Gangster Love - Capítulo 28 - You gotta be kidding

"E quando você ta quase esquecendo o desgraçado aparece"

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 Jessica Baker P.O.V

Era segunda-feira novamente. As aulas estavam de volta. Só podia ser um pesadelo ter que voltar a acordar cedo. Quando o motorista abriu a porta do carro Julie e eu descemos para encontrar as mesmas pessoas de sempre. Dei um beijo em sua bochecha e ela foi de encontro aos seus amigos habituais, ela ainda poderia ir a escola por alguns meses antes de a barriga começar a aparecer, além do mais estamos em Março e o fim do ano letivo está quase acabando. Quer dizer, Junho está bem ai não é?

Apenas acenei para o grupo dos populares, o grupo em que eu me encaixo perfeitamente. Eles deviam estar comentando sobre as festas e tudo o que aconteceu nas ultimas duas semanas, acharam estranho o fato de eu não ter ido até lá como todos os anos. Mas eu simplesmente não estava a fim de contar a minha aventura de fugir de casa com um Gangster, enganar a família dele, assaltar mercados, ver um homem ser morto na minha frente e depois a loja em que eu costumava comprar o brinco que eu estou usando agora.

Tenho certeza que eles não entenderiam.

Muito menos se eu começasse o meu discurso de como eu vivi um amor bandido – gangster love – com uma pessoa completamente sem coração e como isso está abalando as minhas estruturas.

Tudo bem que ir pra escola é algo extremamente chato mas naquele dia as pessoas pareciam mais estranhas do que o normal. Enquanto eu passava pelo corredor os sorrisos que recebia eram tão sem vida que eu me sentia morta por dentro, como se estivesse bem longe dali.

Por que essas caras de enterro?

E nenhum garoto deu em cima de mim até agora.

Um recorde?

Eu não sei.

Só segui para a minha sala tentando ignorar esses pequenos detalhes.

- Victoria! – gritei entusiasmada ao vê-la sentada em cima da mesa do professor de educação física, o Sr. Robbinson.

Ele é um dos melhores professores dessa escola, a aula dele é sempre a melhor do mundo por que ele separa o time com muito cuidado, ele sabe exatamente onde encaixar cada pessoa, ele sempre nos favorece quando algumas vadias tentam nos atingir de alguma forma.

E ás vezes ele traz umas balas de goma que a filha dele vende em um supermercado que ela tem, mas ele só traz para as líderes de torcida, e não é nada de puxar saco, é por que as outras pessoas são completamente chatas mesmo. Eu sempre gostei dele, na verdade todo mundo gosta dele. É impossível não gostar do cara, por que ele é muito gente boa e sabe como dar uma boa aula.

- Aconteceu alguma coisa? – questionei um pouco preocupada depois que ela não retribuiu o abraço que eu tinha dado, na verdade ela estava de cabeça baixa e se eu olhasse mais de perto poderia constatar que ela estava chorando.

- Eu não acredito! – Duda entrou na sala, sua voz estava tão chorosa e quando eu me virei para vê-la havia lágrimas em seus olhos, era um desespero inexplicável.

- Ele era tão bom – Victoria mal conseguiu pronunciar essas palavras.

- Vocês estão me assustando! – falei atropelando as palavras.

- Dizem que o novo professor é uma delicia, não se fala em outra coisa – olhei por cima do ombro da Duda e pude ver Courtney com a saia das líderes de torcida, ela sempre veste antes do treino, e detalhe: a saia já é curta mas ela faz questão de cortar mais um palmo.

- Como você tem coragem de dizer uma coisa dessas? – Duda quase cuspiu as palavras na cara dela – O Sr. Robbinson era uma ótima pessoa sua puta!

- Eu não tenho culpa se o velho bateu as botas – disse ela assoprando suas unhas como se não se importasse – Além do mais eu estou completamente louca para ver se esse tal professor é bom mesmo, quem sabe assim ele não pode me dar umas aulinhas particulares.

