Gangster Love - Capítulo 13 - Not supposed to happen

"Eu acho que sou sensível demais para amar. Uma palavra mal dita e já acabam com o meu dia"

Trailer da fanfic (aqui)
Leia esse capítulo no anime (aqui)
NOVA FANFIC Behind The Lights (aqui)

Justin P.O.V

Eu estava perdendo controle de mim mesmo, e isso era algo que não podia acontecer. Estava cada vez mais perto de conquistar tudo o que eu sempre quis, eu não podia jogar tudo pro alto desse jeito, não podia me focar em uma coisa tão idiota como “romance”. Aliás, só essa palavra já me fazia querer vomitar. Eu acordei dizendo pra mim mesmo que ia pensar cada vez menos na Jessica, que ia fazer de tudo para afasta-la de meus pensamentos.

Tudo se torna mais difícil quando é ela que você vê ao abrir os olhos, e ela está escorada no seu braço onde você a envolveu, e então você começa a se lembrar de quando fumaram juntos, de quando se entregaram um ao outro de novo e em como o sexo que faziam era sobrenatural. E você olha para a sua memória tentando se lembrar de alguma outra garota com quem se encaixou tão perfeitamente quanto ela, mas você não consegue lembrar e então você se sente um idiota por isso.

Consegui me desvencilhar dela com cuidado e me levantei antes que aqueles pensamentos ficassem clichês demais. Só queria pensar nela como uma garota que fode como ninguém, nada mais que físico, nada mais que isso.

Já tinha dado quase uma semana e só faltava um dia pra receber o dinheiro que o meu pai ia me dar, mesmo que graças a Jessica. Ainda assim.

Eu precisava mostrar a Jessie o meu verdadeiro eu, quem eu sou de verdade, o garoto frio e incalculável que não liga pros sentimentos de ninguém. Preciso deixa-la ciente de que isso não é nada além de atração física.

Tomei um banho demorado e quando sai do banheiro me surpreendi ao vê-la sentada na cama fumando maconha. O pó estava espalhado em uma capa de caderno e ela fazia um belo trabalho enquanto o cheirava. Eu queria gritar e dizer que ela estava passando dos limites, mas concordar com o que ela faz de errado é parte da minha personalidade de quem não se importa com nada.

- Boa garota! – disse dando uma risada, ela quase engoliu o pó pelo nariz quando se desequilibrou por causa do susto que levou ao me ver.

- JUSTIN! – sua garganta estava seca e os olhos arregalados, ela tentava juntar o pó porém já tinha se espalhado pela cama e suas mãos tremiam.

- Que foi? – continuei a rir – Qual o problema?

- Eu não sabia que estava aqui, eu juro que foi só um pacotinho.

- Jessie eu não me importo com isso! – caminhei até a varanda e estendi a toalha molhada que estava nas minhas costas – Se você quer se tornar uma viciada eu não tenho nada a ver com isso.

- Eu gostei – ela suspirou recuperando o fôlego – Gostei de fumar e gostei de injetar, é algo novo pra mim.

- Legal.

Vesti uma bermuda e uma camisa branca. Depois sequei o cabelo fazendo o topete de sempre e passei um perfume. Não conseguia parar de sorrir ao me lembrar que só mais um dia e o meu pai me daria a grana, eu ia poder esfregar na cara do Trevor e então tomar o lugar dele seria questão de tempo.

- Sabe Justin, eu estava pensando em uma coisa... – Jessie sorriu como se se lembrasse de algo, ela estava bem atrás de mim.

- O que?

- Aquele dia na casa do seu pai, eu tomei refrigerante, isso foi... épico.

- Qualquer pessoa normal toma refrigerante! – peguei minha carteira em cima da mesinha e a olhei – Você é estranha!

- Just- a interrompi.

- Com licença, eu to morrendo de fome.

- Justin espera, eu vou com você. – bati a porta na cara dela e sai.

Desci as escadas as pressas e fui pra cozinha. É difícil ignorar a Jessica quando ela está só de calcinha e sutiã sendo legal com você.

