Protected in Paradise - Capítulo 40 - I'd die for you

“Talvez eu sinta sua falta, a cada segundo do dia.”

Candi P.O.V - Para ler esse capítulo no anime clique (aqui)

Justin e eu permanecemos intactos com os olhos presos em Math que ainda gargalhava como se aquela cena fosse a mais interessante para ele. Minhas mãos estavam tremulas e eu sentia uma coisa ruim dentro de mim. Eu tinha acabado de dizer ao Justin o quanto ele era importante pra mim e isso me assustava. Ele ainda me segurava firme em seus braços, fiquei aguardando a reação de algum deles, pois eu simplesmente não sabia o que fazer. Justin fez menção de pegar a arma que estava em sua cintura pois ele não conseguia alcançar o fuzil que ele tinha colocado dentro de sua meia.

- Você não quer fazer isso cara! – Math disse cauteloso observando os movimentos que a mão de Justin fazia até a barra de sua calça.

- Me dê um motivo para eu não pegar essa arma e estourar sua cabeça filho da puta? – ele estava visivelmente alterado, as veias em seu pescoço estavam grossas, eu podia ver o quanto ele estava se esforçando para manter o controle.

- Talvez se você olhasse pra trás perceberia que estamos em maior número! – segui os olhos dele e notei uma fila de pelo menos vinte homens armados apenas esperando um sinal do Math.

- Eu não tenho medo de você e desses veadinhos que trabalham pra você! – Justin cuspiu as palavras na cara dele – Olha aqui Math, ela é a minha garota, nós vamos nos casar em breve, ela está esperando dois filhos meus e eu não vou deixar nada de ruim acontecer com ela, você me entendeu?

Math riu debochado e eu tive que segurar os braços de Justin para impedi-lo de fazer uma besteira. Antes que eu pudesse me dar conta ele já tinha sacado a arma que rapidamente foi mirada para o nojento a nossa frente.

- Justin não! – pedi sentindo meu corpo tremer.

- Eu não vou deixar essa cara zombar da nossa cara como se o que ele fez fosse certo! Candice ele te sequestrou, que diabos ele estava pensando quando fez isso?

- Eu não pedi pra você aparecer na nossa vida e estragar tudo! – Math grunhiu.

- Estragar o que? – foi à vez de Justin rir – Eu não acho que você e a Candi realmente tinham algo, espera ai, você alguma vez na sua vida já conseguiu alguma coisa com uma garota sem forçar a barra?

Ouch.

- Você merece levar vinte tiros no coração! – Math já não conseguia mais se controlar, ele estava prestes a avançar em cima de Justin, e faria isso se eu não estivesse no colo dele.

- Parem com isso! – pedi amedrontada – Já acabou ok?

- Não acabou porra nenhuma! Bieber joga essa arma no chão agora! – Justin riu.

- Você acha que manda em mim?

- Ou você abaixa a porra dessa arma ou eu mando aqueles caras ali dispararem e ai não vai sobrar nem Justin nem Candice pra contar história.

- Os meus amigos, eles estão bem ali prendendo os idiotas que você diz serem seus capangas, eu não tenho nada a temer!

- Tem certeza? – Math riu mais uma vez – Então vamos lá Justin, grite, chamem eles, assim que você abrir a boca vocês morrem.

- Se você ama tanto ela, seria mesmo capaz de fazer isso? – Justin olhou no fundo dos olhos furiosos de Math e se sentiu decepcionado ao constatar que ele faria aquilo sim, e sem pensar duas vezes – Tudo bem! – ele jogou a arma no chão – O que você quer de mim?

- Eu não quero nada de você! Olha Justin, eu já vou logo avisando, a Candi não vai sair viva daqui, isso é uma certeza. Eu não sou o tipo de cara que brinca em serviço. Eu a quero morta. E eu quero ver você se sentindo culpado pela morte dela pelo resto da sua vida. – suas palavras cruéis fizeram com que lágrimas começassem a se formar no canto dos meus olhos, ele tinha um vibe tão ruim, é como se ele fosse um demônio e só a voz dele já era capaz de satanificar um ambiente – Eu sequestrei a Candi por que vocês não podem ficar juntos, por que ela é minha.

