Gangster Love - Capítulo 23 - You are not like the rest

O que te faz diferente de todas, é que você nunca foi igual a nenhuma.

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Justin Bieber P.O.V

- Vô? – repeti piscando os olhos para ter certeza de que não era uma alucinação.

- Não vai me convidar pra entrar? – ele mantinha o seu bom humor de sempre.

- Claro! – gaguejei balançando a cabeça e dando espaço pra ele.

- Que bagunça! – ele disse tateando cada canto – Eu não podia esperar outra coisa de você, nós sempre deixamos as velhas de cabelo em pé por causa disso.

- Vô! – murmurei após colocar sua mala pra dentro – O que faz aqui?

- Eu preciso conversar com você. – ele disse se sentando no sofá – Tem cerveja?

Dei risada, esse era o meu Bruce.

- Sempre tem uma cerveja pra você. – eu disse, correndo para a geladeira da onde tirei duas Stella Artois.

- Essa é das boas! – comentou com um sorriso pegando uma delas.

- Eu gosto de tê-lo aqui! – me sentei ao seu lado – É como descobrir que alguém no mundo ainda se importa comigo.

Ele sorriu pelo canto da boca, quantas vezes o vi sorrir dessa forma?

- Será que podemos assistir ao jogo de hóquei antes de termos aquela conversa de homem pra homem?

- É exatamente o que eu estava pensando!

E tomando um gole de cerveja liguei a tevê para reviver e relembrar os velhos tempos, bons tempos aqueles.

♀

- YAY! – gritamos após o nosso time preferido ter ganhado o jogo.

É sempre assim, sempre que assistimos juntos o nosso time ganha, é quase como se Deus sempre se encarregasse de fazê-los vencer.

 - Isso não é nenhuma novidade pra nós! – ele tinha tomado a terceira cerveja.

- Não é mesmo! – sorri tomando um último gole.

- E agora – ele olhou pra mim e desligou a tevê – Podemos conversar?

- Você disse que pegou o voo e veio até aqui, são seis e meia da manhã, essa foi uma noite difícil pra mim, imagina que eu assaltei uma joalheria? – dei risada.

- Você o que?

- É brincadeira! – menti – Mas então, não quer descansar um pouco?

- Eu só quero falar com você, eu tenho que ir embora Justin.

- Mas...

- Só me ousa, simplesmente me ousa.

- Tá legal. – disse convencido de que teria que ouvi-lo – Eu sei sobre o que é, eu sei que agi errado, mas é só que...

- Você prometeu.

- Ok! – bufei.

Eu já sei que meu pai está uma fera e que minha mãe deve estar chorando horrores, ele não precisava sair do Canadá pra vir me contar isso pessoalmente.

- Antes de tudo eu queria dizer que estou com você.

- Como assim? – perguntei confuso.

- Eu quero destruir o Trevor também, e eu sei que você vai conseguir.

- O QUE? – eu estava mais passado do que as roupas da minha mãe.

- É isso mesmo que você ouviu.

- Eu realmente acho melhor a gente conversar amanhã, a cerveja está começando a fazer efeito, o senhor precisa dormir.

Ele riu alto, tão alto que meus ouvidos chegaram a doer.

- Eu não estou bêbado Bieber!

- Qualquer bêbado diria isso!

Ele riu de novo, mas não tão alto.

- Você nunca se perguntou por que seu pai deixou de ser um Gangster?

- Eu sei por que ele fez isso. – disse mesmo sem entender por que diabos o meu avô estava falando aquilo – Ele queria formar uma família, ele tinha se cansado do mundo do crime.

- E você acha mesmo que isso é verdade?

- O que o senhor está tentando dizer?

- Esse Trevor, esse cara destruiu a vida do seu pai. Ele fez picadinho dele até que não restasse mais nada.

- Isso não é verdade, não pode ser... O senhor está enganado!

- Eu nunca estive tão certo de algo em toda a minha vida. E eu só não te contei antes por que achei que nunca fosse preciso.

