Danger in Vegas - Capítulo 13 - Pra Letícia Gabrielle

E eu sei o que ela irá dizer se isso fizer toda a dor desaparecer. Podemos parar isso por um minuto.Sabe, posso dizer que seu coração não está nisso ou com isso. 

Justin P.O.V - aviso no fim do capítulo

Eu não sabia o que fazer, ela estava abraçada aos seus joelhos sentada no chão enquanto chorava profundamente com a cabeça escondida em suas pernas. Ver aquilo me fazia querer sangrar mas eu não conseguia me agachar e abraça-la, eu não podia dar o braço a torcer, meu orgulho era maior e falava mais alto que qualquer coisa. E agora meu celular estava dentro do carro que aqueles idiotas tinham pegado e saído sem mim, eu estava há pelo menos duas hora de Las Vegas, de carro né e isso se estivéssemos a uma velocidade alta. Jenny não para de chorar, ela estava quase soluçando, aquilo era angustiante, estava começando a me irritar por que eu odiava me sentir culpado, eu não devia me sentir assim.

Eu: Será que dá pra você parar de chorar?

Pelo contrário ela chorou mais ainda, parecia uma criancinha que tinha perdido seu ursinho. Fala serio por que ela tem que ficar fazendo drama na minha cara? Eu já sei que faço tudo errado, que não ajo como um homem de verdade mas eu não preciso dela jogando isso na minha cara o tempo inteiro. Meu Deus, aonde foi que eu errei? Por que ela não podia simplesmente calar a boca e voltar pra Nova Iorque, por que ela não podia esquecer da minha existência? Eu odiava aquilo, odiava aquela garota. Eu nunca poderia esquecer o que ela me disse.

Eu: CALA A BOCA PORRA, EU NÃO QUERO OUVIR VOCÊ CHORAR!
Jen: EU ODEIO VOCÊ! - ela gritou se levantando e seguindo em direção a cidade pelo acostamento.
Eu: Aonde você pensa que vai?
Jen: Não te interessa.

Ela continuou andando. Merda além de estar naquele fim de mundo ela ainda tinha que fazer o show. Bati os pés no chão irritado e segui atrás dela caminhando mais lentamente apenas para não perde-la de vista. A velocidade dos carros que passavam na BR a assustava ás vezes e isso era engraçado. Eles provavelmente estavam a 160km em uma BR de 120Km, era quase um avião aterrizando ao seu lado.

***

Eu: Porra Jenny já estamos andando a uma hora, dá pra parar? - reclamei sendo vencido pelo cansaço.

Jen: Cala a boca idiota eu não mandei você vir atrás de mim.

Eu: Você é chata pra caralho, puta que pariu.

Jen: Se eu sou chata então por que você está aqui conversando comigo? - ela não parou de andar e continuava olhando pra frente.

Eu: Você está vendo outra opção pra mim?

Jen: Tô porra, a de você ficar ai e me deixar em paz.

Eu: Apesar de você ser teimosa eu tenho que te proteger.

Jen: Nossa, serio? - ela riu debochada.

Eu: Para com a ironia.

Jen: Nossa, eu daria tudo pra entender você sabia? 

Eu: Me entender? - arqueei uma sobrancelha.

Jen: É. - ela finalmente parou e se virou pra me encarar, seus cabelos estavam grudando na testa devido ao calor imenso.-  Você diz que quer me proteger mas vive me falando merda, você me beija e um minuto depois está curtindo com a minha cara, fica de safadeza com aquelas duas piranhas e depois me tranca naquela merda de escritório, ai você diz pro governador que eu sou a sua namorada menos de um segundo depois você está aqui gritando comigo, sendo um completo idiota. - havia decepção no tom de sua voz, seus olhos estavam marejados mas o seu orgulho a impedia de deixar mais uma lágrima cair.

