Jenny Criminal - Capitulo 36 - Pra Lisa *-*

Eu estou ficando cansado de perguntar, esta é a última vez. Então, eu fiz você feliz? Porque você chorou um oceano, e há milhares de linhas sobre o jeito que você sorri, escritos na minha mente. Mas cada palavra é uma mentira. - P.O.V McFly

Jenny P.O.V - Aperte pause na play list e leia ouvindo essa música - (aqui)

Minha cabeça latejava, meus neurônios não pareciam estar certos, tudo ao meu redor rodava como uma roda gigante sem freio. As incertezas tomavam conta do meu coração e eu desejava mais que tudo ouvir a sua voz. Eu queria ouvir a voz dele, queri vê-lo, queria senti-lo, queria poder ouvir a sua doce e rouca voz dizendo o quanto me amava, que tudo ficaria bem. Eu sentia falta dele a cada vez que respirava, tudo ia mal. Já tinha mais de dois meses e meio que eu não o via, dois meses e meio, sabe o que é isso? Dois meses jogados fora por um descuido, por um erro, por uma estupidez. E por minha culpa tantas coisas ruins aconteceram, eu precisava falar com ele de qualquer jeito.

Peguei o celular em cima da escrivaninha e tentei ligar pra Pattie, ela não me atendia há uns três dias, eu só queria ter notícias dele, será que nem isso eu podia ter? Sabia que ele ainda estava internado, porra, já tinha duas semanas, como isso aconteceu? Minha vida se resumia em chorar, dormir, chorar, quebrar todas as minhas coisas e desejar a morte. É, eu queria morrer, eu não sabia que não podia suportar tudo me sufocando dessa maneira.

Minha tia, que é juíza me disse que Jason não pode sair da cadeia, que por mais que ela tentasse não conseguiria tira-lo por que ele tem uma lista de crimes intermináveis, e que tudo tinha ficado pior com aquele denuncia da Miley, e caso Justin não ficasse bom logo pra depor a favor dele, nada ia mudar. Ele tinha sido transferido para outro presídio, estava em uma cela particular pois todos os presidiários queriam mata-lo.  E o nome dele ainda não saiu das manchetes dos jornais, isso é incansável. Miley não quer retirar a denuncia e não nos falamos muito.

Mal pude acreditar quando ouvi a voz de Pattie atendendo do outro lado da linha...

Pattie: Alô?

Eu: Oi, sou eu, a Jen.

Pattie: Eu sei, tudo bem com você querida?

Eu: - suspirei- É, tô sim. Como o Justin está? Não tenho notícias desde...

Pattie: Eu sinto muito por não ter atendido, estava sem tempo e meu celular desligado... - é obvio que ela estava mentindo, Justin não queria falar comigo, ele tinha pedido pra ela não atender, eu sabia

Eu: Entendo, mas me diz, como ele está?

Pattie: Ele está bem, os hematomas sumiram quase todos, só a parte de dentro, os pulmões, que foi danificada,  ainda tem que pegar o resultado de alguns exames, mas só vamos saber o resultado hoje e ai o médico vai dizer quando ele pode receber alta.

Eu: Isso é ótimo, meu Deus. - foi impossível deixar de sorrir, é, eu estava muito feliz de ouvir aquelas palavras.

Pattie: Sim, é ótimo.

Eu: Patricia, será que posso ver ele?

Pattie: Jen eu acho que ele...

Eu: Olha, eu sei que ele não quer me ver, sei que a senhora está inventando desculpas pra eu não me magoar, mas por favor eu imploro, meu coração está doendo, entende? Doendo muito, e isso só vai passar quando eu falar com ele, ver ele, abraçar ele, e pedir perdão, por favor não me negue esse direito, não me negue esse pedido, eu imploro. - droga, meus olhos estavam umedecidos, sou uma chorona mesmo.

Pattie: Jenny eu não sei se... - ela estava indecisa, com o coração na mão.

Eu: Por favor, por favor. - implorei.

Ela suspirou.

Pattie: Tá legal, vai ter visita depois do almoço, se você quiser vir...

Eu: OBRIGADA, AI MEU DEUS, OBRIGADA! - eu gritei sorrindo verdadeiramente.

Pattie: Calma, calma, vou te esperar, tenho que desligar, beijo, se cuida.

Eu: Você também, até depois do almoço.

"YES" eu gritei dando um pulo em cima da cama após desligar o celular. Pela primeira vez em muito tempo eu consegui sorrir, tudo bem, eu só ia ver o Justin, mas e dai? Isso pra mim, isso era tudo.

[...]

