Protected in Paradise - Capítulo 39 - I love you forever

“The ocean is full, cuz’ everyone is crying”

Candi P.O.V

Eu tinha sido jogada em um comodo pequeno sem nenhum móvel, a única luz que tinha ali era a de uma minúscula janela que ficava no alto de uma das paredes. Eu estava sentindo fortes dores por todo o meu corpo, como se eu tivesse perdido o controle sobre ele. Apoiei-me na parede e me levantei com dificuldade, fui cambaleando até a porta preta que estava trancada. Comecei a gritar por socorro, mas ninguém ouvia. Ninguém se importava. Gritei mais alto ainda quase estourando os tímpanos da minha garganta. Mas era em vão. Ninguém dava a minima pra mim, se eu estava viva ou morta, se eu sentia fome ou não, se eu tinha sede, se eu sentia dor. Esses filhos do capeta não têm coração. Mas eu não ia desistir, eu não podia desistir. Lá fora tinha um garoto que eu amava, o mesmo garoto que me ensinou a sempre acreditar no melhor, que me ensinou a ver o lado positivo das coisas e a manter o foco. Simplesmente continuei gritando, era a única coisa que eu podia fazer e isso mostrava que eu não ia desistir. Eu iria ser forte.

- PARA DE GRITAR PORRA! – alguém gritou do outro lado da porta.

- EU QUERO BEBER ÁGUA! – gritei com a voz fraca.

- Água? – a mesma pessoa gargalhou abrindo a porta o que me fez cair para trás – Eu não vou te dar nenhum gole vadia! Por mim você morre de sede.

- Noah? – meus olhos não acreditavam no que viam – Até você?

- A vingança é doce como um pão de mel querida Candice!

- O que eu fiz pra você? – indaguei me levantando novamente do chão.

- Eu nunca vou me esquecer que a Stacy terminou comigo por sua causa sua puta, o que a gente tinha era porra louca, era sexo todo dia saca? E você estragou tudo pirralha, agora é a minha vez de se vingar!

- Noah eu tô com fome, com sede, com frio, eu tô grávida de gêmeos, eu tô sentindo uma dor do caralho aqui, meu estômago tá roncando... Será que pra esquecer isso só por um segundo? – ele riu.

- Você está sentindo dor vadia? – ele se aproximou de mim e tirou a faca que estava na sua cintura, fiquei paralisada, ele passou a faca de raspão no meu rosto provocando um pequeno arranhão que sangrou, meus olhos estava marejados, ele foi descendo a faca em direção a minha barriga, fechei os olhos com força esperando pelo pior e então ele soltou uma risada aguda e debochada e se afastou.

- VOCÊ É UM IDIOTA! – gritei aos prantos empurrando ele pra longe, eu tinha acabado de perder o controle de mim mesma.

- PRESTA ATENÇÃO VAGABUNDA! – ele segurou meus braços com força e me jogou brutalmente contra a parede, gritei de dor quando senti o choque do impacto percorrer todo o meu corpo, eu sentia que a minha barriga ia explodir, que cada órgão ia saltar, eu não tinha mais forças.

Ele atravessou a porta furioso e em menos de trinta segundos voltou com uma corda e uma fita. Estremeci. Eu sabia o que estava prestes a acontecer. Ele veio até mim novamente, eu me contorcia de dor no chão, as malditas lágrimas já não podiam mais ser contidas.

- Não faz isso Noah, por favor, não faz isso! – pedi aos prantos.

- Cala a boca desgraçada! – grunhiu amarrando minhas pernas e em seguida juntando minhas mãos atrás e amarrando-as também – Mas como eu sei que você não vai calar – ele pegou a fita e tirou um pedaço, colocou na minha boca e olhou no fundo dos meus olhos com um sorriso satisfatório – Acho que isso vai resolver.

Ele então se levantou satisfeito pelo trabalho. Parecia que era tão fácil pra ele ver uma pessoa sofrendo daquela maneira, será mesmo que valia a pena fazer tudo isso por causa de uma vingança boba? Ele e a Stacy nunca tiveram nada sério e quando eles terminaram eu nem se quer estava conversando com ela. O que eu fiz de tão errado assim? Por que Deus esta me punindo tão severamente? Por mais que olhasse dentro de mim tentando encontrar um motivo, eu não achava.

Então eu não morri daquela vez. Eu sobrevivi só pra chegar até aqui e implorar pela minha vida? Bem que a minha mãe sempre disse que aqui se faz, aqui mesmo se paga.