Ela deu um sorrisinho falso.

- SUA PILANTRA, EU VOU TE MATAR! – Duda avançou em cima dela mas eu a impedi segurando seus braços resultando em umas boas gargalhadas daquela vagabunda oxigenada.

- Professor novo? – olhei pra ela, que ainda se debatia – O que aconteceu porra?

- O Sr. Robbinson morreu. – foi Victoria quem respondeu, soando tão baixinho como da última vez. Aquelas palavras me deixaram chocadas ao ponto de eu soltar Duda e sentir que o mundo tinha desabado sobre minha cabeça.

- N-não pode ser!

- Foi ontem a tarde – murmurou ela – Ele estava saindo de casa para a sua corrida ao redor do parque, aquele perto da casa dele sabe? Um dia ele levou a gente lá, quando nós tomamos café com ele, foi tão divertido.

- Foi infarte? O que... o que... – eu não conseguia terminar a frase.

- Ele levou um tiro – Duda gaguejou já sentindo as lágrimas voltando – Por que alguém mataria um homem tão bom? Por que Jessie?

- Ah meu Deus! – deixei me levar pela tensão do momento e puxei Duda para um abraço apertado e cheio de dor, logo a Vick entrou no trio e ficamos ali sentindo que um pedaço de nós havia sido tirado de uma maneira bruta e sem coração.

Até que a risada irritante da Courtney preencheu o ambiente.

- Vocês estão chorando por causa daquele velho? Quantos anos ele tinha? 80? 90? 100? Espera, acho que passava dos cento e vinte.

- Cala a boca garota! – rosnei indignada – Ele te dá aula desde o jardim de infância, se você tem esse corpinho ai foi por que ele te ensinou como fazer os exercícios e te indicou os melhores nutricionistas, se nós ganhamos todos os troféus que estão na porra daquela sala é por que ele nos treinou para que chegássemos até lá.

- Só que...

- Só que nada caralho! Será que você não sente nada? Será que você não consegue assimilar o que aconteceu? Ele morreu Courtney, ele não vai mais voltar, não vai ter mais suas piadinhas, ele não vai mais te chamar de estressadinha e nem te colocar na frente junto comigo durante as apresentações, ele não vai nos obrigar a pedir desculpas e também não vai montar as melhores coreografias do universo – as lágrimas começavam a dificultar as minhas palavras – Acabou as balinhas, acabou os treinos depois da aula, acabou a luz que tinha quando ele estava por perto.

- Ele era o melhor – afirmou Chris entrando na sala.

- Sim, ele era – concordei – E mesmo que venham outros professores, um, dois, mil, não importa quantos, ninguém vai substituí-lo, pelo menos não aqui dentro do meu coração.

- Eu sinto muito – sussurrou Courtney abaixando a cabeça, deixando seus fios loiros caírem sobre seu rosto.

- Eu sei que sente – sorri triste – Todos nós sentimos.

Voltamos a nos abraçar, dessa vez com Chris, e por um momento esqueci todas as desavenças que tínhamos e puxei Courtney para junto de nós. Todos os alunos e funcionários da escola estavam de luto, e tínhamos motivos suficientes pra isso. Nós sentíamos falta do nosso professor, e só o que nos resta é parar o mundo por apenas alguns segundos e prestar-lhe uma homenagem.

♂

O clima ainda estava estranho e eu sabia que ficaria por um bom tempo, eu não conseguia imaginar qualquer um de nós esquecendo o Sr. Robbinson e tudo que ele representou na nossa vida, eu não conseguia fechar os olhos e pensar em como seriam as aulas de educação física daqui pra frente. Na verdade eu daria qualquer coisa pra saber quem foi a pessoa que teve a capacidade de fazer uma coisa tão sem escrúpulo como essa, matar uma pessoa inocente que nunca fez nada pra ninguém, tirar o sorriso de várias pessoas por nada. Nada.