Agora eu tinha todos os motivos pra ficar bravo. O filho da puta do padeiro estava conversando com a minha mãe enquanto ele fazia waffles. Eu já estava cansado daquele panaca o dia inteiro na minha casa. Aquilo estava me irritando profundamente.

- Filho! – minha mãe sorriu ao me ver – Está com fome? Dan fez waffles com morango,  o seu preferido.

- Bom dia Justin! – ele disse todo sorridente.

- É mesmo? – sorri sínico – Olha aqui mãe – cocei o pescoço – Eu não vou comer essa merda de waffles sabe por que? O que a senhora faz é muito melhor, e sabe do que mais Daniel? Eu não vou te dizer “bom dia” por que esse é um  péssimo dia, talvez o pior de todos.

- Justin Drew Bieber! – minha mãe disse alterada me olhando com fúria.

- QUE FOI? – nem percebi quando comecei a gritar – VOCÊ QUE COLOCOU UM HOMEM AQUI DENTRO DE CASA, ESSE DESGRAÇADO NÃO SAI DAQUI PORRA, QUE SACO, SERÁ QUE A SENHORA NÃO PERCEBE QUE ELE SÓ QUER FODER COM A SENHORA? NÃO TEM ESSA COISA DE AMIZADE NÃO, HOMEM SÓ SE APROXIMA DE UMA MULHER QUANDO QUER FODER!

- Garoto você está faltando com respeito a sua mãe, você não sabe o que está dizendo, eu não quero ser indelicado com você mas...

- Cala a boca seu merda! Eu tenho uma arma na minha cintura nesse exato momento, você não quer que eu use as balas agora, quer?

- E-eu – ele gaguejou confuso – Eu vou embora.

- Maravilha! – abri o meu melhor sorriso sínico.

- Dan espera! – minha mãe tocou o ombro dele – Essa casa é minha.

- Tudo bem Pattie – ele se virou e sorriu pra ela, depois pegou sua mão e a beijou com delicadeza, eca, vou vomitar – Depois conversamos.

- Eu não quero ver você aqui nunca mais! – disse ríspido.

Ele me olhou por um breve segundo, depois largou minha mãe e saiu.

- Desculpa tá! – falei pegando um waffle na mesa – É que eu não suporto esse cara, não suporto ele dando em cima da senhora e você nem percebe.

- Será que você alguma vez já parou pra pensar que eu passei dezenove anos da minha vida cuidando de você e que talvez eu queira encontrar alguém que possa me fazer rir, estar aqui em todos os momentos? – seus olhos estavam marejados – Especialmente aqueles momentos em que você não está.

- Mãe, espera... – segurei seu braço me arrependendo da merda que fiz.

- Justin, me solta! – disse com a voz chorosa escondendo o rosto – Me deixa em paz por favor! – ela puxou seu braço e correu para seu quarto.

- MERDA! – gritei chutando  o pé da mesa.

- Perdi alguma coisa? – Jessie entrou na cozinha sorrindo – O que aconteceu com a Pattie? Nós vamos sair hoje? O que tem pra comer?

- Faz um favor pra mim Jessie? – disse me aproximando dela.

- Qualquer coisa! – ela sorriu maliciosa.

- Volta pro útero da sua mãe!

Passei por ela deixando-a de boca aberta. Talvez eu tenha ido longe demais, porém é isso que eu faço quando estou com raiva, eu meto os pés pelas mãos. Eu nunca me importei com as consequências, com quem eu estaria magoando, tudo que eu sempre tinha em mente é que eu poderia consertar as coisas depois.

Afinal eu sou Justin Bieber, eu posso consertar qualquer coisa.

[...]

Estacionei o carro na garagem da casa do Ryan e corri para a sala de estar onde encontrei ele e Chaz jogando vídeo-game.

- Ae o senhor ciumento resolveu aparecer! – Chaz deu risada e se levantou para me cumprimentar com o nosso toque de sempre.

- Nate quase mijou nas calças de medo de você cara! – Ryan também me cumprimentou.

- Vocês são uns idiotas! – disse rindo e me jogando no outro sofá vazio – Não tem nenhum ciumento aqui.