- Não se preocupe Candi! – ele se levantou ainda olhando pra mim e abriu novamente aquele sorriso cheio de maldade – Você não vai durar muito.

Eu queria xingar ele de todos os nomes possíveis. Mas não tinha como, a porra daquela fita me impedia disso, eu só respirava pelo nariz. Isso afeta os bebês? É claro que sim, tudo que me afeta, afeta a eles. E isso doí. Ele saiu sem se preocupar comigo, bateu a porta com força e a trancou. Contorcia-me de todas as maneiras tentando me soltar, mas era impossível. A começar pela minha barriga que estava enorme, e depois pelas minhas forças.

Eu não tinha mais nenhuma.

Justin P.O.V

Eu ainda estava meio chocado com o que a Emma tinha me confessado durante o caminho. Eu a deixei sozinha quando ela estava esperando um filho meu, ela aguentou tantas coisas calada, solitária, sem ninguém ali para dizer “Porra eu tô contigo”. Eu fico pensando como ela deve ter sofrido quando perdeu o bebê, e agora eu entendia por que ela tinha tanto medo quando eu dirigia em alta velocidade. Isso me fez refletir, eu não poderia perder mais ninguém. Eu precisava encontrar a Candi, precisava colocar ela dormir como todas às vezes. Eu sei que o meu propósito aqui na terra é ser o Paraíso dela, é protegê-la sempre que ela estiver em perigo. Tem sido assim desde o início. Eu falhei uma vez quando ela pulou daquele maldito penhasco.

Eu não iria falhar de novo.

- Espera Justin! – Emma segurou meu braço no exato momento em que eu ia descer do carro quando chegamos ao local de onde Math tinha ligado, era deserto e tinha apenas uma casa no centro do lote enorme e capinado. Duas árvores do lado e mais nada. Tinha colocado meu carro atrás do único e pequeno matagal um pouco afastado do lote e da casa. Eu podia ver alguns carros ao redor e vários homens armados. Filhos da puta. A Candi devia estar lá dentro em algum lugar, só Deus sabe passando o que.

- O que mais você quer esperar? – falei seco demais, droga, eu fico estressado e acabo descontando nas pessoas, isso é um mal de família. Meu pai é do mesmo jeito. Emma me olhava com mistério, como se procurasse dentro dos meus olhos uma pontinha de esperança que a animasse, que a fizesse acreditar que no fim tudo ficaria bem – Eu vou acabar com o Math.

Ela suspirou derrotada e soltou meu braço. A arma já estava bem posicionada na minha cintura e um fuzil estava em minhas mãos. Eu tinha bala o suficiente nos bolsos. Emma pegou sua Calibre e desceu do carro logo depois de mim. Ryan, Alfredo e Paul também tinham acabado de descer, todos bem equipados como devia ser. Só faltava o Chaz com o resto do pessoal, mas eu não iria esperar de jeito nenhum e eles sabiam disso. Comecei a andar em direção a casa com a arma mirando nos caras, fiz isso antes que eles me impedissem alegando que devíamos esperar o chefe que por acaso é o meu melhor amigo. Assim que os homens me viram caminhar na direção deles já puxaram suas armas. Eu fui mais rápido dei um tiro na cabeça dos três primeiros que cairam no chão antes mesmo de puxarem o gatilho. Emma me fuzilou com os olhos, ela diz que sempre devemos acertar nas mãos para que eles apenas deixem suas armas no chão. Mas quer saber? Eu tava pouco me fodendo pra qualquer um daqueles caras, por mim eles iam apodrecer no quinto dos infernos. Ryan, Paul, Emma e Alfredo começaram a atirar nas mãos de um por um que deixavam as armas caírem no chão com as mãos sangrando. Esqueci-me de todos eles e corri para dentro da casa abandonada, olhei para trás antes de adentrá-la e notei que Chaz havia chegado, devia ter pelo menos uns quinze homens com ele. Quando os meninos viram que ele tinha chegado deixaram que ele cuidasse do resto dos seguranças e me seguiram para dentro. Dei um tiro na cabeça do primeiro desgraçado que eu vi. Sim, eu tava pouco me lixando para quem ia sair vivo e quem ia sair morto. Eu só queria salvar a minha Candice.

- Vai com calma porra! – Ryan reclamou com raiva.

- Foda-se! – falei no mesmo tom correndo para o corredor.