- Vô, o senhor tem noção do que está me dizendo?

- A verdade! – afirmou – Digo isso por que eu vi tudo de perto.

- Me explica essa história?

- Eu não preciso explicar e nem quero! – ele deu de ombros – Tudo que você precisa saber é que pode contar comigo, eu amo você garoto, eu só quero o seu bem, é claro que eu não planejei que você entrasse nesse meio mas já que você está aqui não há nada mais justo do que dar o troco.

- Eu confesso que... – tentei dizer alguma coisa mas minha cabeça estava completamente confusa, aquilo era novo demais pra mim.

- Justin o Trevor ameaçou você e a sua mãe, também ameaçou sua vó e eu, foi por isso que seu pai se afastou, logo depois ele conheceu a Erin e então o resto você já sabe.

Meu queixo caiu.

- Quê?

- E tudo isso por que seu pai se rejeitou a ser um dos capangas dele, o Trevor sempre soube o quanto seu pai era bom nesse ramo, ele sempre quis o lugar dele, ele armou direitinho e quando deu o golpe no seu pai ele pediu que ele fosse seu braço direito em troca de não matar nenhum membro da família dele, por fim seu pai acabou sumindo, ele não ficou do lado do Trevor mas também não se atreveu a tentar pegar seu lugar de volta, qualquer passo que ele desse em falso arruinaria a vida de todos que ele amava.

- Eu não posso... eu não acredito, eu...

- Não se preocupe meu filho, no fim o bem sempre vence o mal, não se lembra disso? Sua avó costumava repetir todos os dias. – ele me abraçou pelos ombros me lançando um olhar de conforto, mas o fato é que eu não conseguia esconder o quanto estava chocado e pior ainda, eu não conseguia ser que me mexer.

♀

Depois de ficar um bom tempo conversando com meu avó eu acabei pegando no sono. Quando acordei decidi que ia logo falar com o Trevor, eu já tinha a grana e conseguiria o que eu queria, finalmente. E agora mais do que nunca eu queria acabar com aquele desgraçado. Como ele pôde fazer isso com o meu pai porra? E quantas vezes eu me perguntei por que ele tinha feito isso e simplesmente não conseguia chegar a nenhuma conclusão?

Liguei pro Ryan pra saber se já tinham vendido as joias e ele disse que estava com o porteiro mas que eu não me preocupasse por que ele não desconfiava de nada. Ao descer peguei a pasta com a grana e coloquei no banco de trás do carro, depois dei partida em direção ao beco onde ele se escondia, sim, aquele subterrâneo. Só que no meio do caminho comecei a me lembrar da Jessica, porra como eu podia ter me esquecido dela? Eu precisava falar com ela, precisava agradecer ela por tudo que ela tinha feito, tinha que pelo menos pedir desculpas, tá legal que isso não faz o meu tipo mas eu realmente me sinto um filho da puta por ter sacaneado com ela dessa maneira.

E foi por esse mesmo motivo que fiz uma curva brusca agora me direcionando até Manhattan, soltei uma risada abafada ao me dar conta do quanto aquele lugar era a cara dela.

Não foi difícil encontrar a mansão que ela morava, só tinha duas semanas desde o dia em que a busquei aqui para irmos pro Canadá. E ao pensar nisso me dei conta de que ela só se ferrou com essa viagem. Ela não teve nada do que queria ter, quer dizer, quando foi que ela se divertiu mesmo? Em duas noites apenas? E ainda nem era festa de verdade, pelo menos pra mim era o mais normal possível. Cara, ela tem todas as razões do mundo pra me odiar.

Desci do carro e atravessei a rua que estava deserta.

Toquei a campainha.

- Quem é? – se eu não me engano devia ser o irmão dela.

- A Jessica está? – ignorei sua pergunta.

- Quem é?

- Chama a Jessica porra!

- Tá legal. – ele bufou e eu dei risada.