Não, eu não odiava a Jenny. Eu amava aquela garota e cada detalhe dela. E eu tinha ficado chocado quando ela conseguiu arrancar dois milhões de dólares do cara lá. Mas porra eu odeio ver outros homens olhando pra ela, odeio ela ser tão ingenua e não perceber que não existe ninguém bom nesse mundo. Odeio ela estar aqui, odeio ela estar metida no meio de tudo isso e também odeio gostar dela apesar de tudo que ela me disse naquele dia miserável. 

Flash Back ON /

Eu: Como você é estúpida.

Jen: Estúpida? Sou mesmo, você pegando aquela garota a uma semana e eu burra achando que eramos o casal perfeito, eu te amando e de repente tudo se desmorona, eu achava que o que a gente tinha era real. E sabe Justin você é ótimo pra construir sonhos mas quando se trata de destruí-los você consegue ser melhor ainda.

Engoli em seco aquelas palavras que passaram rasgando pelos meus ouvidos.  E por um segundo eu desejei ser surdo, eu não merecia ouvi-las.

Eu: Você acha isso de mim?
Jen: É, eu acho sim. Olha aqui, não precisa fingir, é melhor ser igual ao Jason, ser o que você é, sabe você sempre foi tão perfeito,fez tudo certo e me tratou como uma princesa, eu me sentia a garota mais amada e feliz do mundo mas eu me esqueci que não existe conto de fadas... e ai eu me pergunto, nesses quatro meses quantas vezes você me traiu? E todas aquelas coisas que você me dizia, pra quantas você disse isso? E isso dói , dói muito, por que cara eu te amo pra caralho, e essa noite... essa noite Jason e eu nos beijamos, é nós nos beijamos e porra, eu sinto muito mas eu senti tanta raiva quando vi você com ela, raiva por defende-la, por ter cantado pra ela, raiva por você ser tão hipócrita, muita raiva. E ás vezes eu fecho os olhos e então eu pisco e vejo você, e ouso as palavras de amor que você sussurrava em meus ouvidos, e ai eu olho pro Jason e então é tudo imperfeito mas é bom por que cara, eu descobri que posso gostar de duas pessoas mas velho... pelo menos quando estou com ele as coisas são reais, e o que ele me diz  sendo bom ou não são coisas que ele sente, xingando, brigando ou dizendo que eu sou linda, ele é só o Jason... - as mesmas lágrimas salgadas que escorriam sobe minha face naquele momento desciam quente pela sua face junto com seu rímel e lápis que foram borrados pela água da praia.-

Todos estavam chocados, simplesmente paralisados, sem ação. Miley iniciava um choro profundo.

Miles: JENNY EU NÃO ACREDITO!
Jen: É a verdade, por que de repente tudo fez sentido, Justin não é quem eu pensava que fosse, ele não é aquele príncipe que parece ter sido tirado dos contos de fadas, ele é um homem, um garoto, e ele vai trair, ele vai fazer coisas pelas costas e depois ele vai jogar na sua cara que existe uma pessoa mais bonita que você, e então ele vai fazer pra essa pessoa as mesmas coisas que costumava fazer com você e então você vai ficar com tanta raiva que vai se esquecer que um dia amou ele, por que no fundo do seu coração você queria que não fosse uma mentira.
Kris: Filha...
Jen: Sinto muito se vocês gostam dele, mas de anjo ele só tem a cara, não fazem ideia de como me senti ontem a noite, que belo presente de aniversário e de namoro eu ganhei e ainda tem aquele idiota do pai dele, eu não preciso ouvir duas vezes pra entender que não sou bem vinda naquela casa.

As lágrimas desciam sucessivamente pela minha face transtornada, meu coração tinha se partido ao meio. Então era aquela garota com quem eu queria me casar e formar uma família? Era aquela garota em que dezenas de vezes eu fiz carinho, fiquei conversando até tarde, comprei flores, chocolates, fiz juras de amor, sai, me entreguei, fiz amor, ajudei, apoiei, amei, sorri, chorei, fiz de tudo, tudo pra fazê-la feliz, das máximas até as mínimas coisas, era ela, era ela?