- Ah não? Então por que você fez aquilo? – questionou Chaz.

- Ele ia foder com ela cara, ele ia levar ela pra um quarto e se aproveitar dela.

- Desde quando você se preocupa com isso?

- Boa pergunta! – disse sem ter resposta pra essa.

- Viu só, tá apaixonadinho! – zombou sem desviar os olhos do jogo.

- Eu não tô apaixonado caralho! – disse bravo – Só não quero que ela foda com outro cara, ela é só minha porra, só eu posso foder ela.

- Você é hilário! – Ryan riu.

- Eu sei! – coloquei minhas mãos atrás da cabeça e fechei os olhos por alguns segundos – Sabe, eu quero me divertir hoje, chama umas vadias.

- Hoje não dá! – Chaz disse chateado – Elas estão em um congresso, só vão voltar à noite.

- Como é que é? – perguntei encabulado – Que congresso porra?

- Ideia do Trevor – explicou Ryan – ele quer que todas elas sejam profissionais do sexo.

- Mas elas já são! – disse óbvio.

- Foi o que eu disse, mas ele contratou a Shelby para ensinar as melhores posições e o que deixam os homens loucos, assim eles poderão aumentar o preço de cada uma delas.

- Quê? – dei risada – A Shelby está no Canadá?

- Aqui em Toronto! – afirmou Chaz – Aquela gostosa.

- Uau! – foi tudo que eu consegui dizer.

- Bem que ela podia me dar umas aulinhas! – Ryan mordeu os lábios.

- Ela volta pra Nova Iorque depois de amanhã, por que ela vai fazer um congresso em Las Vegas também.

- Pessoal o Trevor me surpreende cada vez mais!

- O cara não brinca em serviço! – Chaz disse sério – Ele quer sempre o melhor para os negócios dele e ele sempre vai procurar melhorar cada vez mais.

- Honestamente, vai ser difícil derrubar ele. – confessou Ryan.

- Difícil – concordei – Mas não impossível.

- Ás vezes eu acho essa ideia maluca!

- VÃO SE FODER SEUS MERDAS! – falei dando risada e me jogando no meio deles roubando o controle das mãos do Chaz – SEUS BUNDÕES, VOCÊS AINDA VÃO BEIJAR OS MEUS PÉS.

Passamos a manhã e a tarde inteira jogando vídeo-game e tomando Uísque. Eu estava com muita saudade de quando podíamos apenas ficar de bobeira, sem nenhum lance envolvido, apenas curtindo como velhos amigos sempre faziam. Estava quase tomando a última dose quando meu celular começou a vibrar no meu bolso esquerdo. A gente estava rindo e apostando quem conseguia beber mais.

- Espera, espera! – disse rindo e colocando o copo de volta a mesa – Eu tenho que atender ao telefone.

- Qual é! – Chaz reclamou – Só falta essa pra você ser derrubado.

- Eu consigo ficar de pé seu idiota! – falei tirando o celular do bolso.

- Duvido que ainda consegue depois de tomar o último gole.

- Ryan você é um viado, parou na décima dose!

- Meu pai está chegando Justin, se ele me ver bêbado eu tô fudido, mas se ele ver vocês dois bêbados  e eu sóbrio as coisas mudam, ele vai pensar que eu sou a única pessoa com juízo nesse lugar.

Chaz e eu gargalhamos alto.

- Brother você é uma figura! – dei dois tapinhas no ombro dele – Alô?

- Achei que não ia atender essa porra! – a voz de pato do Lil do outro lado da linha chamou a minha atenção me fazendo rir.

- Foi mal twist, tava aqui dizendo pro Ryan o quanto ele mente bem!

Ele riu.

- Você tão fazendo farra não é seus vagabundos?

- Só faltou você.

- Só mais uma semana e vocês vem pra cá, podemos fazer a festa aqui.

- Com certeza! – concordei – Tá tudo bem por ae?

- Mano o Trevor tá achando que tu não vai conseguir a grana não lek!

- Que pena! – disse baixo e malicioso – POR QUE EU JÁ CONSEGUI!

