Gangster Love - Capítulo 15 - Are we gonna stole now?

PORRA, EU QUERO VOCÊ AQUI!

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Jessie P.O.V

- Mano levanta dessa cama logo caralho! – a voz irritante de Justin estava quase me deixando surda.

- Qual o problema em me deixar dormir? – tirei minha cabeça de debaixo do travesseiro onde havia tentando inutilmente me esconder- Qual é, você mesmo disse que não quer falar comigo, que horas são? Quatro da manhã? – revirei os olhos com raiva – Você é um saco garoto!

- Beleza! – ele esfregou as mãos e em seguida pegou sua mochila e colocou em cima da cama, do lado em que eu não ocupava – Se você quiser ficar e esperar até que te expulsem é problema seu.

- Do que você está falando? – me sentei esfregando os olhos com força.

- Fica ai dormindo ué! – ele deu de ombros e começou a jogar suas roupas de qualquer jeito dentro da mochila – E a propósito são onze e meia da manhã e não quatro.

Balancei a cabeça e me levantei indo em direção ao banheiro onde escovei os dentes e arrumei o cabelo.

Ao voltar para o quarto não me importei em trocar de roupa na frente do Justin. Se ele podia andar de cueca por ai qual o problema em colocar uma calça e uma blusa?

Mas ele pareceu nem notar a minha presença.

Ele colocou a mochila nas costas.

- O que você está esperando pra me dizer que diabos está acontecendo?

- Achei que não queria saber! – ele disse indiferente ajeitando o seu topete encarando o enorme espelho a sua frente.

- Justin para de graça! – mesmo sem saber por que ele estava prestes a deixar aquele hotel maravilhoso peguei meu pijama e soquei na minha mala junto com as outras coisas – Pra onde nós vamos?

- Eu não sei! – ele disse parando pra olhar pra mim.

- Então por que não esperamos até saber? – disse como se fosse óbvio.

- Porque o meu pai bloqueou o meu cartão de crédito, ainda bem que foi hoje de manhã se não a gente ia ter que lavar prato pra pagar a estadia dessa noite.

- Nossa cara, esse é o grande problema? – falei indignada – Porque você  não me pediu... – ele me interrompeu.

- O seu cartão? Também está bloqueado.

- Você mexeu nas minhas coisas?

- Sim. – ele respondeu como se não se importasse – Agora vamos.

Observei ele abrir a porta e depois de alguns segundos de muita raiva sai arrastando aquela mala pesada até o elevador que Justin segurava impaciente.

Não conversamos nem por um segundo se quer.

Ao chegarmos ao térreo à recepcionista da noite anterior deu uma piscada pro Justin, é claro que ele tinha comido ela enquanto eu estava dormindo.

Senti vontade de mandá-la ir se foder, mas me contive.

Joguei-me no banco de passageiro e logo depois Justin deu partida para um lugar que eu não fazia ideia de onde fosse.

- Sabe – disse me virando pra ele – Por que você não pediu para aquela vadia dar um jeito de nós ficarmos lá até a noite?

Ele riu.

- Do que você está falando?

- Ela me pareceu bem interessada.

- Não achei.

- Como não achou? – eu encarava metade de seu rosto e ele mantinha os olhos na estrada – Estava tão na cara.

- Estava pensando em outra coisa. – ele disse por fim encerrando o assunto.

A verdade é que depois de tudo que aconteceu ele ainda estava ali conversando comigo, mesmo depois de eu ter quebrado o nosso acordo ele ainda mantinha o seu.

O de me levar pra casa sã e salva.

Ele estava sendo uma pessoa legal ou queria me fazer sentir culpada?

Nunca terei essa resposta.

Justin dirigiu por mais uma hora até eu sentir meu estômago roncar. Foi tão alto que ele certamente ouviu por que alguns minutos depois parou em um restaurante no meio da estrada.

Desci do carro e fui ao banheiro antes de encontrá-lo de volta já dentro do restaurante. Ele escolheu uma mesa que dava para a janela de onde podíamos ver os carros voando na rua. A garota que anotou nosso pedido flertou com Justin duas vezes e ele simplesmente fingiu que não estava vendo.

Parecia até outra pessoa.

E olha que a menina era uma gata, como o restaurante não era nenhum pouco chique, na verdade parecia mais um lugar abandonado em que alguém resolveu montar um negócio, ela se vestia como uma prostituta, seus seios espremidos em um pequeno top. Pedi apenas noddles e salada. Justin pediu o mesmo, mas sem a sala e também pediu carne. Para beber ele pediu suco pra mim e uma latinha de coca pra ele.

