Gangster Love - Capítulo 31 - Cause' i am a bad girl

Eu sei, eu sei, eu sei. Não deveria agir dessa forma. Eu sei, eu sei, eu sei. As garotas boas não se comportam mal. Mas, de qualquer forma, sou uma garota má.

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 - Vocês estão loucos? – gritei assim que liguei o carro que eu tinha pedido pro motorista deixar no estacionamento do hospital – Eu não quero nem pensar nessa hipótese!

- Quem está louca é você! – Kevin usava o mesmo tom que eu – O médico deve ter pensado que somos um bando de pirados! 

- Cala a boca! – resmunguei tentando diminuir o tom de voz o que resultou em um grito mais alto ainda – Eu nem quero pensar nisso, eu...

- Eu já disse que...

- EU MANDEI VOCÊ CALAR A BOCA PORRA!

Minhas mãos estavam tremulas no volante, meu coração batia acelerado e eu  me sentia estúpida, me sentia invulnerável, com raiva, como se nada pudesse ser pior do que aquilo, nem mesmo o Justin ter matado o professor, nada, nada poderia ser pior do que o meu irmão ter engravidado a minha irmã.

NÃO, NÃO, NÃO!

Soquei o volante com raiva, eu não conseguia me controlar, da mesma forma que eu não conseguia se quer olhar pra eles, ouvir a voz deles, aquilo era demais, meu Deus quantas vezes isso aconteceu debaixo do meu nariz? Ela está grávida de quatro meses caramba.

Julie estava chorando no banco de trás e o Kevin estava do meu lado mas ele não disse mais nenhuma palavra, ele sabia que eu poderia muito bem joga-lo para fora da janela.

Quando chegamos a mansão o portão foi aberto por um dos seguranças. Deixei o carro no jardim, não estava a fim de dar a volta para a porra da garagem que era nos fundos. Desci e bati a porta com tanta força que eu me perguntei como ela não tinha quebrado.

- Jessica espera, nós precisamos conversar! – Kevin estava gritando enquanto tentava me acompanhar.

- Vocês tão ferrados, eu vou contar tudo pra mamãe e pro papai, eu tô com nojo de vocês, MUITO NOJO!

- Jessica você não entende. – insistiu ele, em um desespero descontrolado, uma angustia eminente – Não é o que você está pensando, não é nada disso.

- É exatamente isso filho da puta! – indaguei brava parando de andar e me virando para encarar aqueles olhos oblíquos – Como vocês tiveram coragem de fazer isso? Como puderam ser tão nojentos?

- Eu não sou o pai do filho dela porra! – gritou ele, firme – Você está ficando doida de pensar uma coisa dessas? – ele balançou a cabeça completamente atordoado – Tudo bem que eu gosto de sexo, foder é a melhor coisa do mundo, mas daí fazer isso com a minha irmã?

- Não tenta me enganar, vocês dois mal se falam, isso nunca aconteceu antes, vocês acham mesmo que eu sou otária?

Julie estava soluçando de tanto chorar.

- Ele não é o pai Jessie, você precisa acreditar em mim.

- Então quem é Ju? Diz pra mim.

- Eu não posso...

- É TUDO CULPA SUA! – Kevin gritou pra ela – SE VOCÊ, SE...

- JÁ CHEGA! – disse exaltada impedindo as palavras dele – Eu só espero que vocês saibam o tamanho da merda que fizeram.

Dei as costas tentando controlar a minha respiração, fechei a minha mão com força sentindo uma vontade imensa de dar um soco em cada um deles.  Eu estava com tanta raiva que seria capaz de matar o primeiro que aparecesse na minha frente.

Puta que pariu.

Meus irmãos cometeram incesto.

INCESTO CARAMBA!

Eles vão pro inferno.

Caralho, meu irmão vai ser tio do próprio filho.

Agora eu entendia por que ela não queria ter a criança, agora eu entendia por que disse que eu nunca a perdoaria e também por que ela teve tanto medo em me contar, agora aquela birra deles dois começava a fazer sentido.

Agora sim a minha vida está uma merda

- Você não vai me ouvir Jessica? Não vai acreditar em mim? – Julie apareceu ainda com a voz chorosa antes que eu colocasse os pés na escada.

- Eu não tenho nada pra acreditar. – eu disse, sem encara-la – Vocês fizeram uma coisa horrível e eu não posso fingir que não estou sabendo de nada, não posso apoiar e dizer que está certo, isso é...

- Não aconteceu nada, eu não fiz sexo com a minha irmã, porra isso está me irritando, eu odeio essa garota, por que diabos eu faria alguma coisa com ela? Jessica é só a Julie, é a minha irmã!