Apertei para subir pro quarto andar do Hospital Mount Sinai, minhas mãos tremiam, eu estava completamente tensa e ansiosa para vê-lo, era como se eu não o visse a anos. Aquele cheiro, aquele clima, eu sempre odiei hospitais.
Assim que a porta se abriu  ajustei minha bolsa no ombro e coloquei o celular no bolso, em seguida sai quando outras duas pessoas entravam.  Logo que adentrei aquela pequena sala de entrada, vi Pattie sentada no sofá ao lado de Jeremy. Ela quase cochilava encostada em seu peitoral. Ele alisava seu braço enquanto ela abria e fechava os olhos várias vezes seguidas. Suspirei e caminhei até lá...

Jer: O que você está fazendo aqui? - ele perguntou zangado despertando Pattie, eu odiei aquilo, porra, ela não devia dormir a dias e ele assustada ela daquele jeito.

Pattie: Jeremy se acalma! - ela pediu meio que ainda em transe dando um leve tapinha em seu ombro.

Jer: Eu não sei o que ela está fazendo aqui, Justin disse que não quer vê-la. - aquelas palavras me doeram de uma forma inacreditável.

Pattie: Eu disse pra ela vir. - ela se levantou meio cambaleando e veio em minha direção para me dar um abraço bem apertado, eu queria chorar naquele exato momento, mas nem lágrimas eu tinha mais.- Oi Jen, ele está bem, vai ficar tudo bem.

Eu: Obrigada. - agradeci com um sorriso sem vida.

Jeremy continuou sentado sem se quer me olhar, ele estava realmente irritado com a minha presença. Mas ele tinha razão, eu não tinha aquele direito, a culpa era toda minha, Justin não queria me ver, Pattie já tinha problemas suficientes e o outro filho dele estava preso, tudo culpa minha, era isso que eu repetia pra mim mesma a cada vez que respirava. Pattie apenas o ignorou me mostrando aonde era o quarto dele, meus pelos se eriçaram completamente quando caminhei até lá. 

Coloquei a mão na maçaneta da porta, então olhei para onde Pattie estava agora de volta ao sofá, ela sorriu do modo mais singelo que podia me confortando, suspirei um monte de ar pela boca e abri a porta. Foi impossível deixar de sorrir ao vê-lo, ele brincava com Jazmyn, ela estava no seu colo. Ele ria, ria como o velho Justin por quem eu me apaixonei, aquele sorriso, aquele que me tirava o fôlego. Passei para dentro do quarto sem fechar a porta...

Jus: Jazzy só tinha dois do Bob Esponj...- ele parou de sorrir no exato momento em que me viu. Ele estava completamente sem fala, perplexo, estático, era quase como se ele não respirasse. Ele definitivamente não estava esperando por isso. 

Jazzy: JENNY! - ela gritou sorridente pulando da cama e correndo até mim. Ergui os braços e ela pulou no meu colo me apertando forte. - Eu senti a sua falta Jen.

Eu: Princesa, eu também senti a sua falta. - eu estava agachada segurando suas mãozinhas.

Jazzy: Eu ganhei outra boneca daquela que você me deu sabia?

Eu: Serio, ganhou mesmo?

Jazzy: Sim, o meu irmão Jas me deu no Natal. - eu senti o clima ficar mais tenso quando ela disse o nome do Jason.

Eu: Nossa, que legal.

Jazzy: Quando a tia Pattie disse que você era a nova namorada do Jason, ele ficou bom Jen, ele ficou bom, muito bom. - seus olhos brilhavam.- E agora, agora o Biebs está aqui mas ele vai sair logo e a gente vai assistir Bob Esponja, eu ganhei uma coleção de DVD'S que ele me deu.

Jazzy: Uau, que demais Jazzy! - eu não sabia o que dizer, simplesmente sorria para aquela pequena e indefesa princesa na minha frente.

Justin revirou os olhos irritado com aquela cena, e só então reparei no modo como ele estava. Seu rosto estava roxo ao redor dos olhos, ele estava completamente acabado. Mas eu sabia, sabia que ele esteve muito pior, que aquilo eram apenas meros machucados perto de toda a surra que ele tinha levado. 

Jus: Jazzy por que você não vai chamar o papai pra buscar o Jaxon pra brincar com a gente? 

Ela concordou beijando levemente a minha bochecha e saindo correndo porta a fora logo depois.Aquilo era tenso, era muito tenso. Jus fixou os olhos na pequena escrivaninha ao lado de sua cama aonde havia um prato de sopa de legumes intocado. Estralou seus dedos procurando outro ponto da sala, ele só não queria me ver, não queria olhar pra mim, odiava a minha presença ali. Eu precisava me pronunciar, caso contrário ele nunca falaria comigo.

Eu: Oi. - disse quase num sussurro.

Jus: O que você quer? - ele perguntou seco finalmente me encarando.

Eu: E-eu vim te ver.

Jus: Pra que? O que você quer ?