- Sua? – Justin riu – Tudo bem, ela é sua.

- Justin me coloca no chão! – pedi baixinho.

- Eu não vou te soltar por nada nesse mundo! – ele falou pertinho do meu ouvido – Você confia em mim? – assenti nivelando nossos olhares – Então tudo bem, eu vou te colocar no chão! – ele segurou as bases do meu corpo e eu senti meus pés tocarem a superfície – Você tem certeza que consegue ficar em pé? – assenti – Ok, agora olha pra mim! – fitei o chão, eu não queria olhar pra ele, eu não queria entender o que ele estava pensando e todos os homens ali aguardavam apenas por um sinal e então nós estaríamos mortos. Eu estaria morta. Meus filhos. Justin – Candice olha pra mim amor! – ele levantou meu queixo me obrigando a encarar aquele mar de mel umedecidos pelas lágrimas – Eu te amo, eu te amo linda! – ele tinha a voz chorosa e uma lágrima travessa escorreu sobre seu rosto incrivelmente bem desenhado, aquilo só deixava o meu coração mais na mão do que já estava. Ele abriu um largo sorriso, olho no olho, levei minhas mãos até sua face e limpei a lágrima quente que estava quase chegando aos seus lábios aveludados.

- Acabou a palhaçada! – Math resmungou interrompendo aquele momento que por mais angustiante que fosse por um segundo eu desejei ser eterno. Talvez por que eu estava com um puto medo do que aconteceria nos próximos minutos, ou até segundos.

- Você não vai fazer nada com ela! – Justin disse sério se prostrando na minha frente – Se você quiser realmente tocar na Candi, vai ter que passar por cima de mim.

- Isso é fácil! – zombou Math – Eu não queria fazer isso dessa forma, mas já que você insiste...

- Por que você está fazendo isso comigo? – perguntei aos prantos.

- Por que você não fez aquilo comigo gatinha! – suas palavras eram mais amargas do que o café sem açúcar da minha mãe.

- Então tudo isso é por que eu não transei com você? – perguntei incrédula – Ah meu Deus você é pior do que eu pensava.

Justin chutou o chão irritado, a paciência dele estava ou tinha acabado de ser esgotada.

- O que é isso na sua perna? – Math perguntou olhando para os pés de Justin – Você tem uma arma na sua perna? Puxa a sua calça mané!

- Eu não vou puxar nada! – Justin grunhiu.

- Puxa essa porra! – ele deu um tiro no chão e Justin fez o que ele pediu bufando de raiva – Filho da puta! Você achou mesmo que ia conseguir se safar? Pois você só tornou as coisas piores, eu estou com tanta raiva nesse momento que eu não posso responder pelos meus atos.

- Foda-se! – Justin deu de ombros.

- Tira esse fuzil daí e joga no chão! – Math ordenou com a arma apontada para a cabeça de Justin, senti todos os meus músculos amolecerem, meu corpo inteiro se arrepiou, engoli em seco cada palavra que ele tinha acabado de pronunciar.

- T-tira Justin! – gaguejei ao notar que ele falava sério.

- Tudo bem! – Justin bufou, suspirou fundo e depois relaxou agachando-se para tirar o fuzil que ele tinha tentando inutilmente esconder na sua meia.

E foi nesse exato momento que a pior coisa da minha vida aconteceu.

Eu digo, pior coisa mesmo.

Nada comparado a pular de um penhasco e sentir uma angustia por não conseguir mais respirar e simplesmente não encontrar ar nenhum. Só água.

Nada comparado há ter dezessete anos e descobrir que esta grávida de gêmeos.

Nada comparado a descobrir que o cara por quem você é perdidamente apaixonada na verdade foi contratado pelo seu pai para ser o seu segurança.

Nada que possa ser comparado a descobrir que o seu namorado na verdade é um Agente do FBI com a missão de prender o seu pai.

O que aconteceu naquele exato momento não pode ser comparado a nada.

Por que nada poderia descrever o que eu senti.