Eu estava na minha carteira de cabeça baixa e o novo professor ainda não tinha chegado, nem o Bob que raramente falta nas aulas tinha aparecido, pensei que talvez ele não tivesse a mesma aula que eu mas na verdade ele realmente não tinha vindo a aula.

- Esse professor está demorando – disse Chris que estava sentado ao meu lado fazendo carinho na minha nuca.

- Eu não quero que ele venha – falei baixinho – Não estou pronta pra isso Christian.

- Eu sei – ele colocou uma mexa do meu cabelo atrás da orelha – Mas não tem outro jeito Jessie.

- Aquele diretor idiota deveria decretar luto pelo menos por hoje, será que não podemos nem ir ao funeral?

- O corpo dele está na perícia, só vai ser liberado hoje a tarde.

- Mesmo assim – insisti – Nós devíamos prestar solidariedade a família dele, imagina só como eles devem estar se sentindo.

- Jessica, eu estava pensando em uma coisa... – ele parou de falar deixando a frase no ar – Ah, deixa pra lá.

- Não Chris, agora me fala! – percebi que tinha aumentado o tom.

- É que... – ele franziu a testa – Já parou pra pensar que talvez, eu não estou dizendo que tenha sido isso mas...

- Porra, desembucha logo! – eu estava realmente irritada.

- Eu acho que pode ter sido um aluno.

- O que? – meus olhos saltaram junto com suas palavras.

- É, eu sei, parece loucura mas...

- Mas nada Chris, como você pode pensar uma coisa dessas?

- Eu disse que acho, que pode ser, eu não afirmei nada.

- Você está louco! – disse histérica – Todo mundo gostava dele, ninguém faria isso, puta que pariu, como... como você pode pensar isso?

- Não haja como se isso fosse impossível, você mesmo não viu a reação da Courtney? Ela nem se importou.

- Está dizendo que...?

- Ah meu Deus não! – disse, depressa – Ela é egoísta mas não mataria ninguém Jessie, eu sei que não, mas – ele lambeu os lábios – bom, isso mostra que nem todo mundo gostava dele, entende?

- Eu não sei Chris – falei com sinceridade, abrindo um sorriso triste – E também não quero pensar que alguém que eu conheço faria isso.

- E você acha que eu quero? – ele me puxou para perto de si e me abraçou de lado, alisando meu braço levemente – Eu só estou dizendo que é uma possibilidade, por mais que isso me assuste.

- Eu vou sentir falta dele.

- Eu também.

- E das balinhas.

Ele riu.

- É, das balinhas também.

- Mas ele nem te dava balinha – resmunguei.

- Ah é mesmo – ele deu risada – Posso te contar um segredo?

- Hum, deve.

Ele abaixou a cabeça bem próximo ao meu ouvido.

- A Courtney costumava me dar as balinhas dela por que ela dizia que tinham muitas calorias.

Uma risada alta, muita alta, invadiu toda a sala deixando todos assustados, não pelo fato de ser eu, mas pelo fato de ser uma risada muito sincera e verdadeira para um dia tão triste, mas eu simplesmente não consegui evitar.

- Fala sério Chris!

- Eu desconfio que ela fazia isso por que queria ficar comigo.

- Ah, não diga.

- Só que eu não gostava dela.

- Deve ser bem difícil gostar de alguém como a Courtney, na verdade é impossível mesmo.

- Difícil? – ele me encarou sério – Ela é gostosa, popular, faz um dos melhores boquetes do universo e está disponível a qualquer momento.

- Nojento! – soquei o ombro dele – Por que não vai lá com ela então?

- É que eu gosto de outra garota.

- Que bom – suspirei aliviada – Assim posso ter certeza de que não está enfeitiçado sexualmente por uma psicopata sem sentimentos.

Ele riu.

- Pode ser.

- Mas me diz Chris, quem é a felizarda?