Justin ficou encarando a rua enquanto aguardávamos os pedidos.

Aquele silêncio era horrível.

Por que nos últimos dias conversar com Justin parecia uma das melhores coisas do mundo, por que ambos tínhamos tantas coisas em comum, tanto sonhos não concretizados, tantas coisas sobre as quais era legal falar, tudo que se desfez com o passar dos dias e horas, das escolhas e palavras, principalmente das ações, atitudes feitas sem pensar, no calor do momento, no pesar da raiva.

Fiquei encarando-o por um tempo.

As pequenas pintinhas que iniciavam em seu pescoço e se espalhavam por seu rosto o deixavam tão atraente, elas eram quase invisíveis e isso era o mais interessante sobre elas. O formato de coração que sua boca tinha era algo que tentava entender desde a primeira vez que o vi. Isso é algo tão sexy e diferente que me ajuda muito quando estou pensando nos inúmeros motivos de ele ser o cara mais bonito que já vi.

- Você devia sentir vergonha de sair contando as coisas pros outros. – ele disse se virando para mim com um sorriso torto nos lábios.

E aquilo era a coisa mais incrível sobre Justin Drew Bieber.

Ele não conseguia colocar a culpa de seus erros em outra pessoa.

Por mais que tenha sido eu a contar para o pai dele, ele sabia dentro de si mesmo que foi ele quem começou com tudo, foi ele quem escolheu esse caminho e era ele que estava enganando não só os seus pais como a si mesmo.

Por um segundo tive certeza do quanto tomar o lugar do Trevor era importante pra ele.

Não só por que ele queria ser um Gangster como ele.

Mas por outro motivo.

Que eu desconhecia.

Depois de finalmente almoçarmos voltamos para o carro. Sentia-me bem alimentada apesar de não ter gostado muito do gosto daquele macarrão.

Justin parecia pensar o mesmo que eu, mas também não comentou nada. Pelo menos não tinha ficado muito caro.

- Quanto você ainda tem?

- 200 dólares! – ele respondeu.

- Eu tenho 150. – disse mesmo sem ele me perguntar.

- Eu não quero o seu dinheiro Jessie! – ele murmurou se concentrando nas curvas daquela rodovia movimentada.

Achei extremamente ofensivo, mas não estava com moral pra começar uma discussão que eu certamente perderia.

A verdade é que o Justin Bieber que eu conheço não recusaria nem um real de uma pessoa, e muito menos pagaria a conta de um almoço ou rejeitaria uma recepcionista ou uma garçonete gostosa.

O Justin que eu conheço nem mesmo tem um coração.

Nós já tínhamos atravessado Ottawa inteira em apenas duas horas e meia quando Justin parou em frente a um prédio todo pinchado em um bairro onde parecia só se ter casas daquele nível.

Revirei os olhos sem acreditar que nós íamos ficar ali.

Justin riu da cara de nojo que eu fiz e pegou a caixa de sapatos no banco de trás de onde tirou alguns sacos de maconha e frascos com heroína.

- Fica aqui! – ordenou e depois saiu do carro.

Ele travou as portas e começou a subir a rua até onde havia alguns garotos, na verdade eles pareciam maloqueiros, fiquei com medo só de olhar. Sem contar nas espingardas que eles tinham em mãos, por um momento não queria que Justin tivesse ido.

Estava preocupada com ele e isso era estranho.

Ele ficou conversando com os caras por algum tempo até que um deles pegou as drogas da mão dele. O outro colocou um malote de dinheiro nas mãos de Justin. Mas quando um terceiro cara deu um tiro pra cima meu coração disparou. Será que eles iam fazer alguma coisa com ele? Eu não queria que isso acontecesse. De jeito nenhum.

Destravei a porta do carro sem pensar muito nas consequências e então todos os olhares se voltaram para mim. Eles estavam longe, mas impossível não notar a malícia em cada um deles. Justin me direcionou o pior dos olhares e depois cumprimentou os caras com um aperto de mão. Menos de um minuto depois ele estava segurando meu braço com força e me empurrando de volta para dentro do carro.

- Qual a parte de fica aqui que você não entendeu? – resmungou.

- Desculpa! – pedi enquanto ele dava ré pra sair dali – É que quando eu ouvi o tiro eu fiquei preocupada com você.

