Jenny Criminal - Capitulo 37 - Pra Brenda

“Sempre sentia o peso da saudade me pressionando. Na maior parte do tempo, conseguia afastar essa lembrança, mas de vez em quando, tudo voltava a minha mente. As imagens nunca mudavam ou se enfraqueciam, nunca ficavam obscuras. Era como se eu revivesse tudo novamente.” — A Última Música.

Justin P.O.V -> AVISO NO FIM DO CAPÍTULO -q

A TV estava ligada, as palavras do apresentador soavam quase num sussurro pois eu mal prestava atenção no que elas diziam. Peguei o controle e fiquei mudando de canal sem ao menos saber o que eu realmente estava procurando. As coisas não pareciam fazer sentido naquele dia, eu sentia uma coisa ruim, era como se o silêncio fosse a única palavra que eu pudesse pronunciar. Eu estava em casa, há dois dias e as coisas ainda estavam tão escuras, tão sem vida.

Vi minha mãe e o meu pai saindo da cozinha, Jer tinha as chaves de seu carro em mãos. As crianças não estavam com eles o que era estranho por que elas geralmente acordam com fome e já eram mais de 11 horas da manhã.

Jer: Ei Bieber, eu e sua mãe vamos buscar o Jason na delegacia, as crianças estão lá em cima brincando, cuida deles até nós chegarmos ok?
Pattie: A comida está pronta, é só esquen...
Eu: Não precisa ir, eu vou. - disse desligando a TV e me levantando do sofá.

Eles se entreolharam preocupados.

Pattie: Bebê é melhor a gente ir mesmo...
Eu: Não mãe, eu vou. Eu já disse que vou.
Jer: Mas Justin, você não pode dirigir ainda.
Eu: Eu levei uma surra, eu não morri não tá?

Minha mãe suspirou encarando meu pai, eles procuravam uma maneira de me impedir de ir, mas sabiam que não iam conseguir e num suspiro me disseram que tudo bem. Subi até o meu quarto e coloquei uma camiseta, peguei a chave do meu carro, meu celular e sai. Jason finalmente ia sair da prisão, ele ficou mais de duas semanas lá, ele devia estar muito irritado.

[...]

Ele apareceu na sala de espera da Delegacia escoltado por quatro policiais. Eles tiraram a algema dele, depois ele pegou sua pequena mochila e colocou nas costas. Eu observava tudo isso em um canto daquela sala, ele ainda não tinha notado a minha presença. Estava mais magro, seus cabelos estavam enormes e o seu rosto estava roxo, muito roxo ao redor, era quase como se eu estivesse me vendo no dia em que fui espancado. 

E o que eu mais odiava era não conseguir odiá-lo. 

Ele deu alguns passos até a porta de saída e então sorriu ao ver o sol, eu me pergunto, a quanto ele não o vê? Como deve ser horrível não poder ver a luz do dia. O barulho dos pássaros, a sensação do vento tocando sua pele... pequenas coisas que fazem tanta falta. Ele largou a mochila no chão descuidadosamente e deu um grito num salto de felicidade. Os policiais não gostavam nada daquilo, de ele estar indo, por que todos ali sabiam que ele jamais voltaria. Ele é Jason McCann, e isso ninguém consegue esquecer.

Seu sorriso se desfez assim que me aproximei dele pegando sua mochila em mãos. Aquela felicidade se transformou em uma face frustrada, arrependida e chocada. Os músculos de seu rosto de moviam lentamente, as veias em seu pescoço estavam grossas, ele engoliu em seco aquele momento.

Eu: O carro está ali. - disse caminhando até o carro com a sua mochila em mãos.

Ele abaixou a cabeça e me seguiu até o carro do outro lado da rua. Abri a porta de trás e joguei sua mochila lá, depois fui para o meu assento, ele já estava no banco de motoristas. Dei partida no carro e o silêncio predominou-se por um longo tempo. Liguei o som do carro mas nem isso deixava aquilo menos angustiante.

Eu: Você já almoçou? - perguntei abaixando o volume do som.

Jas: Não, eu nem sei mais o que é isso. 

Eu: - sorri pelo canto da boca- Acho que você merece um Mc Lanche Feliz.

Jas: Apesar de tudo?

Eu: Apesar de tudo.- assenti continuando a dirigir.