Encontrei o porra do Noah saindo de um dos cômodos. Ele estava desprevinido, a minha vontade era de dar uma na cara dele, mas eu precisava saber onde a Candi estava. A casa era grande e tinham muitos quartos. Ele estava fechando um deles as pressas, provavelmente tinha ouvido os tiros lá em baixo. Envolvi meu braço no pescoço dele e apontei a arma direto na sua cabeça. Ele se assustou e tentou pegar a arma que estava em sua cintura, mas eu usei minha perna pra chutar o cu daquele mané e ele ficou quieto.

- Cadê a Candice? – perguntei dando coronhadas na cabeça dele.

- Ela... Está... No... Último quarto. – disse ofegante.

- Cadê as chaves de lá caralho? – gritei enfurecido, ele rapidamente levou a ponta de seus dedos que não estavam mobilizados por mim até o bolso e tirou de lá um bolo de chaves – QUAL DELAS PORRA?

- A com a letra B! – gaguejou – Eu juro que não tive nada a ver com isso.

- Ah não? – o empurrei pra parede ficando na frente dele e então dei um soco na cara dele com tanta força que ele ergueu a cabeça para trás chocando-a contra a parede, o estralo foi tão grande que achei que tinha estourado seus miolos – Você vai queimar no inferno por ter feito isso com uma mulher grávida.

- Justin achou a Candi? – Emma apareceu no corredor com um semblante preocupado.

- Leva ele! – pedi empurrando aquele merda pra cima dela.

- Tudo bem! – ela suspirou e tirou uma algema dos bolsos. Noah cuspiu sangue. 

Eu sempre soube que o Chaz era o namorado indicado para a Stacy. Lembro-me daquela vez que a levei pra casa, ela estava quase se jogando na piscina, estava bêbada e ele tinha se aproveitado disso. Tudo bem que ela não é nenhuma santa, mas eu tinha nojo dele, dele e do Math que não estava ali, mas que iria morrer no exato momento em que eu o visse.

Passei por eles sem encará-lo por que caso fizesse isso não resistiria em estourar a cabeça dele. Na porta do último quarto me desesperei procurando pela chave. Demorei mais de um minuto pra conseguir abrir a porta. Os tiros lá em baixo simplesmente não paravam, até me preocupei com um deles sendo atingidos. Eu não suportaria perder nenhum deles.

Candi estava jogada no chão, ela estava soada e com a pele pálida, tinha um corte no rosto que estava sangrando. Meu coração se partiu em mil pedaços no exato momento em que a vi daquele jeito. Eu me sentia um idiota por ter deixado as coisas chegarem a esse ponto. Eu tinha que ter ficado com ela em casa, eu tinha que ter cuidado melhor dela. Quando ela me viu seus olhinhos se arregalaram de susto, corri até ela aos prantos e comecei a desamarrá-la o mais rápido que podia. Uma vez solta ajudei-a a se sentar e tirei o a fita da boca dela. Ela se jogou nos meus braços e me abraçou com as poucas forças que haviam restado nela.

- Tá tudo bem meu amor, eu tô aqui com você, tá tudo bem! – afagava os cabelos dela enquanto ela apertava minhas costas como se ela nunca mais fosse me soltar.

- Eu te amo Justin, eu te amo mais que tudo na minha vida!

- Não fica assim não princesa! – pedi angustiado – Eu também te amo. Desculpe-me por ter deixado isso acontecer, eu tô aqui com você, ninguém vai te fazer mal.

- Eu fiquei com tanto medo de perder você! – suas lágrimas encharcavam a minha camiseta – Medo de perder os nossos anjinhos.

- Não fala isso, não fala! – massagiei seus ombros – Eles vão ficar bem, nós vamos levar você pro Hospital, vem comigo! – apoiei seus braços no meu ombro e coloquei uma mão na cintura dela para tirá-la dali.

- Eu não vou conseguir! – ela reprimiu um soluço – Eu não vou Justin.

- Tudo bem! – falei tentando não perder o foco – Eu vou te levar no colo.

- Minha barriga tá doendo muito, tá doendo muito! – reclamou assim que a coloquei em meus braços, porra ela tava pesada pra caralho.

- Se acalma Candi, já estamos quase saindo daqui.

- Justin você vai estar lá comigo não vai? – ela olhou nos meus olhos e eu deixei de prestar atenção no caminho para admirar aquele céu, o seu rosto angelical tinha se transformado em uma face assustada, seus olhos estavam perdidos e lágrimas escorriam deixando tudo pior, a sua respiração estava ofegante e descompassada, cada canto de seu corpo demonstrava o quanto ela estava esgotada.