Math puxou o gatilho e sem pensar duas vezes disparou na minha direção, diretamente na minha barriga. Fechei os olhos com força. Eu não estava preparada para sentir a minha barriga explodir, eu não estava preparada para ver a morte se aproximando de mim.

Três disparos.

E depois, depois um silêncio inexplicável.

Como se o mundo tivesse parado.

O tempo.

O que aconteceu? Por que eu não estou sentindo a dor? Por quê?

Será que essa coisa de tiro é tão foda que você morre sem sentir dor?

- JUSTIN! – ouvi a voz de Chaz gritar atrás de mim.

Abri os olhos naquele momento e tudo que eu vi foi um jato de sangue escorrendo pelo chão. Virei o rosto mais um pouco e vi Justin atirado ali, ele estava baleado e se contorcia de dor, como se a morte estivesse bem ali fazendo de tudo para levá-lo embora. Para os céus, por que só ali ele poderia encontrar a paz.

Agachei-me perto dele meio confusa. Totalmente perdida. Eu pensei em mil coisas e não pensei em nada.

- Justin! Justin! – exclamei alterada sacudindo ele de todas as formas, ele não se mexia mais, como se a dor já tivesse ido embora – Justin fala comigo, amor, fala comigo, por favor! – ele não reagia, seus olhos castanhos estavam abertos e arregalados, mas ele não dizia nada – JUSTIN NÃO FAZ ISSO COMIGO! – eu não parava de sacudi-lo – AMOR, AMOR FALA COMIGO, AMOR! – ele mexeu seu braço procurando pela minha mão, assim que elas foram tocadas me arrepiei dos pés a cabeça, sua mão estava tão fria, fria como o gelo – Vai dar tudo certo, eu vou levar você pro Hospital bebê, vai ficar tudo bem. – encostei minha cabeça em seu peitoral sem me preocupar com o sangue que não parava de escorrer – Eu te amo, vai dar tudo certo.

- Candice! – ele sussurrou baixinho fazendo carinhos lentos no meu cabelo, então levantei a cabeça e olhei nos olhos dele, o porra louca sorriu pra mim, por que diabos ele estava sorrindo? NÃO. Você não pode sorrir Bieber. Essa hora é inapropriada. O mundo não precisa do seu sorriso quando você está com três balas espalhadas pelo seu corpo. O mundo só precisa do seu sorriso quando você está bem – Amor você é tão linda. – eu mal podia ouvir sua voz que estava cada vez mais fraca, ele engoliu seco procurando por ar – Cuida bem deles tá. – ele fechou os olhos sendo vencido pelo cansaço e suas mãos caíram sobre seu peito.

- JUSTIN NÃO! – gritei dando alguns tapinhas no rosto dele – JUSTIN NÃO! – gritei mais uma vez chorando descontroladamente – AMOR NÃO FAZ ISSO, AMOR NÃO FAZ NÃO, NÃO FAZ ISSO COMIGO!

- Me deixa ver como ele está! – Chaz se agachou ao meu lado me empurrando para encontrar espaço entre nós – Precisamos estancar o sangue! – ele tirou seu blazer e amarrou na cintura do Justin tapando o lugar onde ele tinha sido baleado – Ei amigão, você ainda tá comigo? – Chaz estava com os olhos marejados, eu podia ouvir seu coração acelerado do lugar onde eu estava parada chorando compulsivamente a centímetros dali – Lembra que a gente dizia que vazo ruim não quebra? – Chaz riu amargo – Então brother, tu ainda vai durar muitos anos.

- Eu... Sinto... Muito! – olhei para o lado e vi Math com um olhar perdido, aquele desgraçado tinha atirado em mim e o Justin se jogou na frente. Eu ia voar pra cima dele, mas eu não tinha forças, e só pra terminar minha barriga doía tanto que eu achei que ia explodir. Era muita coisa na minha cabeça, tinham muitas coisas acontecendo ao meu redor, e tudo que eu queria naquele momento era que ele vivesse, por que sem ele não teria mais sentido. Sem ele eu não queria viver mais.