Em apenas alguns minutos estacionei em frente ao McDonald's mais próximo do caminho em que estávamos. Jason abriu um largo sorriso ao descer do carro em encarar a lanchonete a sua frente. Eu entendo, quando estava no hospital tudo que eu queria era comer um hambúrguer, um sanduíche, doces, mas tudo que me davam era uma maldita sopa de legumes horrível. 

Liguei o alarme e entrei na lanchonete, Jason já tinha escolhido uma mesa. Quando me sentei ele estava cantando uma das garçonetes, não pude deixar de rir disso. Ela ficou surpresa quando viu duas pessoas tão parecidas e riu das cantadas baratas e sem graças do Jason. Isso me fez lembrar de quando eramos mais jovens, ah, como costumávamos nos divertir juntos.

Eu: Você não toma jeito mesmo. - murmurei brincando o saleiro que estava em cima da mesa.

Jas: Qual é mermão, ela é uma gostosa.

Eu: Sim, ela é muito bonita.

Jas: Bonita? Porra olha só aqueles mamilos.

Ergui a cabeça para trás rindo dele, sempre tão safado e brincalhão, um lado dele que eu tinha mas simplesmente não demonstrava, um lado dele que também era o meu lado mas que eu deixava guardado dentro de mim. Quando Jason se tornou um criminoso, ele mudou, ele se tornou um canalha, eu escolhi ser o menino bom. Hoje me pergunto se isso realmente valeu a pena. Aconteceram tantas coisas e no fim, olha ali aquele mané comendo um Mc Lanche Feliz e rindo da vida, como se não tivesse nenhum problema, como se a vida fosse bela e sem consequências... como se no fim as perguntas realmente não tivessem respostas.

Jas: Se lembra quando pulamos o muro da escola com o Ryan? Man isso foi demais, você transou com a Mari do terceiro ano, cara nunca vou me esquecer disso por que eu era louco nela...

Gargalhei ao me lembrar daquilo.

Eu: Desculpa se as garotas gostavam mais do gostosão aqui...

Jas: Ah, nada haver. - ele disse dando uma mordida no sanduíche.- Você que furou meu olho mané, mas cara me diz aê, ela era boa de cama não era?

Eu: É, até que não era nada mal.

Jas: Eu sabia, ela tinha cara de safada. Ah esqueci de te falar, o Ryan tava querendo entrar pro crime, tudo bem, eu estava tentando convencer ele, mas ele não me dava moral, só que agora porra, ele me ligou, tá sem grana, acho que vai rolar.

Eu: Não vai parar com isso? - dava vontade de vomitar de tão estúpida aquela pergunta tinha sido.

Ele riu alto com a boca cheia.

Jas: Parar com isso? Só quando eu morrer camarada. Olha, tomara que ele consiga convencer o Chaz, acho que é moleza, Chaz é um palhaço né. - ele deu outra mordida.

Eu: Porra, vai colocar nossos melhores amigos nessa roubada?

Jas: E ainda tem o Chris, velho, é serio, o Chris tá bombadão, vi ele mesmo passado no Canadá.

Eu: Foi pro Canadá?

Jas: É, uma missão ai, assaltamos a casa do presidente de lá, ei você não lê jornais não?

Eu: Foi você? - eu quase cuspi a minha coca.

Jas: Sim, o Ryan me ajudou, quer dizer, ele não fez muita coisa, só me disse o que ele sabia, ele é bom com tecnologia e acho que posso ajudar isso ao meu favor, o Chris é mais certinho, mas velho foi foda.

Eu: Você é louco Jason! - exclamei irritado.

Jas: Ah qual é. - ele comeu mais um pedaço rindo, como se fosse algo tão simples e natural.- O Ryan tá de namorada nova, ela é um safada, chama Anne Gomez, porra ela é prima da Selena, sabe? Aquela daquele seriado da TV.

Eu: Eu sei quem é Selena Gomez! 

Jas: Ah é, já namorou com ela né garanhão. A prima dela parece ser irmã gêmea dela de tão parecida, o Ryan conheceu ela em Los Angeles, ele tá comendo bem demais da conta.

Eu: JASON!

Jas: Mas tá, falando serio agora, desculpa por ter mandado te espancar. Eu tava peidado de raiva, sabia que você ia voltar com a Jenny, fiquei com muita raiva cara.

Eu: Nós não voltamos.

Jas: Eu sei, mas vão voltar, eu sei disso. Porra eu tô com muita raiva, por que cara, aquela menina é demais, ela mudou a minha vida, eu gosto dela pra caralho, ela é como um vício.