- Eu não quero ouvir a sua voz idiota! – disse ríspida revirando os olhos.

- Não vou assumir uma coisa que eu não fiz, não vou mesmo.

- Cala a boca!

- Para de me mandar calar a boca! – ele grunhiu – Só por que eu sou viciado nessas coisas não quer dizer que eu faria isso com ela, você está me ofendendo com as suas palavras, se continuar falando esse monte de merda eu vou esquecer que você é minha irmã também, tá ok?

- Caramba Kevin! – sorri, sem vida – Mesmo depois de tudo você ainda insiste em dizer que não é pai do filho da Julie?

- O que? – nossos olhares foram direcionados para as escadas a cima, tudo que vimos foi a figura pálida da minha mãe que levou uma das mãos até o seu coração.

- Não é verdade mãe! – disse Kevin temendo se aproximar.

- Eu sei que isso é chocante mas vocês precisam dizer a verdade.

- Eu não acredito... – as lágrimas já eram visíveis no canto de seus olhos.

- Eu sei mãe, eu sei que é difícil, mas você precisava saber.

- NÃO! – ela gritou, incapaz de aceitar aquelas palavras.

- É MENTIRA MÃE, É MENTIRA! – Julie gritava junto com Kevin que diferente dela estava irritadíssimo, quase pulando de raiva.

- Vocês não podem...

- Mãe não acredita nela, eu nunca faria isso! – ele começou a subir as escadas as pressas – A Julie é minha irmãzinha mãe, só isso.

- CÍNICO! – gritei – Mãe esses dois estão fazendo coisas erradas pelas nossas costas a Deus sabe quanto tempo, a Julie está grávida de quatro meses, nós somos as únicas idiotas que ainda não tinha sacado tudo.

- Kevin! – gaguejou minha mãe com os olhos presos no dele, ela estava com a voz tremula e embargada – Por que?

- Mãe você tem que acreditar em mim... – o desespero tomou lugar ao medo, ele tentou acariciar o rosto dela mas ela tirou sua mão em um ato impensado.

- Como eu posso acreditar em você? Me diz, como?

- Mãe... – ele estava quase chorando até que se virou pra Julie que quase se acabava de tanto soluçar em meio a um mar de lágrimas – Olha aqui, se você não contar conto eu.

- Você não pode... – ela deixou a frase no ar, incapaz de termina-la.

- Chega de inventar lorota! – indaguei – E quando o papai chegar ele também vai ficar sabendo dessa pouca vergonha, quero ver vocês dois contando isso pra ele!

- Vocês... que vergonha! – minha mãe saiu correndo entorpecida e em pânico, meu irmão ainda tentou falar com ela mas ela o ignorou completamente, com certeza se trancou no quarto e deve estar chorando loucamente.

- Eu nunca vou te perdoar, nunca! – disse Julie tomada pela dor que ela sentia, talvez arrependimento, vai saber.

- Eu digo o mesmo! – murmurei firme e passei por ela ignorando totalmente aquelas lágrimas do caralho.

Só precisava de uma coisa naquele momento, e só uma pessoa poderia me dar.

Me joguei no assento de motorista do carro que ainda estava no jardim e saí dirigindo a mil por hora. Todo mundo sabe que eu sou a pior pessoa do mundo no volante, mas eu não estava nem ai, eu me sentia estúpida, e o pior é que eu nem conseguia chorar, simplesmente não saía uma lágrima se quer. Tudo tinha acontecido bem na minha frente e eu não vi, eu não prestei atenção, agora eu percebia que eu sempre me escondi atrás do dinheiro, sempre me importei mais com as festas de Manhattan do que com qualquer outra coisa que estivesse acontecendo na minha família.

E do que adianta minha popularidade agora?

Minha família tinha se partido ao meio e eu nada podia fazer.

O trajeto que duraria mais de uma hora durou apenas quarenta minutos. Parei o carro na frente do apartamento do Justin com tanta brutalidade que ele parecia estar derrapando. Ao descer do mesmo notei que as pessoas na rua me olhavam esquisito como se eu fosse alguma louca ou algo assim.

- Tem crianças brincando por ai o tempo todo! – disse uma mulher que apareceu do nada bem atrás de mim – Não pode sair dirigindo assim.

- Foi mal! – eu disse, meio seca.

O porteiro também mantinha o mesmo semblante assustado que todos ao meu redor, mas eu não me importei, também não me importei com a forma rápida em que ele se afastou quando eu me aproximei. Eu senti que ele estava rezando para que eu tivesse indo para o prédio ao lado.

