Gangster Love - Capítulo 27 - I am sorry too

“Eu gostaria de ter conseguido olhá-lo no fundo dos olhos, de ter visto neles qualquer coisa como compaixão, paciência, tolerância, ou mesmo amizade, quem sabe amor.”

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Jessica Baker P.O.V

- Eu não queria que as coisas fossem assim.

Por que? Por que ele estava fazendo aquilo comigo cara? Ele é um canalha, ele nunca vai mudar. Eu só queria que ele saísse da minha vida de uma vez por todas. Por que ele estava ali armando aquela cena? Por que ele tinha destruído a minha noite quando eu já tinha problemas o suficiente? Será que é tão bom ver uma pessoa sofrer? Será que a sensação seja tão gostosa que ele tem que me torturar dessa forma?

Eu estava cansada, cansada.

Ele não era meu namorado, ele não tinha o direito de estragar o meu jantar, nem mesmo de dizer que estávamos juntos ou de se oferecer pra ir conosco. Ele foi um idiota, absolutamente ridículo. Que cena mais escrota foi aquela? Eu não sabia onde enfiar minha cara, eu queria sair pra ver se conseguia me divertir e ele me apronta uma dessas? Porra eu só queria ter a minha vida de volta, e isso não incluía tê-lo por perto.

Eu o amo.

Não é nenhum pouco saudável que ele esteja tão próximo.

Eu não sou um brinquedinho que ele usa quando quer.

O Jogo acabou, ele precisava entender isso.

- Não queria? – abri um sorriso amargo – Você nunca quer Justin,  você sempre faz as coisas sem pensar só que dessa vez eu não vou estar aqui para ouvir as suas desculpas.

- Eu sinceramente não entendo por que você me culpa tanto. – ele franziu a testa e deu dois passos se aproximando mais de mim – Será mesmo que eu sou esse ogro que você descreve só por que eu comi a Leticia no sofá? Até onde eu sei nós dois nunca tivemos nada além de sexo, então por que fazer tanto drama por causa de uma rapidinha daquelas?

Meu queixo caiu. Eu simplesmente não acreditava no que estava ouvindo.

- Não precisava ter me dito isso. – murmurei ainda perplexa.

- Será? – disse ele se aproximando ainda mais, pude sentir seu hálito quente e completamente arrepiante bem próximo a mim.

Fechei os olhos e respirei fundo, então voltei a abri-los.

- Eu tenho certeza.

De repente o vi levantar as mãos espalmadas enquanto se afastava. Aquilo só significava uma coisa. Ele tinha desistido. E ao mesmo tempo que eu me sentia aliviada por isso, por dentro eu o odiava com todas as minhas forças por ter cedido tão fácil, por não ter insistido.

Mas por que ele faria isso?

Ele deixou bem claro que nós dois não se passou de sexo.

- Tudo bem então, você é quem sabe.

Ele encarou Chaz com um ódio desgramado e eu me arrepiei dos pés a cabeça. Mas ele não fez nada além de dar as costas em direção a sua Range Rover que estava do outro lado da rua.

- Achei que seu carro tinha estragado! – indaguei com a voz quase imperceptível, era extremamente notável que eu queria tê-lo por perto o máximo de tempo que pudesse por que naquele momento eu sabia que tudo estava chegando ao fim.

Ele abriu a porta e encostou seu braço na mesma. Minha respiração estava descompassada, eu não sabia distinguir nada do que sentia, era tudo tão confuso, e no meio de tanta coisa eu só tinha certeza de que o amava, eu queria aquele idiota com todas as minhas forças.

Senti seu olhar sobre mim, e então um sorriso sem vida surgir levemente em seus lábios aveludados.

- E eu achei que você não se importava.

Depois disso ele entrou no carro e deu partida pisando fundo no acelerador. Eu tinha até medo que acontecesse alguma coisa com ele, o garoto fica fora de si quando está com raiva, e naquele momento ele estava.

E muito.

Mas eu ainda não sabia se era por que a sua tentativa frustada de conseguir sua vadia do sexo de volta tinha dado errado ou se era por que eu parecia muito mais interessada no seu melhor amigo do que em gemer seu nome a noite inteira.

Deve ser complicado para Justin Bieber perder alguma coisa.