Eu: Não precisa ficar assim, eu não tenho mais nada com a Jenny.

Jas: Ela gosta de você. - ele disse terminando seu sanduíche. - Ela gosta muito.

Eu: Não, ela gosta de você.

Jas: De mim? Era só fogo de palha, sabe o que é brother? Você é muito chato, puta que pariu, como você é chato, nem leva ela pra apostar umas racha, fazer uma coisa louca, sacomé?

Dei uma leve risada, esse é meu irmão Jason. 

Eu: Sou chato? 

Jas: Pra caralho. - ele afirmou e nós rimos.

Eu: Não importa, ela é passado.

Jas: Eu odeio isso, nós dois aqui sofrendo por causa de uma garota, já imaginou isso acontecendo? Por que eu nunca, fala serio, eu mandei te espancar, estou cego de amor e nunca imaginei que fosse sentir isso um dia na minha vida.

Eu: Você tem razão, nós já estávamos afastados e depois dela praticamente não existimos mais.

Jas: Isso não é verdade, a única merda foi eu ter me apaixonado por ela, você não se lembra como eu fiquei mudado? Ela me deu uns toques maneiro, você precisava ver, era quase impossível dizer não pra ela.

Eu: Sei bem do que você tá falando.- disse sorrindo sem vida ao me lembrar de quando disse pra ela ir embora há dois dias atrás, foi uma das piores coisas que fiz na minha vida.

Jas: Ela me fez perceber o quanto minha família era importante. - ele bebeu um gole de coca- E algum tempo depois a raiva me cegou de tal forma que eu me esqueci de tudo que ela me fez enxergar, e depois disso olha só como as coisas estão. Você com raiva dela, você querendo me matar mas não podendo fazer isso por que tem que ser o cara bom, e eu , eu louco de amor por ela, pensando a todo segundo que faria tudo por ela, que ela é tudo pra mim mas que sei que ela te ama, e que é você que ela quer. Tentando pensar em alguma coisa que não seja, beijar seus lábios. Droga, essa coisa de amor deixa a gente fraco, odeio ser fraco.

Eu estava irritado, eu estava com muita raiva por dentro, por que eu queria abraçar ele e dizer que ele era o melhor irmão do mundo apesar de tudo. Mas ao mesmo tempo eu queria dizer que ele era um filho da puta do caralho e socar a cara dele. Por que no fundo do meu coração eu amava a Jenny, ainda amava ela como todas as minhas forças, ela era tudo pra mim. Sempre seria. Nem o tempo conseguiria me fazer esquecer aqueles olhos verdes, e aquela doçura que tanto me deslumbrou.

Eu: Já disse Jason, eu não tenho mais nada com a Jenny.

[...]

Nós dois juntos assistindo a um jogo de basquete na televisão? Cara aquilo era épico. Meu Deus, nem se quer me lembro quando foi a última fez que fizemos isso. PORRA OS LAKERS GANHARAM. Foi um dos melhores com certeza. Foi demais, foi demais.

Jas: ISSO FOI IRADO! - ele exclamou dando um pulo de cima do sofá derrubando a pipoca toda no chão.

Eu: SEU DESASTRADO! - gritei rindo e tentando colocar aquela pipoca de volta a vasilha.

Jas: Deixa isso ai bocó. 

Eu: Você é mal, a mamãe não precisa ficar limpando tudo toda hora.

Jas: Mas porra ela não contrata empregada por que não quer.

Eu: Ela não gosta, deixa ela.

Jas: Então não reclama.

Eu: Uma vez Jason, sempre Jason.

Ele riu e se jogou no sofá novamente.

Jas: Vamos jogar vídeo-game?

Eu: Bora. - disse animado.

Jas: A Jenny deve tá super feliz a uma hora dessas, os Lakers ganharam.

Eu: É.

Então minha mãe apareceu na sala com o meu pai, porra eu tô falando 'pai' , isso é muito mais que épico.

Pattie: Que bom ver vocês se divertindo. - ela não conseguia esconder o sorriso em seus lábios.

Jas: Mãezinha. - ele disse manhoso se ajoelhando no sofá e abraçando forte.- Eu amo você, mãe.

Pattie: Rá, meu anjinho, me dá tanto trabalho mas não vivo sem.