- Olá! – eu disse, perto da grade.

- O que você quer? – sua voz estava tremula.

- Porra eu não vou te matar, eu só estou de TPM! – disse, como uma adolescente de dezoito anos que eu era – Será que pode me deixar entrar? Eu quero falar com um amigo meu.

- Que amigo?

- Não faz pergunta difícil caramba!

- Eu não posso deixar você entrar sem autorização.

- É o Charles, eu vim ver o meu amigo, ele mora ai.

- No apartamento do Sr. Bieber?

Revirei os olhos quando ele se referiu ao Justin com tanta cordialidade.

- Isso mesmo. – disse impaciente – Agora posso entrar?

Ele pareceu pensar sobre o assunto por algum tempo mas com um pequeno sorriso logo me deu passagem, parecia estar mais lúcido e menos medroso.

Devolvi o sorriso porém ele soou tão falso que eu nunca achei ser possível.

O elevador não demorou a subir até o andar onde os caras moravam.

Já fui abrindo a porta mas ela estava trancada então tive que bater, quem quer que fosse me atender estava demorando pra caralho, eu já estava perdendo a paciência.

Peguei impulso e levantei minha perna pronta para dar um chute na porta quando senti o meu salto atingir em cheio as bolas do Twist.

Sim, ele abriu a porta nesse exato momento.

- VOCÊ É LOUCA GAROTA? – gritou ele levando suas mãos até o local, a careta de dor em seu rosto era a única coisa capaz de me fazer rir nesse dia tão exaustivo.

- Ninguém mandou você demorar a abrir a porta! – eu disse, sem conseguir parar de rir da cara dele.

Ele balançou a cabeça indignado e saiu andando em direção ao corredor.

- Jessica? – meu coração não estava preparado para ouvir a voz daquele desgraçado e muito menos pra ver aqueles olhos que hipnotizam.

- Cadê o Chaz? – perguntei ao fechar a porta.

- O que você está fazendo aqui? – questionou ele que estava sem camisa deixando a mostra suas tatuagens e mais do que isso, aquele abdomên que só de olhar já fico toda arrepiada.

Foco Jessica, foco.

- Não é da sua conta.

- A partir do momento que você está no meu apartamento é da minha conta sim senhorita!

- CHAZ! CHAZ VOCÊ TÁ AI? – comecei a gritar vasculhando cada cômodo da casa, o  idiota veio atrás de mim – CHAZ SOU EU, A JESSICA!

-  O que você quer com ele? Ele está dormindo.

- A essa hora? – comecei a abrir porta por porta mas nenhuma estava aquele imbecil, até mesmo no banheiro eu procurei – Já está passando da hora de acordar ele não acha?

- Eu acho que você não tem o direito de fazer isso, é o que eu acho.

- Só que eu não pedi a sua opinião! – murmurei abrindo a última porta onde pude ver Charles dormindo de bunda pra cima apenas de boxer, porra ele estava uma tentação.

- Você não vai acordar ele! – Justin estava falando baixo mas tinha vontade de gritar e me arrancar dali a força.

- Eu preciso dele.

- Fala comigo, talvez eu possa te ajudar.

- Não, você não pode. – tentei não olhar pra ele enquanto me aproximava da cama para acordar o dorminhoco.

- Ontem a noite nós chamamos umas vadias e ficamos transando com elas até de madrugada, não percebeu como eu estava com sono hoje de manhã na hora da aula? – ele riu malicioso – Foi a melhor orgia de nossas vidas, até o Ryan e o Chase estavam dentro, imagina só Jessie, dez garotas só pra nós cinco.

- Você é nojento! – cuspi as palavras sentindo mais nojo dele do que antes.

- Eu sei! – ele continuava com aquele sorriso diabólico – Foi uma das melhores de toda a minha vida, tô falando sério.

- Se tá falando isso só por causa do Chaz perdeu seu tempo! – me sentei ao lado do bundudo na cama e minha mão foi diretamente para suas costas.

- O que você quer dizer com isso? – questionou ele, atento a cada movimento que eu fazia.

- Que eu não ligo pra sua opinião! – comecei a dar tapinhas para ver se ele acordava – Chaz acorda, eu preciso falar com você, ei... acorda!

- Não liga? Eu acho que você liga sim.

- Não me interessa o que você acha! – inclinei meu corpo pra frente me aproximando um pouco mais do Chaz – Seu idiota acorda logo se não eu vou te dar um banho de água fria.

- Ele não vai acordar tão cedo.

- O que você ainda está fazendo aqui?