- Aonde Candi, aonde?

- No Hospital, quando eles nascerem! – fiquei em silêncio e ela continuou me olhando ansiosa por uma resposta, as gotas de suor escorrendo e se misturando com as lágrimas quentes – Você vai estar lá não vai?

- Eu vou estar lá! – sussurrei mais pra mim mesmo do que pra ela.

Encostei sua cabeça no meu ombro acomodando-a melhor e ela voltou a encharcar minha camiseta. Eu não entendia o que ambos sentíamos. Mas era uma sensação horrível, me matar naquele exato momento parecia melhor do que sentir aquela puta dor, aquele pressentimento de que tudo ia dar errado.

- Eu te amo! – ela soluçou com a voz abafada – Você é tudo pra mim.

- Para de falar essas coisas Candi! – apertei os passos, estava angustiado.

 – É sério, não esquece que eu te amo amor, você é a melhor coisa que já me aconteceu.

- Você não vai parar de falar besteiras? – tentava não pensar nas palavras dela, mas no fundo eu sabia que ela sentia o mesmo que eu e ela não estava nem um pouco preocupada em lutar contra todos aqueles maus pressentimentos.

- Justin você me perdoa? – ela levantou a cabeça e olhou nos meus olhos, mais uma vez me faltavam as palavras. Por que ela estava fazendo aquilo? Por que ela estava me dizendo todas aquelas coisas? Eu não queria ouvir, eu estava quase encontrando as portas do fundo e nós íamos sair daquele maldito lugar. Tudo ficaria bem não é? Ela não precisava me dizer aquilo, não precisava me torturar daquela maneira. Aonde eu aperto pra não ouvi-la dizer essas porras?

– Me perdoa amor?

- Perdoar o que Candi? – desviei o olhar, eu não era forte o suficiente para aguentar o calor do momento, a emoção, eu nunca fui muito bom em lidar com essas coisas.

- Me perdoar por todas ás vezes que eu fui uma idiota, todas as vezes que você teve que ir me buscar em uma festa, todas as vezes que você teve que me segurar e tirar uma garrafa de bebida das minhas mãos, todas as vezes que você segurou meu queixo, apontou o dedo pra minha cara e me deu um sermão por que eu precisava crescer, por que eu precisava aprender que o mundo não era como eu pensava, o mundo... – ela soluçou e as lágrimas escorriam dolorosamente – o mundo não era um conto de fadas.

- Candice... – ela me interrompeu.

- Me desculpa também por ter pulado daquele penhasco, eu achei que nunca fosse entender o porquê você ter feito isso comigo, mas hoje eu vejo que não estava nos seus planos se apaixonar por uma pirralha, você descobriu o amor em mim e é o que eu mais tenho orgulho na minha vida, sabe, você deixou se ser o meu segurança mas nunca deixou de me proteger, você nunca falhou Justin, você sempre estava lá pra mim tirar das maiores siladas e hoje, hoje não foi diferente.

- Por favor, parar de me dizer essas coisas amor! – olhei no fundo de seus olhos – Eu não quero ouvir, para de dizer isso, olha só, estou quase saindo daqui, eu sei que vai dar tudo certo, confia em mim.

- Você é o meu Paraíso! – ela gaguejou ignorando as minhas palavras e então depositou um beijo estalado na minha bochecha – Eu amo você.

Eu queria dizer que a amava de volta, aliás, que eu a amava mil vezes mais do que ela me amava. Queria dizer tantas coisas, tantas palavras que estavam presas na minha garganta.

Mas eu não pude dizer nenhuma delas.

Assim que coloquei os pés lá fora ouvi um tiro ser disparado para cima.

- Eu não posso sair por cinco minutos que o super homem resolve aparecer? – Math murmurou com sua voz diabólica.

Tão diabólica quanto seu próprio sorriso.

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Só faltam dois capítulos :( chorando haha SINOPSE DA PRÓXIMA FIC (AQUI) Podem curtir e divulgar? Aliás, o que acharam do novo layout? Eu tô in love com ele pq ele é mt mt mt perfeito awwwww *-* Cara o próximo capítulo q é o penúltimo é o MAIOR de TODOS que eu escrevi e depois vem o último :( eu amo vocês *-* 

Ah gente curtam essa página PERFEITA da Raiani, e aliás ela está precisando de Adms, quem quiser fala com ela haha link da página (aqui) Obrigada por tudo, vocês são as MELHORES, amo vcs E dudaaaaaaa, obrigada por existir, amo você >33