- Eu.Odeio.Você. - falei pausadamente soluçando e então me virei novamente para Chaz que estava com cuidado pegando Justin no colo. Ouvi outro tiro ser disparado e fechei os olhos novamente. Eu não acredito que ele atirou em outra pessoa. Quem foi dessa vez? O Chaz? Quem vai ser próximo? EU! TEM QUE SER EU. POR QUE EU NÃO VOU SER A GAROTA QUE VAI FICAR AQUI SENTADA VENDO AS PESSOAS QUE EU AMO MORREREM POR MINHA CAUSA, POR CAUSA DE UM DESGRAÇADO QUE NÃO TEM SENTIMENTOS, QUE SÓ FAZ MERDA. UM DEMÔNIO.

- VOCÊ NÃO DEVERIA TER FEITO ISSO, VOCÊ DEVERIA SER PRESO PRA FICAR UNS QUARENTA ANOS NA CADEIRA VERME! – ouvi Chaz gritar enfurecido e quando abri os olhos ele estava levando Justin pro carro, me levantei do chão ainda perdida e só então tive coragem de olhar pro lado. Math estava morto no chão, uma arma em suas mãos e sangue escorrendo de sua cabeça. Ele não respirava mais. Ele estava morto. Eu nunca pensei que me sentiria tão frustada ao ver aquela cena. Talvez por que eu seja realmente a garota boa, talvez eu seja mesmo a mocinha da história, a que vai ficar comovida sempre que acontece algo de ruim.

- Candice! Candice! – Emma correu até mim desesperada, Ryan estava logo atrás dela chocado com o que ambos estavam vendo – Meu Deus, você está bem?

- O Justin Emma, o Justin! – gritei aos prantos – O JUSTIN!

- Vem, nós vamos pro hospital. O Justin vai ficar bem, ele vai ficar bem. – ela me puxou para irmos para o carro.

- Eu não quero perder ele! – disse completamente sem chão.

- Você não vai perder ninguém Candi! – ela envolveu seus braços no meu ombro me confortando da melhor maneira que podia, é difícil confortar alguém quando você também sente seu coração sangrar.

Emma me colocou no banco de trás do carro dela, eu protestei o quanto pude, mas ela disse que eu não estava em condições de ficar perto do Justin naquele momento. Que diabos ela está pensando? O amor da minha vida acabou de levar três tiros, ele está... Meu Deus, ele pode morrer e ela simplesmente não quer me deixar ficar perto dele? Chaz estava no outro carro dirigindo a mil por hora, Ryan estava atrás cuidando de Justin e o resto do pessoal estava levando os criminosos para a delegacia. Eu entendia que a Emma tinha pânico de volante, mas eu só precisava que ela pisasse fundo naquele acelerador. Tudo ficou pior quando eu comecei a sentir fortes dores, eu tinha até me esquecido que estava grávida. Levei as mãos até a minha barriga e gritei de dor quando senti uma pontada atingi-la com força. Emma foi mais rápido depois disso. Ela não me dizia nada.

Aliás, não tinha mais nada pra ser dito.

Ao chegar ao hospital tentei ignorar a dor que eu estava sentindo e corri para dentro sem esperar que a Emma descesse do carro e me ajuda-se a sair dali. Logo avistei Ryan e Chaz ao redor de uma maca. Ao me aproximar as pressas deles vi Justin ali sendo levado para algum lugar por um monte de médicos. Eu sentia como se o meu coração tivesse parado por uma fração de segundos. Na verdade o que é coração mesmo?

Eu não sei.

Alguém me diz, por favor?

- JUSTIN, MEU AMOR! – gritei me apoiando na maca que nem por isso deixou de andar.

- Ele vai fazer uma cirurgia para retirar as balas Candi! – Chaz murmurou – Ele não reage, ele não acorda.

- Ele está respirando não está? – olhei pra ele e só vi a visão embaçada de seu rosto, as lágrimas me impediam de ver quase tudo – É isso que importa.

- Você não pode entrar ai moça! – uma enfermeira murmurou pra mim assim que chegamos à porta da sala.