- Essa é a minha casa. – disse prepotente cruzando os braços abaixo do peito e escorando-se na porta.

Ignorei suas palavras e comecei a sacudir o Chaz e mexer no cabelo dele. De repente ele abriu os olhos, bem aos poucos... quando notou a minha presença ele abriu um sorriso, como se nada pudesse ser melhor do que me ver após acordar. Retribui o sorriso afagando profundamente os seus cabelos, e então ele se esgueirou em um movimento rápido conseguindo se sentar.

- Jessie?

- Achei que não ia acordar nunca.

- Faz horas que você chegou?

- Não, foi agorinha.

- Ah. – ele parecia não acreditar no que via – O que te traz aqui?

- Eu estava com saudades.

Ele sorriu, puxando minha mão.

- Eu também estava com saudades.

- Pode me ajudar então?

- Sabia que tinha interesse no meio! – ele disse dando uma risada e soltando minha mão, se levantou e deu de cara com o Justin que nos encarava com uma expressão zangada – O que você tá fazendo ai parado?

- Eu tentei impedir ela de te acordar mas ela é teimosa.

- Não tem problema! – ele sorriu novamente pra mim antes de entrar no banheiro da sua suíte.

- Viu só? – dei a língua com aquele sorriso vitorioso.

- Quer foder com ele? Vai em frente, eu não tô nem ai cara.

- Foder com ele? – dei risada – Com o Chaz é diferente, a gente faz amor, é bem gostoso, ele é mil vezes melhor que você Bieber.

Eu não sabia por que estava mentindo, eu nunca nem tinha beijado o Chaz, não que eu não quisesse, até por que ele é um Deus Grego e deve ser uma loucura na cama, mas eu sentia prazer em ver o Justin com ciúmes. É, por que não tinha outro nome para aquilo.

Não que ele goste de mim, é claro. Mas é ciúmes do fato de eu preferir o Chaz, de eu não querer mais transar com ele, de eu estar dando bola pro melhor amigo dele e o ignorando totalmente.

- Você não devia ter dito isso! – Justin se aproximou subitamente me empurrando pra parede, ele segurou minha coxa com força e usou a outra mão para segurar meu rosto, senti todo os fios de cabelo do meu corpo se eriçarem, foi algo estranho, seu toque me fazia delirar.

- O que você...

- Cala a boca! – ele pressionou seu dedão sobre os meus lábios subindo mais a sua mão que apertava minha coxa, eu já me sentia completamente molhada, completamente submissa a ele, nunca vou conseguir explicar o poder que aquele homem tem sobre mim, a pegada, o jeito, é tudo tão efervescente.

- Não... – sussurrei com a voz falha enquanto ele aproximava seus lábios cada vez mais, tudo dentro de mim gritava para eu sair, para eu fugir, correr o mais rápido possível.

Mas eu não conseguia, meu corpo não reagia a nada do que o meu cérebro insistia em me mandar fazer. Os olhos dele estavam presos ao meu, e eu não conseguia olhar para outro canto, não conseguia desviar-me daquele mar de mel.

 Só que ele também não me beijava. Ele apenas me olhava como se estivesse hipnotizado, como se estivesse analisando cada detalhe do meu rosto, era como se ele tivesse me visto pela primeira vez na vida.

- Até agora eu não entendi o que você quer de ... opa! – Chaz tinha saído do banheiro e só isso foi capaz de me fazer voltar a sã consciência.

- Você demorou! – eu disse, forçando um sorriso após conseguir me desvencilhar do Justin que permaneceu no mesmo lugar, sem mover um músculo – Agora é só pentear o cabelo mocinho.

- Sim! – ele disse, ainda confuso – Quer que eu saia pra vocês terminarem o que estavam fazendo?

- Não estávamos fazendo nada! – passei os dedos por seu abdômen definido com delicadeza, como se tivesse todo o tempo do mundo – Eu só estava dizendo ao Justin o quanto nós combinamos.

- O que? – agora sim ele estava confuso.

Justin agora nos encarava perplexo como o meu descaramento, com a forma íntima em que eu tocava Chaz, o jeito sensual com que meus dedos passeavam por seu corpo, pela minha voz irritantemente sexy.

- Vamos repetir a dose! – murmurei passando meus braços em seu pescoço e tomando seus lábios só pra mim sem me importar que o garoto que eu realmente amava estava ali assistindo tudo.

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E ai o que estão achando? simmm, reta final muahaha o que será que vai rolar agora? se liguem na ask que eu vou dar um spoiler a qualquer momento s22222 ask (aqui)