Jen: Não vai falar nada Jus? Eu sabia que não. Tá doendo né? Doeu em mim também, ó, da próxima vez escolhe uma pessoa que já sofreu muito,uma pessoa que já esteja acostumada a ter o coração partido, não tinha jeito pior de você me magoar do que na frente de toda a sua família no dia do meu aniversário, né ? Justo no dia que o nosso amor eterno completava mais um mês. Que desperdício, quantas baladas eu poderia ter ido com o seu irmão nesses quatro meses?
Eu: JÁ CHEGA! - gritei num suspiro profundo.- Eu vou embora.
Jen: E eu vou para o meu quarto, vem Jason! - ela puxou seu braço, eu queria socar a cara dele.
Jas: Eu acho melhor não...
Jen: Por favor!
Kris: Você está louca!
Miles: Eu... eu...
Rob: O Jason vai embora e nós vamos conversar.
Jen: O Jason vai subir comigo e vocês vão conversar sozinhos.

Dei alguns passos até a porta ainda perplexo, enxuguei as lágrimas do meu rosto e então tive que encarar sua face, talvez pela última vez em toda a minha vida.

Jus: Eu não sei por que diabos me apaixonei por você.

Flash Back OFF/

A Miley disse que a Jen sofreu pra caralho quando ficou sozinha depois que o Jason morreu e eu me mudei pra Las Vegas mas porra, eu tenho certeza que isso não foi nada perto de tudo que ela me disse aquele dia, perto de tudo que eu passei dia após dia depois que ela partiu o meu coração em pedaços. E o que mais me dói é eu não conseguir controlar o desejo que tenho por essa garota, o amor, a loucura, esse sentimento que toma conta de mim e me faz perder a razão.  Eu odeio saber que eu gosto de tê-la aqui, eu fecho meus olhos e me lembro do que ela me disse mas então eu os abro e vejo aquele par de olhos verdes me encarando e tudo que eu quero é tocar aqueles doces lábios, abraça-la e dizer que vai ficar tudo bem.

Mas o meu orgulho fala mais alto dentro de mim, ainda mais por que ela insiste nessa loucura de me ajudar a vingar a morte do Jason, nessa loucura de entrar pra gangue, de correr perigo, eu não quero isso pra ela.  Eu posso ser um completo idiota por ama-la dessa maneira mas eu simplesmente não posso lutar contra esse sentimento. É mais forte que eu, é mais forte que tudo. É algo que o meu orgulho insiste em manter intocável.

Jen: Você não vai falar nada não é? - sua voz me despertou daqueles pensamentos dolorosos.- Você tá muito irritante depois que o Jas morreu, fala serio cadê aquele príncipe que namorou comigo a um ano atrás? As vezes dá vontade de socar a sua cara, serio mesmo, socar bem forte pra ver se você volta a memória e volta a ser o Justin que eu conheci. Você só sabe gritar comigo, é um completo idiota, e ainda fica com aquelas vadias, porra Justin!
Eu: Eu não quero mais brigar. - disse caindo sentado no chão e pousando minhas mãos no meu joelho.
Jen: Você tá muito perto da BR, sai dai Justin.
Eu: Me deixa aqui, seria bom mesmo se eu morresse agora.
Jen: Cala a boca idiota, olha só o que você tá falando.
Eu: Mas é a verdade Jenny, minha vida tá um saco, tudo por causa de uma merda de vingança.
Jen: Então esquece isso.
Eu: Você consegue esquecer?

Ela abriu a broca mas a palavras ficaram presas em sua garganta. Então ela se sentou ao meu lado bem próxima a BR. Nós estávamos de costa e o vento dos carros passando quase nos jogavam pra frente de tão forte. Ela encostou sua cabeça no meu ombro e envolveu seu braço esquerdo no meu braço direito se acomodando.

Jen: Que saber? Se for pra morrer então a gente morre junto.

Sorri pelo canto da boca, essa é a minha Jenny.

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Tuita aê :)  Tweetar 

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