Me sentei no meio fio e fiquei esperando, ela não vinha. Já tinha uns dez minutos e nada daquela garota aparecer, eu não faço o tipo que fica atrás de mulher não, eu vim aqui pra me desculpar e ela fica de sacanagem? Ah qual é.

E ela finalmente apareceu, e foi estranho sabe, quando ouvi seus passos atrás de mim, quando virei o pescoço para poder enxergá-la, quando notei o quanto era bonita... é , bonita. Não somente gostosa. E cara isso estava fodendo com o meu psicológico, eu juro que nunca pensei isso de mulher nenhuma. Nunca fiquei tanto pensando em uma mina e muito menos me importei em como ela se sentiria ao me ver com outra pessoa, especialmente quando não tínhamos nada, qual é, por que diabos isso estava acontecendo? E só pra completar ela estava com um short que deixava suas pernas a mostra, isso me fazia lembrar de quando eu as apertava durante o sexo, nossa, isso é ... excitante. O mais surpreendente é que finalmente reparei em seu rosto, seus olhos são... misteriosos, eles são lindos, seus lábios são grossos e extremamente beijáveis.

Mas parecia que ela havia chorado toda a noite, e eu me senti culpado de novo, eu sabia que era culpa minha.

Era culpa minha que ela continuasse linda, mas sem aquele sorriso.

- Justin Bieber! – apesar do semblante triste ela era orgulhosa, ela nunca admitiria que havia chorado por mim – Você por aqui?

- Eu por aqui. – disse com um sorriso torto e depois mordendo de leve os lábios ao ver seu traseiro enquanto ela se sentava ao meu lado, ela estava muito cheirosa, mas muito cheirosa mesmo.

- A que devo honra? – ela tentava parecer o mais normal possível.

- Eu vim dizer que eu sinto muito.

- Ah! – ela riu – Você sente muito?

- Mais do que você possa imaginar.

- Nossa, ótimo, muito bom mesmo.

- Dá pra ser menos irônica?

- Eu não sei, agora se você me permite, eu tenho outras coisas que preciso fazer em vez de ficar aqui dando moral pra um babaca.

- Porra eu vim aqui na paz falar contigo e você fica assim? Sabe o quanto foi difícil pra mim vir até aqui? Dá valor porra!

Ela riu alto.

- Eu não pedi pra você vir aqui, dá pra ir embora?

- Não pediu mas passou a noite chorando por minha causa.

- Ah, então você notou? – ela colocou a mão na minha perna, um gesto inocente mas que me fez tremer – É verdade Justin, eu chorei a noite inteira por sua causa, por que você me tirou da minha casa pra me mostrar um mundo que eu tenho nojo de me lembrar que vivi, só de pensar nas inúmeras besteiras que eu fiz por sua causa eu tenho vontade de socar a minha cabeça na porta, olha só, minha família está destruída, meu pai me odeia, minha mãe não aguenta mais todo mundo brigando o tempo inteiro, meu irmão, ele vai ter que fazer um tratamento por que ele está viciado em sexo! Em sexo porra, tem noção? E olha só, tem mais, minha irmã de apenas quatorze anos, ela está grávida de um desgraçado filho da puta que ela se quer pretende me contar quem é.

- Jessica! – tentei dizer alguma coisa mas eu simplesmente não conseguia, eu estava completamente chocado, como tantas coisas aconteceram em tão pouco tempo? Como tudo desmoronou assim?

- Eu sei, eu sei. – ela abaixou a cabeça prestes a chorar – Mas tá legal, eu vou superar, eu sempre supero não é mesmo?

- Você é forte, você supera qualquer coisa. – e eu nunca tinha sido tão sincero em toda a minha vida.

- Obrigada Justin! – ela sorriu limpando as lágrimas com as costas da mão.

- Eu queria te contar uma coisa.

- O que? – ela me encarou – Não adianta dizer que você fez aquilo sem querer, eu sei que você é um merdinha que não resiste e nenhum rabo de saia, ainda mais o daquela vadia de quinta, apesar de tudo eu tenho que admitir que ela tem uns peitões.