- Eu não posso.

- Hum, é alguém conheço?

- Sim.

- É a Eduarda? – sim, eu estava só fazendo uma piada.

- Cala a boca! – ele fez cara feia.

- Já sei, é a Vitória, não é? Eu sempre desconfiei que tinha uma queda por ela, sempre mesmo.

- A Vitória é minha prima Jessie! – ele disse encabulado.

- É mesmo! – falei num tom histérico – Por isso a conexão.

Ele riu alto.

- Você é demais mesmo.

- Não, eu não sou – dei de ombros – Agora me diz, quem é ?

- Eu não vou dizer.

- É o Bob? – indaguei contendo um riso – Se for tudo bem, eu prometo que não falo nada para os seus amigos, ser gay é perfeitamente normal hoje em dia...

Ele me olhou incrédulo.

- Jessica Baker você também está querendo morrer?

Aquela piada foi completamente sem graça e fora de hora, mas eu não pude deixar de rir.

- Só estou tentando dizer que pode contar comigo.

Ele não disse nada, apenas balançou a cabeça e ficou rindo.

- Não vai me dizer quem é ela? – questionei após algum tempo.

- Eu já disse que não posso.

- Por quê?

Ele me encarou.

- Ouvi dizer que ela está noiva.

Senti um nó em minha gargante e engoli em seco.

- Tudo bem Jessie – ele tirou o braço de mim, isso me lembrava o mesmo gesto de quando estávamos no restaurante há uns dias atrás.

- Chris eu...

- Você está namorando, você ama o cara, nós não podemos ficar juntos, ele é o cara perfeito, ele é isso e aquilo, eu já sei, não precisa me dizer nada.

- Mas é que...

- Jessie é sério, eu nem devia ter dito isso.

- Mas Chris eu...

- Você nada! – disse ele encerrando o assunto – Ah meu Deus! – de repente ele arregalou os olhos e se afastou ainda mais de mim.

- Que f... Justin? – meus olhos não conseguiam acreditar no que viam, era ele ali na minha frente, não era uma miragem, não era um sonho, nem um pesadelo, era o Justin.

O JUSTIN PORRA!

- Achei que ele já tinha terminado os estudos! – Chris não conseguia impedir o tremor em sua voz oscilante.

- Eu também – sussurrei ainda em choque.

Os olhos de Justin de repente ficaram presos aos meus. Havia maldade neles, havia um sarcasmo, algo diabólico, era como se ele estivesse se vingando apenas com o olhar, se vingando por não ter conseguido o que queria, não ter conseguido me comer naquela noite.

Chris se afastou o máximo que pôde, estava bem óbvio que ele morria de medo do Justin. E eu senti raiva disso, ele devia ter continuado do meu lado, me abraçando, mostrando pra ele que a presença dele era a pior coisa do mundo pra nós, por que tudo ficava melhor sem ele.

Mas então ele desviou os olhos de mim e sorriu para todos da classe. As garotas praticamente o devoravam com os olhos, ele estava com uma regata branca que deixava seus músculos e suas tatuagens a mostra, seu topete estava incrivelmente bem arrumado e a bola de futebol que ele tinha nas mãos lhe dava um ar descontraído e sensual.

- Bom dia turma – ele reforçou o sorriso – Meu nome é Justin, Justin Bieber – ele bateu a bola no chão e a pegou de volta – eu tenho dezenove anos, sei que perderam uma pessoa muito importante ontem e que não vai ser nada fácil, mas – ele sorriu, diretamente pra mim, o mais sínico que conseguiu – Mas eu sou o novo professor de educação física de vocês.

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E ai o que estão achando? muahaha justin é um filho da pattie mesmo, só faz merda o garoto kkkk em fim comentem pra eu saber tudinho muahaha e ah, venham falar comigo na ask, veeeeem, kk vou responder todas as perguntas de vocês *-* (AQUI) bj, amo vocês <33