- AH SEU VIADO! – ele gritou – Por que não me contou antes?

- Queria fazer uma surpresa!

- Como você conseguiu?

- Meu pai me deu.

- Simplesmente te deu?

- Digamos que eu tive a ajudinha de uma “prima”.

- Prima? Que prima doido? – perguntou confuso.

- Prima nenhuma! Depois eu te conto, mas eu to voltando semana que vem.

- E a Jessie?

- Ela está... Ótima.

- Imagino! – disse com malícia – Trevor na segunda linha, vou ter que desligar, esse cara não sai do meu pé porra, depois a gente se fala, té mais bro.

- Falou duck! – sorri e desliguei o celular.

- Era o Lil? – perguntou Ryan.

- YAY! – gritei rindo após tomar a última dose.

- Ah moleque, é disso que eu tava falando! – Chaz bateu nas minhas costas se mostrando orgulhoso – Agora levanta.

- Levantar? – eu ri – Eu não quero.

- Não quer ou não consegue? – desafiou.

- Não há nada que eu não consiga brother!

- Que ótimo, então se levantar não vai ser um problema não é mesmo?

- Sim! – disse com um sorriso sínico me levantando do sofá.

Era bem difícil me manter de pé, mas não era impossível. Eu já estava acostumado a ficar no porre, com o tempo é algo que não te deixa tão fora de si mesmo, vai se tornando um “bêbado meio sóbrio” digamos assim.

- Bieber! – Chaz empurrou meu tórax com apenas dois dedos me fazendo cair de volta no sofá e riu – Você é uma caixinha de surpresas.

- Eu sei! – disse me espreguiçando – Agora eu preciso comer a Jessica!

- Que? – ele riu – Achei que ela fosse sua prima.

- Vai se foder! – fiz cara feia – Ela fode como ninguém cara.

- Sem putas, sem Jessie – ele suspirou fundo – Estamos no fundo do poço.

- Só nos resta...

- NEM VEM! – Ryan reclamou.

- Puxa, já tem mais de três meses que eu não como a Leleca.

- Eu comi ela ontem! – Chaz se gabou.

- Comer a minha prima tudo bem, mas na minha casa? Com o meu pai podendo chegar a qualquer momento?

- Se liga Ry, até você já comeu! – dei risada – Acha que eu não sei?

- Precisa me lembrar disso a cada cinco segundos? Aquela vez não conta, eu estava bêbado! – ele suspirou crucificando a se próprio pelo que fez.

- Bêbado né? – provoquei – Cadê o menino ajuizado?

- Não interessa, só sei que vocês não vão foder ela aqui.

- Qual é, vamos fazer uma suruba! – disse animado.

- O boquete dela é o melhor! – Chaz garantiu.

- Não melhor que o da Jessie! – falei sem perceber.

- Oi? – ambos me olharam confuso – Você disse Jessie?

- Eu não disse nada! – falei irritado – Mas e ai, qual vai ser?

- Vocês são loucos! – Ryan riu – Ninguém vai fazer suruba com a minha prima.

- Entenda Butsy, a sua priminha é a nossa comida preferida, nós precisamos dela de vez em quando, você devia aproveitar também.

- Seus viados! – ele ainda ria – Aqui não.

- Na minha casa então! – Chaz sempre salvando os esquemas – Mas com uma condição!

- Qual? – perguntei.

- O Ryan tem que participar!

- Eu não vou fazer isso! – ele tratou de dizer.

- Você não vai se arrepender cara, vai ser divertido! – eu disse.

- Sabe de uma coisa? Vocês vão pro inferno por que isso é pecado.

- Suruba? – disse tentando conter o riso.

- Não porra, incentivar um amigo a foder com a prima dele!

- Ah.

- Ah o que? – disse indignado.

- Sabe de uma coisa? – Chaz coçou a cabeça pensativo – Eu já ouvi falar que suruba também é pecado.

Nós caímos na gargalhada e tacamos almofadas nele.

- Otário!

- É sério! – ele afirmou rindo – Se vocês fossem na igreja saberiam disso.

- Mas eu vou na igreja! – protestei.