Eu: Justin eu agi errado com você, eu fui uma idiota, eu disse coisas que...

Jus: Eu já sei o que você fez, você também sabe, dá pra esquecer? Eu só quero que você saia daqui e siga em frente, quero que esqueça tudo que a gente viveu por que eu estou tentando esquecer, todos os dias da minha vida desde que você decidiu ficar com ele, agora dá pra fazer o mesmo? - ele estava alterado, desabafava.

Eu: Eu só quero te pedir perdão, eu te amo, eu te amo tanto, eu sinto muito por tudo, sei que é minha culpa, eu sei disso, mas porra tenta entender, eu achei que você tava me traindo, eu me deixei levar pela atração que sentia por ele, eu errei cara, eu sei, mas quem nunca errou?

Jus: - ele riu sem vida-  Você é muito engraçada mesmo. VOCÊ ACABOU COM A MINHA VIDA!

Eu: DESCULPA, DESCULPA, EU SINTO MUITO, SERÁ QUE NUNCA ERROU?
Jus: ERRAR É UMA COISA, DESTRUIR UMA FAMÍLIA É OUTRA COISA MUITO DIFERENTE JENNY!
Eu: NOSSA, COMO SE A SUA FAMÍLIA FOSSE PERFEITA!
Jus: ELA ESTAVA BEM MELHOR ANTES DE VOCÊ APARECER. - ele se levantou na cama colocando os pés descalços no chão. De repente ele pareceu ficar tonto e teve que escorar na cama maca, levou uma das mão ao abdômen como se estivesse sentindo uma pontada de dor.- Ai.
Eu: Justin, o que você tem? - perguntei preocupada segurando seu braço, após limpar as lágrimas.
Jus: Me solta. - ele resmungou puxando seu braço.- Sai daqui por favor.
Eu: Porra me dá uma chance.
Jus: Chance? Você acha mesmo que merece isso? Eu não quero te ver nunca mais. Agora por favor saia daqui, e não se preocupe com o seu amor, eu vou negar a denuncia que a Miley fez contra ele amanhã mesmo quando sair desse maldito hospital, ele não vai ser inocentado do resto dos crimes mas pelo menos vai ganhar aberroscópio pra sair, você sabe, depois que ele sair eles nunca mais vão conseguir prende-lo.
Eu: Eu não quero ficar com o Jason, sim, eu quero que ele saia da cadeia, eu quero tudo que há de melhor nesse mundo pra ele, mas porra, é você que eu amo, você que eu quero que seja o meu marido, caralho, casa comigo? Eu sei que ia me pedir em casamento aquele dia, eu sei que fiz tudo errado, mas pensa, um dia você queria isso, queria nós dois juntos, queria formar uma família ao meu lado, será que dá pra ir lá no fundo do seu coração e tentar encontrar os motivos por você querer tanto aquilo?

Ele caiu na cama novamente deixando algumas lágrimas rolarem sem olhar pra mim, apenas escutava cada palava que eu dizia, eu sabia que ele ainda me amava, me queria, e ainda se lembrava de tudo que vivemos juntos, mas seu orgulho estava ferido e eu entendia, entendia isso. Nós estávamos de cabeça quente e aquela conversa não ia dar em lugar nenhum, não ia mesmo.

Dei alguns passos até a cama, ele não me olhava, apenas deixa as malditas lágrimas escorrerem sem cessar, estávamos desabando, completamente. Ele limpou suas lágrimas, segurei seu queixo forçando-o a olhar pra mim. Seu olho dentro do meu olho. Uma única misera lágrima escorreu de seus olhos, aproximei meus lábios dos seus selando-os com delicadeza e sentindo o gosto salgado das lágrimas que haviam acabado de cessar.

No meio de todo aquele ódio, aquelas brigas, desentendimentos, burradas, no meio de toda aquela merda de vida tudo que ainda restava era o que tínhamos vivido, eram as lembranças... eram as recordações de que um dia fomos felizes juntos.

Jus: Vai embora, eu te peço Jen, vai embora. - ele murmurou ainda com os olhos fechados, ainda com os lábios tão próximos, como sempre costumaram estar.
Eu: Eu te amo. - sussurrei o abraçando, enterrando sua cabeça em meu peitoral.
Jus: JENNY POR FAVOR! - ele gritou me empurrando com brutalidade para longe dele, havia raiva, orgulho, dor, tudo misturado...

Me aproximei novamente passando a mão em seu rosto e colocando uma de suas mãos em meu coração que batia aceleradamente de uma forma absurda. Ele esta preso no meu rosto, sem mover um músculo.

Eu: Isso parece errado? - bati levemente sua mão duas vezes no lado esquerdo do meu peito.- Isso parece errado Jus?

Ele não disse nada.

Aqueles olhos cor de mel nunca me pareceram tão tristes.

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