

- Essa frase é minha porra! – disse séria e ele riu – Você disse que a gente só ia pegar as compras Justin.

- Isso aqui é um bônus, não vai fazer diferença na vida do dono dessa merda!

- Você é louco! – gritei incrédula.

- Vai me ajudar ou vai ficar ai parada? – ele não parava de encher a sacola do dinheiro da caixa registradora que foi arrombada.

- Eu não vou fazer parte disso! – falei cruzando os braços.

- Af Jessie, você é um verme mesmo, fala sério! – ele fechou a sacola – Tem como pelo menos fechar essa merda pra gente se mandar?

- Tá legal! – disse indiferente empurrando a paradinha pra baixo – CARALHO! – gritei – MERDA, MERDA,MERDA! – levei meu dedinho até a boca – QUEBREI MINHA UNHA,QUE MERDA VELHO, CARALHO, DISGRAMA!

Justin estava rindo.

- Uau, você sempre consegue me surpreender mais que antes!

- Não tem graça falou? Minha unha, essa pequena coisinha perfeita, ela quebrou e a culpa é sua caralho!

Ele continuava a rir até que ouvimos um barulho vindo lá de fora.

- Fodeu! – ele segurou meu braço e foi me puxando pra porta de entrada.

- Mas e o carrinho de compras? Minha acetona, lixa de unha, tá tudo lá...

- Jessica cala a boca e vem logo! – ele sussurrou tão baixo que eu mal ouvi.

Justin deu um tiro na fechadura e a porta se abriu. Logo depois era possível ouvir passos acelerados de dentro do mercado em nossa direção. Foi só então que eu acordei pra realidade e percebi que estávamos ferrados. O canadense abriu a porta do carro e jogou a sacola de grana lá. Eu entrei no outro lado ainda meio em choque, mas então Justin viu o homem saindo do mercado, ele estava filmando tudo que tinha acontecido, tudo. Imagina só ele entregando isso pra polícia e meu pai vendo uma porra dessas? Eu estava fodida pro resto da eternidade.

- Caralho mano, por que aquele disgramado filmou a gente? – Justin encarava o homem de meia idade com ódio no olhar.

- Deixa quieto, vamos vazar, o que for pra ser vai ser!

- Você acha que é assim? – ele desceu do carro com a arma na mão.

- Justin o que você vai fazer, você tá louco?

- Fica ai no carro e dessa vez eu tô falando sério!

- Não vou ficar porra nenhuma! –abri a porta e comecei a seguir atrás dele.

O homem começou a tremer todas as bases quando viu a gente se aproximar. A câmera em suas mãos filmava tudo que estava acontecendo. Por que ele não corria? Seria tão mais fácil. Eu não conseguia acreditar que o Justin seria capaz de fazer algo tão terrível como matar alguém.

- Então você gosta de bancar o fotógrafo? – Justin apontou a arma pra cabeça do cara.

- Me-me desculpe! – o homem gaguejou começando a umedecer os olhos e desligou a câmera.

- Aquele carro ali é seu não é? – Justin apontou para a BMW estacionada quase ao lado de sua Ferrari branca.

- Sim. – gaguejou – Eu parei para comprar alguma coisa e acabei vendo vocês.

- Isso é hora de parar caralho? – a voz de Justin estava rouca e grossa – Mas quer saber? Tu é rico, então passa a carteira pro Gangster aqui.

- Justin para com isso, vamos embora! – pousei a mão em seu ombro.

- Não se mete nisso Jessica! – grunhiu – Ei tio, entrega a câmera nas mãos dela.

- Tudo bem. – ele me lançou um olhar de piedade e colocou a câmera na minha mão, fiquei com tanta dó do cara.

- Olha quantos minutos de gravação tem na câmera Jessie! – mandou Justin.

- Tá legal – liguei a câmera profissional procurando pela gravação – dezesseis minutos.

- Olha só o que temos aqui! – Justin riu esfregando a arma na cabeça do cara – Você estava lá desde o início, hum, deixa eu adivinhar, tropeçou em alguma coisa sem querer? Que peninha!

- Não faça nada comigo moço, por favor! – ele implorou – Eu tenho duas filhas, minha mulher é doente e elas precisam de mim, por favor não faça nada! – ele se ajoelhou no chão implorando por sua vida.

- Jessica você tem bastante bala ai não é? – ele se virou pra mim sem desviar a arma da cabeça do homem.

- Eu não vou matar ninguém seu desgraçado! – gritei o fazendo dar risada.

- Coloca a porra da câmera no chão patricinha! – fiz o que ele pediu – Agora pega a sua arma e atira nessa bagaça!

Respirei fundo e mirei na câmera que estava no chão. Fechei os olhos procurando forças já que eu estava completamente transtornada. Puxei o gatilho como Justin me ensinou e soltei fazendo a bala atingir em cheio a câmera que virou apenas alguns pedaços de plástico. A pressão do tiro me jogou pra trás, é algo surreal.

- Bom trabalho princesa! – Justin voltou sua atenção para o homem.

- Biebs não faz nada com ele, eu te imploro, nós já destruímos a câmera, vamos embora daqui, esquece isso, por favor, vamos embora!

- É o que você quer Jessie? – ele olhou no fundo dos meus olhos e eu assenti sentindo as lágrimas começaram a se formar no canto dos meus olhos – Tá certo.

Ele tirou a arma da cabeça do homem e relaxou o corpo.

- Obrigada. – agradeci correndo para seu peitoral ao qual eu agarrei com força deixando as lágrimas rolarem.

Eu nunca pensei que me sentiria tão suja como naquele momento. E mesmo que fosse tudo por causa do Justin era dele que eu precisava, era com ele que eu queria estar, era em seus braços que eu me sentia segura.

- De nada! – ele usou uma de suas mãos para me envolver em seu corpo e em menos de dez segundos ouvi um estrondo.

Ele segurou meu queixo e beijou meus lábios molhados de lágrimas, então ele abriu os olhos e um sorriso torto brincava em seus lábios em formato de coração. Ele me soltou e assoprou o cano da arma de onde saia fumaça.

Me virei para o lado e o homem acabava de dar seu último suspiro com uma bala inalada em seu coração.

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Eu sei, eu sei, eu sou horrível, eu demorei séculos pra postar, sinto muito :( mas é que está acontecendo um monte de coisas mas eu prometo que conto tudo pra vocês no próximo post, beijo, amo vocês demais, by dricka @jbieberhorny

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