Eu jurei pra mim mesma que não ia deixar nenhuma lágrima escapar por causa daquele filho da puta mas sabe o que aconteceu? Elas saíram, e saíram de uma forma tão dolorosa que eu acabei escorregando e ficando de joelhos, ali mesmo, naquele asfalto. E eu não me importava que eles doessem, eu não chorava só por que o cara que eu amava era um canalha, não chorava só por que eu tinha certeza de que nunca tinha sentido nada parecido,mas eu também chorava por que minha família estava destruída, por que minha vida tinha virado do avesso e nada era como antes.

Eu chorava por que sou humana.

E humanos sentem.

E ás vezes sentem até demais.

Logo senti os braços magros e aconchegantes de Chaz me segurarem com tamanha força que eu não poderia me sentir mais protegida. Ele me apertou contra seu peito e eu quase encharquei sua camiseta de tantas lágrimas, eu precisava daquilo, talvez isso significasse um novo começo, uma vida nova, eu sei lá, qualquer coisa menos essa escuridão profunda.

- E-eu o amo – gaguejei antes que essas palavras me sufocassem – Droga Chaz, eu o amo tanto.

- Shh – ele colocou um de seus dedos nos meus lábios e seus olhos alcançaram os meus, logo senti seu polegar limpar as lágrimas que não paravam se surgir, e então ele sorriu – Eu estou aqui com você, vai ficar tudo bem.

Eu sabia que não ia, mas eu estava disposta a acreditar em um recomeço.

♂

- Você tem certeza que não precisa ir embora? Olha, eu já estou me sentindo bem melhor.

- Se você quer me mandar embora é só dizer! – Chaz riu desviando os olhos do meu notebook, ele estava no seu facebook enquanto eu lavava a louça que a gente tinha sujado no meu jantar improvisado.

Essa casa fica um caos depois das dez por que não tem nenhuma empregada se quer, só os seguranças e mais ninguém. Isso significa que eu tenho que me virar sozinha, e isso é horrível. Mas até que eu estou me acostumando, hoje por exemplo eu não gritei quando quebrei a minha unha.

- Para de ser bobo! – balancei a mão respingando água nele – Eu só achei que você tinha coisa melhor pra fazer.

- Você acha demais – bufou ele fechando o computador – Por que não consegue acreditar que alguém se importa e quer passar um tempo com você?

- Ultimamente todo mundo tem me jogado pedras, só é um pouco estranho saber que ainda existem pessoas como você.

Ele sorriu.

- Eu sei, sou exclusivo.

- E muito convencido. – completei enxugando a mão.

- Você é legal Jessie! – sussurrou ele ainda sentado me puxando para um abraço apertado quando eu caminhava de volta a sala de estar.

- E você até que é legalzinho – falei rindo enquanto suas mãos quentes estavam presas na minha cintura.

- Legalzinho? – protestou incrédulo.

- E tem um cabelo legal! – comecei afaga-los, quer dizer, eu estava mais bagunçando do que afagando.

Chaz é uma pessoa incrível. Ele me trouxe pra dentro, me deitou em seu colo no sofá e ficou fazendo carinho no meu rosto até que eu adormecesse. Ele me disse coisas fofas e cuidou de mim. Ninguém nunca fez nada parecido. Pela primeira vez eu senti que era importante pra alguém.

- Eu acho que ele gosta de você – disse ele voltando a nivelar nossos olhares, seus lábios estavam molhados e tinham um tom avermelhado.

- Quem? – questionei mesmo sabendo de quem se tratava.

- Justin – suas palavras foram como um soco no meu estômago.

- Você está enganado!

Tirei suas mãos da minha cintura e suspirei indo pra sala. O máximo que eu pudesse evitar em pensar, falar e qualquer coisa relacionada ao Justin eu faria. Eu faria sem pensar duas vezes.

- Por que diz isso? – ele se sentou ao meu lado no sofá – Eu conheço ele.

- Pelo visto não – dei de ombros – Dá pra parar de falar sobre isso?

- Não dá não – disse ele insistindo – Quando eu falei que ia sair com você eu achei que ele nem ia se importar, mesmo depois de tudo eu sempre pensei que você fosse só mais uma pra ele – ele oscilou quando eu franzi as sobrancelhas me sentindo ofendida – Não vamos ser hipócritas, ele é o Justin.

- Caralho Chaz, eu já sei disso.