Jas: Isso por que eu sou único. - ele disse depositando um demorado beijo na bochecha dela.- Vem cá Jus, eu não vou te espancar, pode vir.

Ri de leve e me ajoelhei ao seu lado entrando naquele abraço triplo, mamãe estava atrás do sofá, aquele abraço era um dos melhores, e é o mais inesquecível. Sempre que me lembro do Jason me lembro daquele abraço. Ao me desfazer do abraço percebi Jer olhar aquela cena de cabeça baixa, ele estava sem graça, ele queria fazer parte daquilo, aquela era a família dele. 

Pattie: Vocês não acham que o Sr Jeremy Bieber merece um abração de urso também não? - ela perguntou muito empolgada, aquele sorriso largo.

Jas: Jeremy nunca vai merecer um abraço meu. - ele se levantou do sofá e pegou seu celular em cima da escrivaninha no meio da sala.

Jer: Nunca vai me perdoar? - ele perguntou quando Jason pegou as chaves de seu carro se preparando para sair.

Jas: Nunca vou te perdoar. - ele praticamente cuspiu as palavras encarando Jer furiosamente.

Jer: Eu lamento. - ele murmurou abaixando a cabeça.

Jason suspirou e beijou a testa da minha mãe após abraça-la muito forte, ele anda tão carinhoso ultimamente, acho que a cadeia o fez repensar sobre o quanto uma família faz falta, a verdade é, ele está assim desde que esteve com a Jenny, desde que ela mudou ele.

Pattie: Aonde você vai?

Jas: Vou resolver umas paradas muito serias. Fiquei muito tempo fora, tenho que colocar tudo em ordem.

Pattie: Você não toma jeito hein Jason.

Jas: Prefiro tomar coca. - ele disse me fazendo rir, assim como a mamãe.

Pattie: Se cuida seu feioso, eu te amo. - ela disse quando ele abriu a porta e saiu.

Jer ainda estava parado, havia uma lágrima escorrendo pelo canto de seus olhos. Eu queria abraça-lo e dizer que tudo ia ficar bem mas eu sabia que não ia ficar, Jason nunca o perdoaria por tudo o que aconteceu. Minha mãe se aproximou dele e o abraçou de lado.

Pattie: Ele vai acabar te perdoando, só tenha paciência.

Jer: Ele não vai. - ele disse seco.

Pattie: Não fica assim, por favor. Jason está tão melhor, tão melhor.

Jer: Mas...

Pattie: Eu não queria que ele tivesse ido, queria ficar com ele aqui, não gosto quando ele sai.

...

Tinha prometido pra Jazzy que ia comprar mais South Patch Kids pra ela e pro Xon. A chuva lá fora estava muito forte mas mesmo assim, promessa é divida. Terminei o trabalho da faculdade e peguei as chaves do carro após colocar um casaco. As crianças dormiam como dois anjinhos, beijei cada um deles e desci as escadas até a porta. Mamãe também estava dormindo e o papai não estava em casa. Jason ainda estava na rua, e já se passavam das Oito da noite. 

Sai e ouvi a porta ser fechada pelo vento. O mais estranho era que não tinha NENHUM segurança do Jason no jardim, geralmente tem uns oito ou nove mas não tinham nenhum ali. Ele deve ter escoltado eles para alguma coisa até por que estava demorando tanto pra voltar pra casa. O que eu estou falando, ele sempre demora mesmo.

Coloquei as mãos no bolso do casaco, estava frio pra caramba. Ao entrar na garagem procurei pela minha Range Over no meio de tantos carros luxuosos do Jason. Ele tem uma coleção pras missões, e pros rachas. Uma vez andei na Ferrari dele, é uma maravilha. Tirei uma das mãos do bolso e toquei-as no trinco da porta do carro.

De repente alguém atrás de mim colocou um pano com álcool no meu nariz e boca, eu estava caindo em seu peitoral, tentei me defender socando suas pernas com os meus pés, mas a minha visão estava se apagando lentamente, tudo estava zonzo... zonzo... zonzo...

Desmaiei, eu estava sendo sequestrado.

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MUAHAHHA e ai o que estão achando? MY GOD *.* Team Jusen tá na frente kra, passaram de lavada , parabéns. kk.  Olha como sou uma pessoa bacana postei a capa da próxima ib no facebook, vai se chamar "Danger In Vegas", olha aqui 

Amanhã vou postar a outra capa *-* by:@jbieberhorny