- Hum, então qual foi a última vez?

- Foi... Foi... eu não me lembro bem, acho que...

- Quando você tinha cinco anos? – Ryan debochou.

- Qual é, não conheço nenhuma igreja em Nova Iorque e toda vez que tem alguma coisa aqui vocês me chamam pra farra!

- A culpa é nossa agora? – Chaz colocou a mão no peito – Eu sempre arrumo tempo pra Deus, você é um ingrato!

- Vai se foder! – resmunguei.

- Com  a Leleca meu bem! – ele riu se afastando antes que eu tacasse outra almofada na cara dele.

- Justin eu não posso participar disso, não posso mesmo.

- Pode e vai.

- Porra vocês podem fazer um Ménage incrível, não precisam de mim.

- Só hoje cara, depois você se confessa e fica tudo bem! – ele riu.

- Cara você não presta mesmo! – ele tacou uma almofada em mim.

- Leticia a caminho da minha casa! – Chaz disse animado.

- OPA! – me levantei do sofá me sentindo mais sóbrio.

- Eu nunca vou cansar de xingar vocês por me obrigarem a fazer isso! – Ryan disse nos acompanhando para a garagem.

- Filho! – o pai de Ryan estava acabando de descer de seu carro, ele é muito gente boa, já foi meu professor há muito tempo atrás.

- Ae pai! – Ryan abraçou ele.

- Oi Justin, você sumiu! – ele sorriu pra mim – Oi Charles! – ele é uma das poucas pessoas que chama Chaz pelo seu nome verdadeiro.

- Pois é, estive ocupado com os estudos! – os garotos tentaram conter o riso.

- Entendo! Como está a sua mãe?

- Ah, ela está bem. – respondi me lembrando de hoje de manhã.

- Mande lembranças a ela! – assenti sorrindo pra ele – Onde você vai Ryan?

- Bom...

Se eu bem conheço o Ryan ele poderia se atrapalhar e acabar dizendo “Ah pai, eu vou pra casa do Chaz foder a Leticia, isso mesmo, a sua sobrinha, filha da minha tia Rose”

- Ele vai pra minha casa por que esquecemos o jogo novo lá! – eu disse já que ele estava gaguejando.

- Então divirtam-se crianças! – ele sorriu e caminhou para dentro de sua casa.

- Nossa cara, você tem tanto medo do seu pai, credo! – eu ri dando um tapa no pescoço do Ryan.

- Ele é o meu pai caralho, ele quer o melhor de mim, e além do mais eu não fui pra faculdade e isso já o deixa furioso suficiente.

- Eu não tô nem ai pra faculdade, pro que os meus pais pensam e o diabo a quatro.

- Tem certeza? – Ryan questionou enquanto Chaz entrava em seu carro.

- Sim! – disse indiferente.

- Então tá bom! – ele abriu a porta e se sentou no banco de passageiros me deixando ali pensando um pouco sobre o que ele disse.

Chaz deu arrancada saindo dali e eu fiz o mesmo alguns segundos depois.

No meio do caminho meu celular começou a tocar.

Olhei pro visor e vi que era o meu pai, eu precisava atender.

Ainda bem que o sinal estava vermelho, não que eu me importe de dirigir falando ao celular.

- E ae pai! – atendi animado.

- Eu nunca na minha vida senti tanto nojo de você como agora Justin, sinceramente eu não tenho palavras me descrever o quanto eu tenho vergonha de saber que sou o seu pai! – ele disse com uma voz de decepção.

- Quê, do que o senhor tá falando? – franzi a testa.

- Você tem certeza que não sabe do que eu to falando?

- Ah, é sobre eu ter expulsado Dan lá de casa? Foi mal cara, é que eu não suporto minha mãe saindo com outros caras, eu tenho que proteger ela.

- Você expulsou o Dan? – ele estava indigando – Justin ele é uma pessoa legal, ele trata a sua mãe muito bem, ele é ótimo.

- Foda-se! – falei como se aquilo não me importasse – Por que o senhor está me ligando? O que eu fiz dessa vez?

- Eu já sei de tudo.

