Danger in Vegas - Capítulo 10

Eu estou um pouco tonto e confuso. Mas a vida é uma puta, assim como você. Todos os meus dias viraram noites porque estou vivendo sem, sem você na minha vida.

Jenny P.O.V - Leia ouvindo a música 86

Seus lábios em formato de coração me desejavam com malicia, sua franja desengonçada caia sobre seus lindos olhos cor de mel, ele sorriu pelo canto da boca e se aproximou de mim. Eu estava sentada na grama de um lugar que parecia não ter fim. Repleto de árvores e cavalos com montarias incrivelmente bem desenhados.

_ Você fica linda de azul. - Jason exclamou a minha frente, a arma em sua cintura reluzia no sol que fazia a minha pele queimar.
_ Obrigada. - agradeci com um largo sorriso.

Logo ele se sentou ao meu lado e me puxou para seu peito despertando nos meus lábios novos sorrisos, naquele momento era como se eu não pudesse ser mais feliz do que já estava. Me aconcheguei em seu tórax entrelaçando nossas mãos. Ele sorriu indelicado, nunca gostou muito de romance. Beijou minha testa e quando encarei seus olhos novamente eles estavam tomados pelas lágrimas que escorriam descuidadosamente por sua face.

_ O que aconteceu? - meu sorriso se transformou em desespero.
_ Nada. - sussurrou afagando meus cabelos- Eu te amo pequena. 



Jus: ACORDA, ACORDA! - ele me sacudia da forma mais indelicada possível.

Idiota. Estúpido. Imbecil. Merda.

Eu: Porra, por que você me acordou?
Jus: Vai querer dormir aqui madame?
Eu: Além de destruir a minha vida você também quer destruir os meus sonhos é?
Jus: Eu não mandei você ser teimosa.
Eu: Caramba Justin, você é muito idiota mesmo.
Jus: Eu só estou tentando cuidar de você.
Eu: Faria muito bem se me deixasse te ajudar a tocar essa boate dos infernos.
Jus: Eu nunca vou concordar com isso.
Eu: Então vai se foder. - pigarreei e passei por ele antes que ele me impedisse de sair.

Peguei meu celular dentro da bolsa, eram três horas da manhã. Eu tinha dormido naquele escritório depois que o Justin me deixou lá trancada. Ele é um filho da mãe mesmo. Mas a boate continuava cheia, aliás mais cheia do que antes até. Ao descer as escadas notei que o tal governador já tinha ido embora, que pena, seria um máximo faz ciúmes no Justin. Aquele governador é muito filho da puta, um velho safado, quase me comeu com os olhos. O mais engraçado foi o Justin dizer pra ele que eu era namorada dele, que petulante. Não vivo de passado.

Mari: O Chris já foi pra casa. - ela apareceu atrás de mim, estava tomando uma dose de vodca.
Eu: Como é que é?
Mari: Justin disse que ia te levar e ele concordou.
Eu: E desde quando o Justin manda no Chris?
Mari: Eu não sei tá, não pense que eu gostei disso. - ela cruzou os braços emburrada.
Eu: - suspirei- Olha, pode me dizer o que eu tenho que fazer aqui?
Mari: Não sabe? Chris disse que tinha te ensinado.
Eu: É, só que eu não prestei atenção, você pode me dizer?
Mari: E se eu não quiser?
Eu: Se não quiser fala caralho que eu pergunto pra outra pessoa.
Mari: Que garotinha mais petulante.
Eu: Vai pra puta que pariu menina. - esbarrei com força no ombro dela saindo dali.

Eu estava no meio daquela multidão como aquele bando de pessoas perdidas e sem juízo algum procurando por alguém que pudesse me informar o que eu tenho que fazer nessa bagaça. Se o Justin acha que eu vou desistir ele está muito enganado, desistir é uma palavra que não combina comigo. Foi impossível esconder o sorriso ao notar o Luke no meio de todas aquelas pessoas, ele estava com o Chaz porém o Chaz estava comendo uma prostituta ali na frente de todo mundo.