- MEU AMOR, MEU AMOR! – gritei assim que me dei conta do que estava acontecendo, OH CÉUS, era o Justin ali em uma maca com três balas infiltradas em seu corpo. E por minha culpa. Eles o tiraram da maca e colocaram em cima da cama, havia vários aparelhos e acessórios ao redor dela. Aproximei-me de lá e o abracei forte, eu não queria sair dali, eu queria ficar ali até o final.

- Senhorita, por favor! – dessa vez foi o médico quem gentilmente me pediu.

- JUSTIN JUSTIN! – gritava abraçando-o fortemente – MEU AMOR NÃO ME DEIXA NÃO, FICA AQUI COMIGO AMOR! – senti pessoas me puxando dali, tentando me afastar dele – ME SOLTA! JUSTIN JUSTIN!

- Candi fica calma, você precisa relaxar, ele vai ficar bem! – Chaz conseguiu me arrancar dali a força e por mais que eu me debatesse ele não me deixaria mais dar um passo, a porta tinha sido fechada. Acabou.

- AI! – gritei assim que senti a pontada de novo, só que agora mais forte ainda.

- Ah Meu Deus, o que foi? – Chaz me segurou nos braços – Você está bem? Pelo amor de Deus Candi!

- Cadê a Emma? – perguntei ofegante.

- O Ryan foi levá-la na emergência, ela acabou desmaiando quando viu o Justin sendo levado, Candi você tá bem? Por que...  – ele olhou para as minhas pernas e seus olhos se arregalaram – Por que você está sangrando?

 - A bolsa estourou! – disse incrédula – O que eu faço Chaz?

Ele me olhou mais confuso que qualquer coisa. Onde eu estou com a cabeça para perguntar para o Chaz o que eu faço quando minha bolsa estoura e tem dois bebês prestes a nascer? Meus bebês. No exato momento em que o pai deles está em uma cirurgia com perda de consciência. Uma enfermeira apareceu para responder a pergunta para a qual o Chaz certamente não teria resposta.

- Você está em trabalho de parto!

- AI! – gritei de novo e Chaz me segurou mais forte.

- CANDICE! – alguém gritou fazendo minha cabeça latejar – O que aconteceu com ela? Eu vim assim que a Emma me ligou...

- Zach! – exclamei sorrindo fraco ao vê-lo se aproximar.

- Você pode entrar com ela na sala de parto? – Chaz pediu, mais implorou do que pediu na verdade – Eu não sei se consigo fazer isso.

- M-mas ela não está de sete meses?

- A bolsa estourou! – a enfermeira disse – Ela precisa ir logo.

- Certo! – Zach me pegou do colo do Chaz e logo seus braços foram cobertos por sangue. Ele seguiu a enfermeira e eu olhei pra traz tendo a última visão de Chaz desabando em lágrimas antes de cruzar o corredor.

Ele me colocou na cama e alguns segundos depois o médico apareceu. Eu estava gritando de dor, era tanta dor que eu mal conseguia respirar. Sabe quando você se sente asfixiada? E gritar não adiantava em nada, gritar não fazia a dor ir embora. Zach se virou de costas quando a enfermeira tirou minha blusa e colocou aquele tipico vestido azul. Senti um alivio quando ela desabotoou a calça jeans baixa que eu insistia em usar sempre.

- Vamos ter que fazer cesária  – o médico disse sério – Você só está de sete meses e não fui eu que acompanhei a sua gestação. – ele colocou suas luvas sem desviar os olhos de mim – Além do mais eles são gêmeos.

- AI! Ai ai ai! – mordi meus lábios com força quando a dor aumentou. Zach ficou assustado, ele se aproximou de mim e segurou forte a minha mão, lágrimas quentes escorriam sobre minha face e ele me lançava um olhar de conforto. Eu só queria fosse o Justin ali segurando a minha mão. Droga! Ele prometeu que estaria aqui. Por que ele não está? Naquele momento ele estava em uma cirurgia, o que ele estava passando não podia nem se quer se comparado a isso. Eu tenho que admitir, a dor de um parto é um trilhão de vezes maior do que a pior cólica que eu já tive. É uma dor que você sente com o coração.