- Tudo o que?

- Do seu plano incrível de conseguir um milhão de dólares pra dar para aquele desgramado do Trevor. Eu não acredito que você se meteu com esse Gangster Justin, você está passando dos limites, isso vai contra tudo que sua mãe e eu te ensinamos. Sinceramente eu to com nojo, como você teve coragem de olhar nos meus olhos e mentir pra mim dessa maneira?

- Pai... – gaguejei incrédulo, minhas mãos estavam tremendo.

Como ele descobriu tudo?

- Pai o caralho! – ele gritou – Eu quero que você saia da onde estiver e vá pra casa agora. Eu disse: AGORA. Você está de castigo por um mês, você não vai sair de casa pra nada entendeu? NADA. E eu já liguei pra faculdade e você vai recomeçar as aulas na segunda feira, mas é da faculdade pra casa.

- Pai eu tenho dezenove anos! – disse irritado.

- Eu não quero saber quantos anos você tem, sou  eu quem te sustenta, agora faz o que eu estou mandando antes que eu perca a paciência!

- Que saco! – desliguei o celular na cara dele.

Virei o carro antes de o sinal abrir. Mudei o caminho, em vez de ir pra casa do Chaz eu estava indo pra minha casa. Precisava pegar minhas coisas, pegar a Jessie e vazar antes que o meu pai chegasse em casa.

Estava com tanto ódio, tanta raiva. Como ele descobriu tudo? Quem foi o filho da puta que contou? Será que o Nate sabia? Mal posso esperar para meter bala naquele desgraçado.

Agora o Lil já deve ter contado pro Trevor que eu consegui a grana. Estou perdido cara, tô ferrado.

Desci do carro as pressas e quando abri a porta Jessie estava sentada no sofá comendo pipoca e assistindo filme. Ela me pareceu tão simples naquele momento.

- Jessica fodeu! – disse indo até ela.

- Que foi?

- Vem comigo! – a puxei pelo braço e ela colocou a vasilha de pipoca de lado.

- Pra onde? Do que você está falando?

- Precisamos mandar o pé agora mesmo! – a puxava enquanto subia as escadas.

- Por que? Pra onde nós vamos?

- Só faça o que eu digo Jessie! – abri a porta do quarto e peguei minha mochila começando a colocar algumas roupas lá.

- Justin eu não estou entendendo nada! – ela entrou no banheiro pra pegar suas roupas que estavam lá.

- Meu pai descobriu tudo, ele sabe de tudo, eu não sei como, mas ele sabe, nós precisamos vazar antes que ele chegue!

- M-mas – ela estava colocando as roupas na mala – Mas...

- Mais nada cara, vamos logo, anda logo! – fechei sua mala.

A empurrei para a porta e segui atrás dela levando minha mochila e a sua mala. Ela estava confusa mas ainda assim fazia o que eu dizia. Quando chegamos ao fim das escadas minha mãe nos surpreendeu saindo da cozinha.

- Justin! – ela arregalou os olhos – Por que essa mala?

- Eu vou embora mãe! – continuei arrastando as coisas até a porta.

- Embora? – seus olhos se encheram de lágrimas – Mas por que meu amor?

- Já deu pra mim.

- É por causa de hoje de manhã? Eu não me importo. Mas você não pode ir embora, não faz isso! – ela segurou meu ombro com força.

- Sinto muito Pattie! – Jessie disse baixo.

- Não deixa ele ir Jessica, ele não pode ir! – minha mãe implorou.

- Mãe! – me virei pra ela – Eu posso ser o pior filho do mundo, posso fazer um monte de merda, meter os pés pelas mãos e agir como um idiota, mas... mas eu sempre volto. – beijei sua testa – Tchau mãe.

+120 comentários

O que estão achando? haha obrigada pelos comentários, TODOS <3 E espero que tenham gostado do Prólogo da próxima fanfic também, qualquer dúvida (aqui) to sem tempo pra responder ask esses dias, aliás tem quase três mil asks acumuladas da semana passada pra cá, eu vou tentar responder um monte hoje, prometo, ok? amo vocês <3