Eu: Luke! - murmurei com a respiração ofegante.
Luke: Salve patroa.
Eu: É, será que poderia me ajudar?
Chaz: Nossa Jenny você tá gostosa. - ele murmurou ao notar minha presença, esse sim sabe como me deixar sem graça.
Luke: Não fala merda Chaz. - ele revirou os olhos- Então, no que eu posso ajudar?
Eu: Queria saber o que eu posso fazer aqui hoje...
Luke: Sabe aquele cara ali... - ele aponto disfarçadamente para um homem de cabelos grisalhos e barba que estava sentado em uma das mesas de poker acompanhado de uma das vadias da casa.- ele é um empresário fodão, viciado em maconha.
Eu: Pelo menos ele tem dinheiro pra sustentar o vicio.
Luke: Sim, ele tem. E é ai que nós entramos, você tem que conseguir fazer ele apostar tudo que tem nas mercadorias que vão ser enviadas pro Brasil amanhã.
Eu: P-por que? - gaguejei.
Luke: Ele mora no Brasil. Ele só veio aqui pra isso, ele só está esperando a gente chegar, entenda uma coisa Jen, todo mundo aqui quer droga e prostituição, é pra isso que eles veem aqui todos os dias.
Eu: Caramba. Foram-se os tempos que a gente saia por diversão.

Luke virou a cabeça pra trás gargalhando.

Luke: Você precisa entender Jen, isso aqui não é uma boate de festas, isso é aqui é a cabeça do tráfico de Las Vegas, é aqui que controlamos tudo, inclusive a mafia de Nova Iorque.
Eu: Uau.- foi tudo que eu consegui dizer.
Luke: O nome dele é Leonardo Castro. Justin ainda não sabe que ele está aqui, essa é a sua chance de mostrar pra ele do que você é capaz.

Essas palavras despertaram um instinto competitivo em mim.

Eu: Me diz, o que exatamente eu tenho que fazer?
Luke: Convença ele a investir o maior número de dinheiro que conseguir.
Eu: Vou fazer isso. - disse firme caminhando em sua direção.
Luke: E não se esqueça, você tem que ser mais esperta que ele.

Assenti com um sorriso e me aproximei do tal Leonardo, ele devia ter 50 anos, ficaria mais novo se tirasse aquela barba, era um coroa gato, dá pro gasto. As garotas que já sabiam que eu era a nova chefe dali uma vez que o Chris me apresentou a todas elas quando chegamos, saíram de perto dele nos deixando a sós naquele mísero espaço. Ao me ver ele me mediu de cima em baixo da mesma maneira que o governador e se levantou para me cumprimentar.

Leo: Boa noite moça. - ele beijou minha mão com delicadeza, pelo menos ele percebeu que eu não era uma daquelas vagabundas.
Eu: Ótima noite. - afirmei sorrindo encantadoramente.- Leonardo Castro, não é?
Leo: Sim e você deve ser a Srta. Bieber.
Eu: Só nas horas vagas. - brinquei.- Prefiro ser chamada de Jenny James.
Leo: Prazer em conhece-la Jenny!
Eu: O prazer é todo meu. Gostou da nossa boate? Espero que tenham o tratado bem.
Leo: Ah, fui muito bem atendido. - ele garantiu.- Não quer se sentar? - ele puxou uma das cadeiras da mesa e eu me sentei sem deixar aquele sorriso falso desaparecer.
Eu: Luke me disse que você é do Brasil. Eu adoro o Brasil.
Leo: É mesmo, você já foi lá?
Eu: Mas é claro. - menti - Fui a cidade do Cristo Redentor.
Leo: Salve Rio de Janeiro. - ele disse empolgado, eu nem se quer sabia que era Rio de Janeiro, só tinha visto na internet que no Brasil tinha um ponto turístico conhecidíssimo chamado Cristo Redentor.
Eu: Isso, Rio de Janeiro. Imagino que lá é bem difícil o tráfico de drogas, digo, o transporte.
Leo: Realmente. - concordou tomando um gole de uísque, é um idiota, um dos lugares mais fáceis de entrar com droga é o Brasil pelo que o Chris me ensinou.
Eu: Sabe que nós podemos fazer isso, não é? - notei Justin descer as escadas e me fuzilar com os olhos ao me ver ali conversando com aquele homem. Ele caminhou na minha direção com os olhos cheios de raiva mas Luke o impediu antes que ele se aproximasse.
Leo: Sim. - ele sussurrou fazendo minha atenção se voltar pra ele novamente.-
Eu: É... você pode até comprar mais e ter por um bom tempo, aliás você pode muito mais que isso, você pode comprar e revender pelo triplo lá no Brasil, é grana pra caralho.
Leo: Acha mesmo Jenny? - ele estava curioso.
Eu: Sim senhor Leonardo. E veja que engraçado, vai ter um estoque pro Brasil amanhã, tem outro empresário de olho, mas se o Senhor quiser posso reservar já que ele ainda não chegou.
Leo: Faria isso?
Eu: Claro.- afirmei com um sorriso.- O senhor é novo por aqui, temos que abrir uma exceção.
Leo: Uma moça tão bonita e tão educada. - ele abaixou seus olhos até o meu decote e pousou sua mão na minha coxa. Arrepiei a espinha. Precisava me controlar.
Eu: E então, vai querer?
Leo: Eu não sei, o que você acha?
Eu: Tenho certeza de que não vai se arrepender. - falei próxima a sua boca, fui bem ousada.
Leo: 1 milhão de dólares está bom pra você?- ele apertou minha coxa. Me assustei, caralho, ele disse um milhão de dólares? Aquilo era demais.
Eu: Só isso? Tenho certeza que esse outro empresário daria muito mais. - molhei os lábios provocando.
Leo: 1 milhão e meio. - ele puxou minha cadeira pra mais próximo dele, sabia que Justin pularia em seu pescoço a qualquer momento, precisava ser rápida.
Eu: Dois milhões e não se fala mais nisso. - disse me levantando antes que ele me agarrasse ali, pelo amor de Deus ele tirou conclusões precipitadas de mim.
Leo: Foi bom fazer negócio com a senhorita. - ele apertou minha mão.
Eu: Eu digo o mesmo. - me afastei de sua mesa e pisquei paras as garotas que voltaram para perto dele.