- Mas depois Jessie, as coisas mudaram. Por que ele viria até aqui atrapalhar esse nosso “encontro” – ele fez aspas com os dedos – se ele não gostasse de você? O Justin que eu conheço não perderia tempo com isso.

- Que diferença isso faz?

- Toda a diferença.

- Pra mim não.

- Ele tinha dito que ia comprar flores pra você, ele disse que ia te pedir desculpas, ele disse pro Lil que não ia te deixar escapar, e eu juro que quase morri de raiva quando ele chegou aqui mas cara ele é meu melhor amigo, eu não posso simplesmente ficar com a garota dele, eu não posso me cegar diante do que está na minha frente e você também não pode.

- Não é como se eu tivesse outra opção – voltei a dar de ombros – Além do mais você está exagerando, nós não temos nada.

- Jessica pelo amor de Deus! – ele balançou a cabeça – Olha só pra você, acha mesmo que eu poderia me controlar? Eu não...

- Isso está indo longe demais, será que dá pra simplesmente esquecer? Nós combinamos que você ia só me fazer companhia, ia ser um jantar de amigos, nada demais, Chaz você é incrível, obrigada por tudo.

Eu o abracei forte interrompendo qualquer palavra que ele fosse pronunciar a seguir. Era só de um amigo que eu precisava, de alguém que me ajudasse a passar por tudo isso, alguém que estivesse lá por mim.

- De nada – sussurrou ele com o queixo apoiado a minha cabeça, suas mãos alisando meu braço delicadamente.

Justin Bieber P.O.V

Acabou.

Eu nunca mais na minha vida vou amar alguém.

Eu sempre controlei isso muito bem e olha só em que estado eu estou.

Porra eu nunca bebi tanto na minha vida.

E agora eram dez horas da manhã e eu tinha acordado com uma puta dor de cabeça do caralho que parecia não passar nunca.

E tudo isso por causa daquela vadia.

Eu fiz tudo por ela cara, eu fui até lá, eu passei por idiota na frente daqueles imbecis, eu praticamente me ajoelhei nos pés dela e ela me humilhou. Me disse todas aquelas coisas que eu não tinha que ouvir.

Ela saiu com o meu melhor amigo.

E já chega! Pra mim chega!

Eu to pouco me fodendo pra ela.

Nunca precisei de mulher nenhuma mesmo.

E é como o Lil disse, se ela conseguiu essa grana foi por que ela mesma fez merda falando tudo pro meu pai. O mínimo que ela poderia fazer era conseguir a grana de volta, e além do mais ela não ia conseguir isso sozinha.

Ela precisou de mim, e de todos os outros.

Ela é só uma patricinha mimada.

Eu não tenho por que gostar dela e ponto final.

Tomei um banho demorado e vesti uma roupa, na verdade apenas um short.

Fui procurar o Lil mas sua cama estava intocável. Devia estar com alguma vadia, claro.

Ryan não estava. Chace não estava.

Ótimo, todo mundo fodeu ontem a noite.

Menos eu.

Isso que dar ser babaca e ficar correndo atrás de vagabunda.

Chaz também tinha dormido fora, é claro, deve ter comido ela até agora.

Só de pensar nisso eu sentia meus dentes trincarem.

Uma vontade incontrolável de socar os dois e quebrar em pedacinhos.

Por que eu posso me negar a ir atrás dela, a fazer papel de idiota e todas essas coisas de viadinho retardados.

Mas eu não posso negar e nem impedir o meu coração de sentir essa porra completamente tosca e ridícula que chamam de AMOR.

Acendi um cigarro e me joguei no sofá, comecei a assistir um programa qualquer até que a porta se abriu. Me virei para ver Chaz por um breve segundo antes de voltar a prestar atenção na tevê.

- Oi – disse ele inocentemente ao fechar a porta.

Eu não respondi, eu apenas me controlei e continuei com os olhos na tevê.

- Não aconteceu nada – disse ele, se aproximando.

Continuei calado, engolindo em seco.

- Mas ela não quer mais saber de você, sinto muito.

Dei um sorriso torto e sínico.

Eu nunca levei um pé na bunda, sou eu quem decido quando eu não quero mais foder alguém. Então ela ia pagar muito caro por tudo que estava fazendo, e eu sabia muito bem como.

- Eu também sinto.

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muahaha o que estão achando? obrigada pelos comentários, amo vocês <33 Falem comigo (aqui)