- É mesmo? – ele riu – Se eu fosse você teria pulado pro banco de motorista e saído correndo sem dar à mínima.

- Eu sei. – disse baixo.

- Ou talvez eu teria feito o mesmo que você! – ele me lançou um sorriso torto como quando estávamos no restaurante.

- Você está tentando me seduzir ou é impressão minha? – ele riu.

- Não estou tentando nada.

- Deve ser impressão minha.

- Deve ser. – concordou girando o volante em uma curva.

Logo saímos daquele bairro esquisito onde parecia que todo mundo andava armado. Justin dirigiu por mais meia hora até parar em um Hotel. Não chegava nem aos pés do que nós tínhamos dormido, aliás, nunca chegaria. Parecia até que estava caindo aos pedaços.

- Não precisa fazer essa cara! – ele disse ao desligar o carro – Não podemos gastar mais que isso.

- O que você pretende?

- Sinceramente – ele suspirou – Eu não sei.

- Foi o que eu pensei! – murmurei abrindo a porta do carro.

Justin pegou a minha mala e a sua mochila e levou para a entrada do pequeno prédio de apenas três andares. Ele conseguiu um quarto, foi bem fácil por que parece que ninguém se hospedava ali. O que me surpreendeu foi à mulher de meia idade ter dito que havia doze quartos, eu não conseguia imaginar como cabiam tantos quartos em um lugar tão pequeno.

Mas quando entrei no que Justin alugou tive a resposta.

Era minúsculo, menor que o banheiro do meu quarto em Manhattan.

Era o fim do mundo pra mim. A única cama que tinha ali era de solteira, lençóis que eu certamente nem tocaria e uma escrivaninha ao lado da cama. O resto só tinha espaço para colocar a mala, o banheiro era tão pequeno que o vazo ficava de frente para o chuveiro.

Naquele dia me arrependi de todas ás vezes que reclamei da minha vida.

Justin via o meu olhar de repulsa até mesmo no simples fato de me sentar naquele colchão quase sem espuma que deixava a cama dura, como se eu estivesse sentada em uma grade. Mas ele não dizia nada, e nem podia, eu entendia que não tínhamos dinheiro pra pagar algo melhor e que ele precisava ter grana pra abastecer o carro.

- O que vamos fazer? – perguntei olhando para ele que se escorava na porta fechada do banheiro.

Ele não respondeu, o que já era uma resposta.

- Sabe – eu disse apertando forte os dois lados do colchão – Eu não me importo de ficar aqui, não me importo de ter que tomar banho nesse banheiro nojento e dormir nesse pedaço de pau, não me importo com nada disso – encarei seus olhos curiosos – Eu só me importo em ouvir que você me perdoa.

- Perdoar? – ele questionou agora cruzando os braços.

- O que eu fiz não foi certo. – admiti.

- Se eu tivesse feito o certo desde o início você não precisaria dizer a verdade.

- Eu sei. Mas eu parei pra pensar e percebi que se você está fazendo isso é por que tem um motivo, eu não deveria ter me metido.

- Você sabe os motivos. – ele disse pensando por um momento.

- Eu sei? – disse franzindo a testa – Eu acho que ninguém sabe.

- Sim, você sabe. – ele insistiu – Eu te contei.

- Não acho que seja só por causa daquilo. - disse com sinceridade – Mas em todo o caso, você não vai me contar a verdade mesmo.

- Você tem razão. - ele escorreu até cair sentado no chão.

- Seja lá qual for o motivo eu sei que vale a pena, eu quero te ajudar a conseguir o que você quer.

Aquilo era totalmente irônico uma vez que eu mesma tinha acabado com a única possibilidade de isso dar certo.

Ele riu amargo como se eu tivesse acabado de contar uma piada.

- Você não nasceu pra fazer parte desse mundo Jessie.

- Por quê? – questionei me afastando para o fim da cama mais perto de onde ele estava – Eu acho que posso fazer isso.

- Então prove! – ele me desafiou levantando a cabeça e me encarando.

- Como? – perguntei decidida a fazer qualquer coisa para que ele me perdoasse, me fizesse esquecer e tirar essa culpa de dentro de mim.

- Vamos assaltar alguns super mercados essa noite!

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To demorando a postar por que estou com alguns problemas pessoais, mas prometo que vou atualizar o máximo que puder, é isso, amo vocês <3 Qualquer coisa falem comigo (aqui) *-*