Luke segurava Justin com as forças que ele não tinha mais. Justin estava com tanta raiva que eu achei que ele ia explodir a qualquer momento. Aquilo sim era prazeroso, bem feito pra ele, ninguém mandou ser tão estúpido. Me aproximei deles com o meu melhor sorriso e ele segurou meu braço com força. Esse menino violento já está me enchendo.

Jus: Tá ficando doida Jenny?
Eu: Me solta caralho. - reclamei irritada puxando meu braço.
Jus: Eu vou matar aquele desgraçado.
Eu: Justin não viaja.
Luke: Se acalma ai chefia.
Jus: Se acalma? Eu ainda vou arrebentar a sua cara por ter deixado ela ir lá.
Eu: Vai mesmo? Por que eu duvido que você tiraria dois milhões de dólares daquele velho tarado.
Luke: DOIS MILHÕES? - sua boca tinha o formato de um Ó.
Jus: Você tá brincando...
Eu: É ai que você se engana gato. Luke pode mandar a Mari vadia imprimir o contrato e levar lá na mesa dele.
Luke: Sim senhora. - ele saiu maravilhado sorrindo pras paredes.

Justin me olhava sem emoção, eu daria qualquer coisa pra adivinhar os seus pensamentos.

Eu: O gato comeu sua língua?
Jus: No momento eu queria saber quem comeu o outro pedaço da sua roupa.
Eu: De novo isso?
Jus: Eu não preciso de você aqui se insinuando para um bando de safados pra conseguir grana.
Eu: Pelo amor de Deus, para de ser machista.
Jus: Eu não gosto do jeito que essas pessoas te olham Jenny. - ele tirou seu casaco e colocou nos meus ombros me cobrindo.
Eu: Ciúmes?
Jus: Só cuido do que é meu, agora vamos embora. - ele me empurrou para fora da boate com as mãos nas minhas costas.

Ele tinha vindo na sua Ferrari, eu amo aquele carro, ele é demais. Mas eu estava irritada por ele ser tão idiota, pelo menos eu tinha ganhado a noite, querendo ou não eu mostrei pra ele do que sou capaz. Ele abriu a porta pra mim e eu entrei emburrada. Ele deu a volta e entrou no carro, colocou a chave de ignição e então descansou sua cabeça no volante batendo as mãos nas suas laterais com violência.

Eu: Justin, que foi?
Jus: Nada. - seus olhos brilhavam de tristeza quando ele deu partida.

Eu odiava aquilo, odiava querer fazer tudo certo mas ao mesmo tempo querer estar ao lado dele. Por que eu sei que o Justin que eu conheço ainda é aquele que está dirigindo, só um pouco mais magoado, um pouco mais coração partido, um pouco mais mudado pelas páginas da vida. E no fim da noite, ele é só o mesmo que sempre foi, transtornado por tudo que está acontecendo, sentindo muito mais do que aqueles que dizem sentir tanto.

Eu: Me desculpa. - murmurei deixando uma misera lágrima cair.- Me desculpa mas eu não posso desistir disso, hoje quando você me deixou dormindo eu sonhei com o Jas. - ele não desviou os olhos do volante- Ele estava tão feliz e de repente ele chorava, quando eu acordei eu senti uma puta vontade de vingar a morte dele e eu sei como você se sente em relação a isso. Eu sei que você não me quer aqui e eu sinto muito, sinto muito mesmo por que eu não vou embora.

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me perguntem aqui princesas *-* Se der os comentários eu posto mais um hoje ><  eu amo vocês