Dei risada.

- Eu prefiro os seus.

- Nossa, sérios que vamos falar de peitos?

Agora foi a minha vez de rir, apesar de tudo que estava acontecendo ela conseguia manter o seu bom humor de sempre.

- Podemos falar do que você quiser, eu realmente me arrependi de ter feito aquilo.

- O que me torna tão diferente de qualquer outra garota que você já levado pra cama, enganado, usado e depois chutado como se não fosse nada?

- O que te torna diferente de todas é que você nunca foi igual a nenhuma.

Ela suspirou desviando os olhos, nem eu mesmo conseguia acreditar que tinha acabado de dizer aquelas palavras, mas eu sabia que elas tinham saído do fundo do meu coração e de que eram a mais pura verdade.

- O que você queria me dizer mesmo? - ela logo mudou o foco.

- Eu ia te contar que meu avô chegou ontem depois que... bom você sabe. O fato é que ele...

- Quer te levar pra casa né?

- Não, nada disso. Acredite, eu também me surpreendi.

- Como assim? – sua voz ainda estava meio embargada.

- Ele me disse que me apoia, eu sei, isso é estranho, mas é por que o Trevor, foi ele que derrubou o meu pai, quer dizer, lembra que eu te disse que meu pai já foi um Gangster? – ela assentiu, visivelmente chocada – Então, foi o Trevor que o tirou dessa vida, ele ameaçou toda a nossa família, meu pai não teve outra escolha a não ser fugir.

- Oh Meu Deus!

- Eu sei Jessie, eu sei. – ri fraco – Mas eu vou acabar com ele, agora mais do que nunca eu quero acabar com ele desgraçado. Eu tô indo falar com ele, vou dar a grana e vou conquistar o meu espaço, quando ele piscar vai estar no chão.

Jessica riu apertando mais forte a minha coxa, será que isso é de propósito?

- O que é tão engraçado?

- Você é tão burro, tão idiota!

- Queria que eu tivesse adivinhado?

- Não Justin, eu não estou falando disso.

- De que então?

- Será que você é tão cego que não percebe que não precisa ser o braço direito daquele otário pra derrubar ele? Olha só pra você cara, é  o Justin Bieber. Acha que eu não me lembro de quando estávamos no Canadá? Todo mundo te respeita lá, todo mundo tem medo de você, é por que você é o cara. Não fica se achando, eu só estou dizendo a verdade. Você é um babaca, um ridículo, um canalha, mas é um bom Gangster, aliás, o melhor que tem por ai.

- Caramba! – além de tirar o fôlego Jessica também consegue me tirar as palavras.

- Olha aqui Biebs, vai lá e mostra pra ele quem manda nessa porra! Ninguém melhor do que você pra colocar ele no lugar. Só me promete uma coisa? Promete que vai continuar com aquela promessa de não agredir mulher nenhuma? Eu acho isso horrível e confio em você. Não deveria, mas confio.

- Eu nem sei como te agradecer, porra você...

- Eu tenho que ir! – ela se levantou cortando o clima antes que ela se entregasse a mim tanto quanto eu queria tê-la em meus braços.

- Jessica, espera! – a puxei pela cintura, nossos lábios tão próximos, mas quando tentei beija-la ela virou o rosto deixando com que o beijo fosse dado em sua bochecha que estava fria pelas lágrimas derramadas.

- Eu confio em você. – ela sussurrou bem próxima ao meu ouvido – Nunca se esqueça disso.

E foi assim que ela deu as costas e entrou em sua casa. 

Eu tinha acabado de perde-la.

E foi assim também que eu me dei conta que pela primeira vez na vida eu amava uma mulher e faria tudo por ela.

Como um amor bandido, sim Gangster Love.

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Estão gostando? obrigada por TODOS os comentários, eu amei cada um deles <33 Qualquer coisa falem comigo (aqui) by: @jbieberhorny