Eu não me lembro muito bem do que aconteceu depois. Só me lembro de gritar sem parar, gritar tanto que Zach diversas vezes soltou a minha mão virando a cabeça pro lado impressionado e assustado com o que estava acontecendo. O médico cortou o pé da minha barriga e isso me fez dar o maior grito de todos. Ah, aquele momento eu certamente nunca vou esquecer. Um branquelo tão pequeno quanto o meu anti braço acabava de nascer. Ele chorava inundando o ambiente, sabe, nada poderia descrever aquele momento. Meu James. A enfermeira o pegou no colo com um sorriso enorme e levou-o para algum lugar. Eu ainda sentia muita dor, mas da segunda vez foi mais rápido e fácil, logo a minha princesa, a Juliet veio ao mundo. Ela tinha poucos cabelos, a pele tão enrugadinha, era um pouco maior que o James e tinha os olhos pregados. Aquela cena encheu o meu coração de alegria. Apertei mais forte a mão do Math e ele me olhou com um sorriso de orelha a orelha, foi impossível não retribuir aquele sorriso. Meus anjinhos, eles estavam ali, respirando, eles tinham vindo ao mundo para tudo fazer sentido.

- Eu juro que nunca vi nada mais incrível que isso! – Zach riu aliviado e se curvou para beijar minha testa suada – Você é uma guerreira Candi!

[...]

Eu tinha pegado no mais profundo sono. Como isso aconteceu se eu estava decidida a ficar acordada até ter notícias do Justin? É claro, eles devem ter me dopado. Como sempre fazem quando querem me controlar. Tentei não pirar com isso quando acordei. Me ajeitei escorando meu corpo na cabeceira da cama e deixei um sorriso bobo escapar dos meus lábios quando vi Stacy e Zach segurando os meus bebês no colo. Eles sorriam como retardados e faziam carinho neles que já estavam vestidos, de azul e rosa. Emma e Chaz também os paparicavam. Eu só sentia falta do Ryan. Cadê ele? E o Justin, como ele está?

- Hey Candi! – Stacy exclamou vindo até mim com James no colo – Ele abriu os olhos rapidinho e depois fechou, sabe, eles são azuis.

- Vocês não deveriam ter pegado eles na encubadora, eles nasceram prematuros, precisam de cuidados! – a enfermeira advertiu entrando no quarto e mexendo em algumas coisas na mesinha de acessórios.

- Nós já vamos levar velha chata! – Stacy fez uma careta que me fez rir e então se aproximou mais colocando o pequeno anjo no meu colo – Pega ele, mas com cuidado por que o meu afilhado é muito molinho.

- Faz hora que você chegou? – perguntei sorrindo e admirando James. Ele era sem dúvidas a criança mais linda, mais perfeita do mundo inteiro.

- Umas seis horas, você sabe que já é de manhã não é?

- Isso, fica ai com o James que a Juliet fica pra mim! – Chaz ficava fazendo caretas para a garotinha mas ela nem se quer estava com os olhos abertos.

- Me diz, por que eles tem que parecer tanto com o arrombado do Justin? – Stacy perguntou indignada.

- Exatamente iguais a ele! – Emma completou satisfeita com isso.

- Justin! – sussurrei – Como ele está?

Eles se entreolharam.

- Será que você já pode amamentar eles ou é outro tipo de leite? - Chaz tentou mudar de assunto – Nos filmes eles...

- O Justin! – repeti – Como está o Justin?

Ryan entrou no quarto. Ele estava com os olhos marejados de lágrimas. Meu coração ficou acelerado. Todos ali o encaravam preocupados esperando por uma alguma palavra que nos deixasse aliviados. Mas o que parecia mesmo era que todos ali sabiam o que estava acontecendo. Todos, menos eu.

- Candice! – Ryan falou olhando diretamente nos meus olhos, só então pude notar o quanto eles estavam fundos e cheios de olheiras – O Justin está em coma irreversível. 

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O próximo é o ÚLTIMO, vai ser feliz ok? eu prometo. Por favor curtam a sinopse da próxima fanfic (aqui) haha obrigada, amo vocês sempre >33